10 de novembro Quarta


O plano de Deus para Israel


Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha aliança, então, sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos; [...] vós Me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. Êxodo 19:5, 6


Após o dilúvio muitas nações se desenvolveram nas terras agora conhecidas como Oriente Médio. Deus estava dirigindo os eventos em direção ao cumprimento de Seu grande plano para a humanidade. Ele tinha um mundo a salvar e uma mensagem a ser proclamada.


Para cumprir essa missão salvadora, Deus escolheria uma nação, que se tornaria um instrumento de salvação para o mundo. Ela deveria ser “um reino de sacerdotes, uma nação santa”. E pai dessa nação seria Abraão. Deus o escolheu porque viu nele um caráter íntegro, sinceridade de propósitos e fidelidade irrestrita.


Disse então o Senhor a Abraão: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” (Gn 12:1). Ao dar-lhe esta ordem Deus queria provar-lhe a fé e ao mesmo tempo isolá-lo da influência pagã de seus concidadãos, a fim de instruí-lo e prepará-lo para a gloriosa missão.


Fiel à ordem divina, lá se foi Abraão, através do deserto, marchando pela fé para uma terra desconhecida. O lugar para onde Deus o dirigia era o mais estratégico do mundo – a Palestina. Os estadistas do mundo inteiro reconhecem a extraordinária importância geográfica de Israel. Os líderes das nações lutam para obter a supremacia ali, sabendo que a potência que dominar aquela área possuirá um ponto favorável no jogo político mundial.


Sim, Deus plantaria Sua nação na encruzilhada de três continentes. Para que fim? Para se tornar uma potência militar? Longe disso. O plano de Deus é que Israel se tornasse uma potência espiritual, um centro de difusão do conhecimento do verdadeiro Deus. Assim, tanto as promessas territoriais como as promessas feitas a Israel como um povo, não eram um fim em si mesmas, mas parte do plano de Deus para salvar a humanidade. Como Israel não cumpriu sua parte do contrato, Deus ficou desobrigado de cumprir a Sua, e tomou de volta Sua herança (Jr 17:1-4; 15:13, 14).


Hoje, os seguidores de Cristo olham, como Abraão, além da Palestina, para a cidade celestial, construída numa pátria superior (Hb 11:10, 16).

 

 1º de setembro Quarta

Deus ouve os pecadores?

 

Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a Sua vontade, a este atende. João 9:31


As palavras acima foram ditas aos fariseus por um cego de nascença que havia sido curado por Cristo. Ele estava contestando a afirmação de que Jesus era pecador (v. 24) e, portanto, não poderia ter operado um milagre desses através do poder de Deus.


Os fariseus ficaram momentaneamente mudos e confusos, pois o Antigo Testamento de fato ensina que Deus não ouve pecadores. Jó, ao falar do ímpio, exclama: “Acaso, ouvirá Deus o seu clamor, em lhe sobrevindo a tribulação?” (Jó 27:9) O salmista diz: “Se eu tivesse guardado lugar para o pecado no meu coração, Deus nunca teria me ouvido!” (Sl 66:18, BV). Isaías transmite as palavras de Deus aos hipócritas, que oravam de mãos estendidas: “Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1:15).


Por outro lado, eles acreditavam que a oração de um justo era sempre ouvida: “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os Seus ouvidos estão abertos ao seu clamor” (Sl 34:15). “O Senhor está longe dos perversos, mas atende à oração dos justos” (Pv 15:29).


O Novo Testamento também afirma: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5:16). Entretanto, o publicano, ora a Deus dizendo: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lc 18:13). E o versículo seguinte diz que ele desceu justificado para sua casa. Deus, portanto, atendeu à oração desse pecador. Como se pode entender isso? Deus ouve os pecadores ou não?


Depende. Se um pecador obstinado e impenitente orar a Deus pedindo que Ele opere um milagre em seu favor, Deus dificilmente o atenderá. Mas Deus sempre ouve a oração do penitente que suplica misericórdia e perdão. E, às vezes, Deus opera um milagre em favor do pecador para induzi-lo a abandonar sua vida de pecados. Cristo, muitas vezes, dizia à pessoa curada: “Não peques mais, para que não te suceda coisa pior” (Jo 5:14).


Embora sejamos todos pecadores, acheguemo-nos confiantes junto ao trono da graça, pedindo que Deus nos perdoe os pecados e nos dê poder para vencer as fraquezas. E Ele, com certeza, nos ouvirá.

 



2 de setembro Quinta


Cristo elogia uma viúva


E, chamando os Seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Marcos 12:43


Cristo não Se impressionava com pessoas arrogantes e vaidosas, que faziam as coisas para receber louvores dos outros. Ele não valorizava aqueles que se orgulhavam de sua suposta piedade, depositando grandes somas de dinheiro nos cofres do Templo, para serem vistos.


Jesus dava mais valor a pessoas humildes e sinceras, como a viúva pobre, que veio ao Templo para depositar apenas duas moedinhas de pequeno valor. Provavelmente ninguém mais notou a oferta dela; só Jesus. Mas Ele foi a mais importante testemunha desse ato. Chamando Seus discípulos, disse-lhes que ela havia dado mais do que todos os outros, porque eles deram do que lhes sobrava, mas ela deu tudo quanto possuía. Essa mulher pôs seu dinheiro onde estava seu coração. E Jesus a elogiou. Alguém duvida que essa viúva realmente amava a Deus?


Talvez o ato de devoção dessa viúva fosse uma indicação de que ela havia aceito as provações sem se revoltar contra Deus. Ela havia perdido o marido. Quem já passou por essa experiência dolorosa conhece não apenas o sofrimento e a solidão, mas também a tentação para sentir amargura e ira.


A atitude dessa viúva nos faz lembrar da história de uma família judia que perdeu alguns de seus membros no Holocausto. Mas eles continuaram indo à sinagoga todos os sábados. Quando um amigo lhes perguntou por que eles eram tão assíduos em sua frequência, eles responderam: “Queremos mostrar a Deus que superamos nossa dor.”


Você e eu não conhecemos os desígnios divinos. Quando ocorre uma tragédia, nossa reação natural é: “Se Deus podia impedir isso, por que não o fez?” Ninguém de nós aceita facilmente a ideia de perder alguém a quem ama. Quando isto acontece, a cura leva tempo. E essa viúva havia superado sua dor e continuava confiando em Deus.


Aquelas duas moedinhas depositadas no Templo podem ter sido uma expressão de que a viúva havia se recuperado de seu luto. Ela havia superado sua dor. Depositou ali tudo o que possuía. Dali em diante teria de confiar totalmente em Deus para o seu sustento. Não é de admirar que Jesus a tenha elogiado.


Temos nós a mesma confiança na providência divina?

 



3 de setembro Sexta


Lições da viúva pobre


Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. Marcos 12:44


Em termos financeiros, a oferta da viúva pobre era tão pequena como se nós, hoje, depositássemos na salva da igreja duas moedas de um centavo. Ninguém ficaria mais pobre com tal doação. No entanto, perante o Céu, não é a quantia que importa, mas os motivos do doador. “O Céu está interessado apenas no montante de amor e devoção que a dádiva representa, e não no seu valor monetário” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 649).


Nos tempos de Cristo não havia INSS, nem pensões, aposentadorias, seguro-desemprego ou bolsa-família. Assim, uma viúva, especialmente, era muito vulnerável. A menos que o marido tivesse sido um homem rico, ou que ela tivesse filhos que a sustentassem ou outros membros da família que a acolhessem, ela estaria à mercê da caridade alheia. Jesus revelou que ela era extremamente pobre ao dizer que aquelas duas moedinhas eram tudo que ela possuía. E, ao doá-las, ela confiou que Deus providenciaria o seu pão de cada dia. Isso, sem dúvida, é confiança total.


A viúva poderia haver retido uma moeda. Seria pouco, mas seria melhor do que nada. Muitas vezes, não damos a Cristo algo em nossa vida. Raramente fazemos uma entrega total. Mas a viúva pobre doou tudo.


Outra lição que essa viúva nos dá é que, em vez de usar aquela pequena importância para si mesma, ela a doou para a causa de Deus. O trabalho realizado no Templo era importante, e ela queria apoiá-lo. Lançou as moedas com alegria, crendo estar participando de algo maior do que ela própria.


Uma senhora perdeu o marido e estava tendo dificuldade para superar essa perda. Durante várias semanas ela foi diariamente ao cemitério para colocar flores na sepultura do marido. Mas não conseguia sentir alívio. Então foi ao médico, e quando lhe contou isso, ele fez a seguinte sugestão: “Em vez de levar flores ao cemitério, leve-as ao hospital. Tenho dois pacientes que estão sozinhos. Eles não têm família nesta cidade e realmente apreciariam receber flores. Tome interesse por eles, pergunte-lhes se estão melhorando e dê-lhes ânimo. Veja se pode ajudá-los de alguma maneira.” Ela aceitou a sugestão do médico e levou flores a esses pacientes. Logo conseguiu superar seu luto.


A viúva pobre também havia vencido sua dor. Ela confiava em Deus para seu sustento. E agora estava disposta a ajudar a causa de Deus. O seu ato foi registrado para nosso exemplo.

 



4 de setembro Sábado


O empresário que honrava o sábado


Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra. Isaías 58:13, 14


João Apolinário, membro de tradicional e bem conhecida família adventista, começou sua carreira como empresário, estabelecendo-se na cidade de São Caetano, no ABC paulista, com uma pequena loja de eletrodomésticos. Naturalmente, como fiel adventista, ele não abria aos sábados. Na mesma época, outro empresário fundou, no outro lado da rua, uma loja concorrente que tinha grande movimento aos sábados.


Assim, João resolveu adotar uma nova estratégia e passou a abrir sua loja aos sábados à noite. O resultado foi surpreendente. Cada semana, logo após o pôr do sol, uma enorme fila de clientes se formava na frente de seu comércio. O movimento do sábado à noite se tornou tão intenso que, muitas vezes, chegava a superar o montante das vendas de toda a semana.


Em 1998, já como empresário bem-sucedido na área de veículos novos, João foi procurado pela Honda Automóveis para se tornar concessionário da marca em São Caetano. Quando ele explicou que suas empresas não operavam aos sábados, os executivos da Honda lhe disseram que nenhuma agência da marca em todo o mundo fechava aos sábados e por isso não seria possível tê-lo como seu representante.


Como bom estrategista empresarial, João disse aos representantes da empesa que provavelmente a concorrente Toyota aceitaria suas condições de não abrir aos sábados. Pouco tempo depois o irmão Apolinário foi procurado pela Honda que, desta vez, aceitou que ele não abrisse a revenda aos sábados “apenas como experiência”.


Os negócios prosperaram a tal ponto que, em menos de dois anos, João Apolinário foi convidado a visitar a sede da Honda, no Japão, onde sua empresa recebeu um troféu como uma das melhores revendedoras da marca no Brasil. E assim o êxito de suas empresas prosseguiu até ele se aposentar, após os 80 anos de idade.


Essa história foi narrada em vídeo, por ocasião do seu octogésimo aniversário. João Apolinário descansou em Jesus, em 2008, deixando-nos esse exemplo de fidelidade na observância do sábado e mostrando que Deus recompensa os que Lhe são fiéis.

 



5 de setembro Domingo


Vinte e um dias de luta


Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. Daniel 10:13


Daniel havia estado orando e jejuando durante três semanas, pedindo luz sobre visões anteriores que ele não havia entendido. Ao mesmo tempo, porém, ele intercedia por seu povo, para que o decreto de Ciro permitindo a reconstrução do Templo em Jerusalém, fosse mantido. Os samaritanos haviam enviado falsos relatórios a Ciro, tentando impedir a reconstrução e o monarca agora estava indeciso quanto ao que fazer.


É nesse contexto que devemos entender essa resistência do “príncipe da Pérsia” ao anjo Gabriel. Quem era esse “príncipe”, que ousou resistir a um anjo de Deus durante três semanas? Certamente não era Ciro, mas um anjo caído designado por Satanás para influenciar o governo da Pérsia.


Aqui nós temos um incidente bíblico e histórico que afasta a cortina dos acontecimentos visíveis e nos dá um vislumbre do que ocorre por trás dos bastidores, nessa luta entre as forças do bem e as do mal. “Durante três semanas Gabriel se empenhou em luta com os poderes das trevas, procurando conter as influências em operação na mente de Ciro; e antes que a contenda terminasse, o próprio Cristo veio em auxílio de Gabriel” (Profetas e Reis, p. 572).


A luta referida nesse relato bíblico foi no sentido de que cada anjo procurava convencer o rei a tomar uma decisão. Podemos imaginar o “príncipe da Pérsia” cochichando aos ouvidos de Ciro: “Esses judeus não são dignos de confiança. Eles vão acabar se rebelando como já fizeram antes e trazendo instabilidade ao seu reino. Impeça já a construção do seu Templo.” Por outro lado, o anjo de Deus procurava contrabalançar essa influência maléfica, dizendo: “Ciro, você é o Ungido de Deus, escolhido para libertar o Seu povo. Parabéns por sua decisão. Deixe que eles continuem a construção e Deus o abençoará.” Com a ajuda de Cristo, Ciro finalmente tomou uma decisão favorável ao povo de Deus.


Esse episódio mostra que há forças antagônicas agindo constantemente sobre nós e procurando nos induzir ao mal ou ao bem. Procuremos ouvir a voz de Deus nos falando ao coração.

 



6 de setembro Segunda


Tristeza do coração


Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração. Neemias 2:2


Não é agradável conviver com alguém que está a maior parte do tempo com a testa franzida e a expressão carregada, denotando tristeza, preocupação ou mau humor. As pessoas percebem, é claro, que algo não vai bem e ficam se perguntando: “Será que é comigo? Fiz alguma coisa errada?” Em alguns casos é melhor perguntar à pessoa, para tirar a dúvida.


Foi o que fez o rei Artaxerxes, ao observar o rosto de Neemias. Ele lhe perguntou: “Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração.” Bom observador, esse rei. Num relance, ele percebeu que Neemias não estava bem e que seu problema não era físico, mas emocional.


Neemias ficou com medo, pois como copeiro real ele não podia se dar ao luxo de se apresentar diante do rei com a expressão facial abatida ou mal-humorada. “Um servo que mostrasse mau humor perante o rei poderia ser considerado um conspirador, ou um mau empregado. Uma fisionomia triste nunca era tolerada na presença real” (Champlin).


Por um momento Neemias pensou que perderia a cabeça, pois cabeças de servos não tinham muito valor na corte real, naquele tempo. Por isso, apressou-se a responder: “Viva o rei para sempre!” Ele queria que o rei soubesse que por trás de seu semblante triste não havia nenhum plano para envenená-lo. “Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo?” (Ne 2:3)


Poucos monarcas se incomodariam com os problemas pessoais de seus servidores, e menos ainda em solucioná-los. Mas Artaxerxes era um homem sensível e bondoso, e perguntou a Neemias: “Que me pedes agora?” (v. 4).


Neemias então fez uma breve oração, pois temia a reação do rei à solicitação que iria fazer, o que implicaria uma mudança na política do império persa para com os judeus de Jerusalém. Ele pediu permissão para ir a Jerusalém, a fim de restaurar as muralhas da cidade. O rei concordou.


Foi a tristeza do rosto de Neemias que deu início a todo esse processo. Mas certamente foi a interferência divina na disposição do rei, como resposta à oração de Neemias, que resultou no sucesso da missão do servo do rei, pois tristeza e mau humor geralmente não resolvem dificuldades.


Seja qual for o problema que você está enfrentando, peça ajuda a Deus para colocar-lhe no rosto um sorriso. O resultado é que a vida também irá sorrir para você.

 



7 de setembro Terça

 

O sábado e a liberdade


Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido; pelo que o Senhor, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado. Deuteronômio 5:15


Segundo a história oficial, D. Pedro I, em viagem de Santos para São Paulo, ao chegar às margens do riacho Ipiranga, recebeu uma carta com ordens de seu pai para voltar a Portugal. Vieram também outras duas cartas, uma de José Bonifácio, que aconselhava o imperador a romper com Portugal, e outra, da esposa, Maria Leopoldina de Áustria, apoiando a decisão do ministro.


Impelido pelas circunstâncias, D. Pedro desembainhou a espada e pronunciou a famosa frase “Independência ou Morte”, rompendo os laços de união política com Portugal.


É interessante notar que o dia de nossa libertação política – 7 de setembro de 1822 – foi um sábado. Digo que é interessante porque o sábado é um dos maiores símbolos de liberdade que existe. Muitos adventistas hoje talvez se sintam inclinados a pensar o contrário – que ele restringe nossa liberdade, já que o maior problema que os adventistas enfrentam é o da guarda do sábado.


Mas a Bíblia nos diz que o sábado esteve por trás do primeiro grande movimento de libertação que a história registra – o Êxodo. Quando Israel esteve cativo no Egito, os capatazes egípcios tornaram impossível a guarda do sábado para eles. Faraó os chamou de preguiçosos. Acusou Moisés e Arão de interromper o povo no seu trabalho (Êx 5:4).


Então Deus instruiu Moisés a dizer a Faraó: “O Senhor, o Deus dos hebreus, me enviou a ti para te dizer: Deixa ir o Meu povo, para que Me sirva no deserto” (Êx 7:16). Parece claro, portanto, que o impedimento para se guardar o sábado contribuiu para deflagrar o Êxodo. Tanto é que após o Êxodo Deus estabeleceu o sábado entre o Seu povo como um sinal de sua libertação (ver Dt 5:15).


E para os que pensam que esse sinal foi dado só para os israelitas, basta ler Isaías 56:1-7 para ver que esta não é a realidade. Esse foi o manifesto de Deus a todos os povos, que não pertencem ao Israel segundo a carne. Esse sinal divino de liberdade não se restringe a nenhuma época específica e a nenhum povo. Os estrangeiros e os eunucos também estavam incluídos.


Nenhuma pessoa na face da Terra deve ser excluída desse concerto e dessa bênção. Todos podem se tornar participantes da história e da herança de Israel.

 



8 de setembro Quarta


Milagre no metrô – 1


Rendam graças ao Senhor por Sua bondade e por Suas maravilhas para com os filhos dos homens! Salmo 107:15


Na manhã do dia 10 de janeiro de 1948 o húngaro Marcel Sternberger entrou no trem habitual das 9h09, em Long Island, Nova York. De repente, decidiu visitar Laszlo Victor, um amigo húngaro que morava no Brooklyn e estava doente. Assim, no Parque Ozone, Sternberger trocou de metrô para ir ao Brooklyn, foi à casa de seu amigo e ficou lá até o meio da tarde. Depois tomou o metrô para seu escritório na Quinta Avenida, em Manhattan. A seguir, a incrível história de Marcel.


“O vagão estava lotado e não parecia haver a menor chance de eu me sentar. Mas quando entrei, um senhor sentado perto da porta levantou-se subitamente para sair e eu tomei seu assento.


Os traços do homem à minha esquerda me chamaram a atenção. Ele provavelmente beirava os 40 anos, e quando levantou o olhar, parecia haver em seus olhos uma expressão de dor. Ele lia um jornal húngaro e algo me compeliu a dizer-lhe em húngaro: “Espero que não se importe se eu der uma olhada no seu jornal.”


O homem pareceu surpreso por alguém falar com ele em sua língua nativa. Mas apenas respondeu educadamente: “Pode lê-lo agora. Terei tempo mais tarde.”
Durante a meia hora que durou a viagem à cidade, conversamos muito. Ele se chamava Bela Paskin. Era estudante de direito quando começou a II Guerra Mundial, e então os alemães o enviaram à Ucrânia. Foi capturado pelos russos, que o forçaram a trabalhar enterrando alemães mortos. Depois da guerra, ele andou centenas de quilômetros a pé até chegar a sua casa em Debrecen, uma grande cidade no leste da Hungria.


Quando foi ao apartamento onde antes moravam seus pais e irmãos, só encontrou estranhos morando lá. Foi então ao segundo andar, ao apartamento que antes era seu e de sua esposa. Também estava ocupado por estranhos. Ninguém ouvira falar de sua família. Ao sair, cheio de tristeza, um garoto correu até ele chamando: “Tio Paskin, tio Paskin!” A criança era filho de seus antigos vizinhos.


Ele foi à casa do garoto e conversou com seus pais, os quais lhe contaram que os nazistas haviam levado sua esposa e toda a família dele para Auschwitz, onde morreram. Paskin perdeu as esperanças.


Poucos dias mais tarde, triste demais para permanecer na Hungria, saiu novamente a pé, cruzando fronteira após fronteira até chegar a Paris. Conseguiu imigrar para os Estados Unidos apenas três meses antes de eu conhecê-lo.”


Leia o restante da história amanhã.

 



9 de setembro Quinta


Milagre no metrô – 2


Muitas graças darei ao Senhor com os meus lábios; louvá-Lo-ei no meio da multidão. Salmo 109:30


“Durante toda a conversa, parecia haver algo de familiar nesta história. Uma jovem senhora que eu conhecera recentemente na casa de amigos também era de Debrecen. Ela estivera em Auschwitz e de lá havia sido transferida para trabalhar em uma fábrica de munição.

Seus parentes morreram todos nas câmaras de gás. Mais tarde, foi liberta pelos americanos e veio aos Estados Unidos no primeiro navio de imigrantes, em 1946.


A história dela me comoveu tanto que resolvi anotar seu endereço e telefone, com o intuito de convidá-la para conhecer minha família, e assim ajudar a aliviar o terrível vazio de sua vida.


Parecia impossível haver qualquer conexão entre essas duas pessoas, mas, ao me aproximar de minha estação, folheei ansioso minha agenda de endereços. Então lhe perguntei se o nome de sua esposa era Marya.


Ele empalideceu. “Era! Como sabe?”


Agarrei-o pelo braço, descemos na estação seguinte e procuramos um telefone. Disquei o número dela, o telefone chamou várias vezes e, por fim, Marya Paskin atendeu.


Apresentei-me e lhe pedi para descrever seu marido. Ela o descreveu e quando lhe perguntei se já havia morado em Debrecen, ela me deu o endereço. Pedi-lhe que aguardasse na linha, me virei para Paskin e perguntei: “Você e sua esposa moravam em tal e tal rua?”


Ele tremia todo e disse que sim. “Tente se manter calmo, pois um milagre está para acontecer com você. Pegue o telefone e fale com sua esposa!”


Seus olhos brilhavam em lágrimas. Pegou o telefone, ouviu por um momento a voz da esposa, e então disse: “Aqui é o Bela! Aqui é o Bela!” e começou a balbuciar histérico.


Peguei o telefone de suas mãos e disse a Marya: “Fique onde está. Estou enviando seu marido a você.”


Bela chorava como um bebê e não parava de repetir: “É minha esposa. Vou ver minha esposa!” Pensei em acompanhá-lo, mas depois achei que não seria um momento próprio para a presença de um desconhecido. Coloquei-o num táxi, dei o endereço de Marya ao motorista, paguei a corrida e me despedi.


O encontro de Bela Paskin com a esposa foi um momento tão comovente que eles não conseguiam se lembrar do que aconteceu. Mais tarde, Marya me disse que quando desliguei o telefone, ela foi se olhar no espelho para ver se os seus cabelos já estavam grisalhos. E então um táxi parou à porta de sua casa e seu marido veio em sua direção.


Teria sido tudo isso uma incrível sucessão de acasos e coincidências, ou Deus interferiu para que esse casal se reencontrasse? (Paul Deutschman)

 



10 de setembro Sexta


O propósito da disciplina


Que o autor de tal infâmia seja [...] entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor. 1 Coríntios 5:3, 5


Paulo estava em Éfeso quando soube que na igreja de Corinto havia uma relação ilícita entre um jovem e a “mulher de seu pai”. Não se tratava de uma relação entre mãe e filho, mas provavelmente de madrasta e enteado. E não se sabe se o pai ainda era vivo ou não. De qualquer maneira, era uma relação ilícita, que nos tempos do Antigo Testamento era punida com a morte de ambos (Lv 20:11). A lei romana também proibia tal relação.


O mais assombroso nesse episódio é o fato de a igreja cristã fazer “vista grossa” a esse escândalo! Os crentes coríntios deviam ter tomado providências para remover o transgressor de seu meio. Com amor, com piedade, mas com a devida firmeza, pois Deus não pode abençoar uma igreja que tolera abertamente a imoralidade.


E então Paulo escreve à igreja de Corinto dizendo que esse homem devia ser “entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor”. O que significa isso?


A explicação é que “há apenas dois reinos espirituais neste mundo: o reino de Deus e o reino de Satanás. Se uma pessoa deixa o reino de Deus, ela automaticamente entra no reino de Satanás. Esse pecador dissoluto havia, por sua conduta pecaminosa, se afastado do reino de Deus, e isto devia ser reconhecido através de sua expulsão oficial da igreja” (SDA Bible Commentary, v. 6, p. 690).


“Ser entregue a Satanás”, portanto, significa “ser entregue ao mundo”, que é dominado pelo “príncipe deste mundo”. “Para a destruição da carne”. “As Escrituras qualificam as práticas imorais como ‘obras da carne’ (Gl 5:19).” Colossenses 3:5 diz: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva...”


“A ‘destruição da carne’, portanto, pode ser entendida como uma mortificação dos desejos carnais. E pode incluir também a ideia de sofrimento físico infligido por Satanás. Paulo chamava a sua própria aflição de ‘mensageiro de Satanás’ (2Co 12:7) (ibid.).


E finalmente, a expressão “a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor”, deixa claro que o objetivo da disciplina eclesiástica é recuperar o transgressor. Era esse o objetivo de Paulo, quando entregou Himeneu e Alexandre a Satanás, a fim de que aprendessem a não mais blasfemar (1Tm 1:20).

 



11 de setembro Sábado


O dia em que o mundo parou


Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. Mateus 24:2


Em 11 de setembro de 2001, num ataque terrorista sem precedentes na história dos Estados Unidos, dois aviões sequestrados atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. O mundo parou para assistir ao vivo, diante das câmeras de televisão, os imponentes prédios desabarem ainda em chamas. Mais de três mil pessoas morreram.


Tal e qual a destruição do templo de Jerusalém, no ano 70, não ficou pedra sobre pedra. Essas ocorrências trágicas nos remetem à descrição dos flagelos que se abaterão sobre a Terra pouco antes da vinda de Cristo, quando cairão “as cidades das nações” (Ap 16:19), juntamente com as instituições políticas.


“Ora, ao começarem estas coisas a suceder”, advertiu Cristo, “exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21:28). Em outras palavras, nessa ocasião o cristão experimentará sentimentos contraditórios: tristeza e perplexidade pela devastação física e perda de vidas humanas, e ao mesmo tempo exultação porque sua redenção se aproxima.


É interessante observar que as grandes tragédias provocam um efeito imediato nas pessoas, levando-as à reflexão espiritual. O Dr. Samuele Bacchiocchi escreveu que “as imagens chocantes das torres do WTC queimando-se e desmoronando como caixas de papelão, desafiaram muitos americanos complacentes, egocêntricos e autossuficientes a reconhecer sua finitude e desamparo, levando muitos a buscar a Deus após aquela malfadada data. Parece que os ateus desapareceram após o 11 de setembro. O comparecimento às igrejas e sinagogas quase dobrou do dia para a noite.


“Na semana seguinte a 11 de setembro, 400 casais na área de Boston retiraram seus papéis de divórcio e decidiram continuar juntos. Estes acontecimentos positivos sugerem que a tragédia de 11 de setembro desafiou as pessoas a reexaminarem sua vida, humilharem seu coração, e arrepender-se de seus pecados.”


Infelizmente, porém, à medida que a tragédia vai ficando distante, as pessoas vão voltando à velha vida. Há necessidade de um reavivamento permanente, não provocado por tragédias ou pelo medo, mas pelo desejo de viver uma nova vida em Cristo, tanto aqui como na Nova Terra.

 



12 de setembro Domingo


Casa sem forro


O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. 1 João 1:3


Jonas e Maria moravam em um pequeno sítio, na zona rural de Mara Rosa, Goiás. Eles possuíam um antigo rádio à pilha para ouvir notícias e músicas regionais. Certa vez, Jonas sintonizou casualmente a Rádio Universo de Curitiba, PR, que operava em ondas curtas. Naquele momento estava sendo irradiado o programa A Voz da Profecia. O casal gostou tanto da mensagem que resolveu ouvir diariamente o programa. Como não tinha relógio em casa, Jonas criou uma espécie de relógio de Sol para não perder aquele horário. Fincou no solo uma estaca de madeira ao lado da casa e marcou o lugar exato onde a sombra era projetada na hora do programa.


Mais tarde o casal relatou: “Quando a sombra batia no lugar marcado, era só ligar o rádio e lá vinha o pastor Rabello com os trem bão de Deus para nós.” Com o tempo, Jonas e Maria resolveram se ajoelhar para ouvir as mensagens e dedicaram o rádio exclusivamente para A Voz da Profecia, que eles já consideravam sua igreja.


Alguns meses depois, os dirigentes do programa A Voz da Profecia anunciaram que o Quarteto Arautos do Rei faria uma série de palestras na cidade de Uruaçu, cerca de 60 km de onde Jonas e a esposa moravam. Como seus “compadres” residiam em Uruaçu, fizeram arranjos para se hospedar na casa deles durante as três semanas da série de conferências. O fato ocorreu em julho de 1972.


Nas duas primeiras noites os “compadres” acompanharam Jonas e a esposa, mas depois resolveram não ir mais às reuniões. Jonas ficou inconformado, pois achava que seus amigos não poderiam deixar de ouvir temas tão importantes. Então combinou com a esposa uma estratégia: cada noite, após voltarem das conferências, Jonas e a esposa comentavam em voz alta tudo o que haviam ouvido na palestra. Como a casa não possuía forro, o outro casal ficava acordado até tarde, tendo de ouvir a conversa dos visitantes. Após uma semana, o “compadre” chamou o amigo e fez uma proposta: “A partir de amanhã, vamos acompanhar vocês às reuniões, mas por favor, não fiquem repetindo a palestra até tarde da noite, pois temos que levantar cedo!”


Esse era exatamente o propósito de Jonas e da esposa, e certamente o plano de Deus para alcançar ambos os casais. O resultado foi que as duas famílias entregaram a vida a Jesus e foram batizados, tornando-se fiéis membros da igreja adventista. (Narrado por Wilson de Almeida, integrante do quarteto Arautos do Rei, na ocasião.)

 



13 de setembro Segunda


A galinha e seus pintinhos


Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Mateus 23:37


Quando uma galinha chocou os seus ovos e teve uma linda ninhada de pintinhos listrados, Sharon ficou encantada.


Ela notou que a galinha passava apuros tentando fazer aqueles filhotes teimosos obedecer. Ela cacarejava para eles, trazia-os para debaixo de si para mantê-los aquecidos, mas logo surgiam suas cabecinhas espiando em todas as direções. Ela se acomodava novamente sobre eles, arrepiando-se toda, mas, num instante, os filhotes escapavam, achando que o mundo lá fora era mais interessante do que ficar protegidos embaixo das asas da mãe.


Os pintinhos tinham apenas alguns dias quando o Serviço de Meteorologia anunciou frio intenso. Ao entardecer as galinhas foram para os seus ninhos macios, no galinheiro. Mas os pintinhos curiosos não ficavam embaixo da mãe. Sharon foi para a cama pensando se a coitada da galinha não passaria a noite em claro, tentando proteger os 14 pequenos rebeldes.


Pela manhã a galinha cacarejava desesperadamente. Espalhados em volta dela estavam oito pintinhos congelados. Os outros seis estavam embaixo dela, aquecidos e salvos. Ela havia feito o que podia para protegê-los, mas alguns deles acharam que lá fora era melhor. E morreram congelados.


Jesus, o Bom Pastor, usou a analogia da galinha e seus pintinhos para ilustrar Seu amor e cuidado por Seu povo. Mas, com frequência, alguns de Seus filhos, atraídos por luzes ofuscantes, diversões e outros interesses, abandonam a segurança da família de Deus e se aventuram pelo mundo, até descobrirem que o seu amor pelas coisas espirituais se esfriou.


Então alguns dos seus irmãos se perguntam: “Terá sido falha nossa? E se lhes tivéssemos feito uma visita? Tirado suas dúvidas? Isso faria diferença?”
Quando alguém se perde pelos meandros do mundo, fazendo uso de seu livre-arbítrio, e atraído pelas seduções de Satanás, o inimigo aponta o dedo aos membros da igreja e acusa: “Foi culpa sua!”


Mas não podemos salvar a todos. Na verdade, não podemos salvar ninguém, nem mesmo nossos filhos (ver Ez 14:20). Jesus quis salvar Jerusalém e seus filhos, mas eles não quiseram. O seu sangue será sobre a cabeça deles.


Mas Cristo pode salvar totalmente os que, por Ele, se chegam a Deus (Hb 7:25).

 



14 de setembro Terça


Homens do deserto e da cidade


O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel. Lucas 1:80


João Batista nasceu em uma cidade da Judeia quando seus pais, Zacarias e Isabel, já eram avançados em idade (Lc 1:7, 39, 40). Eles provavelmente morreram quando João ainda era jovem, e ele então decidiu viver na região desértica próxima. Voltando as costas à solidão barulhenta da cidade, ele mergulhou na silenciosa solidão do deserto para ouvir a voz de Deus.


O deserto foi a grande escola para treinar líderes como Moisés, Amós e João Batista. A vida moderna não favorece a meditação na Palavra de Deus e, a menos que encontremos tempo para escapar da agitação do mundo, não ouviremos a suave voz de Deus nos falando ao coração.


Jesus, porém, era um homem da cidade. Nasceu e Se criou na cidade, trabalhou na cidade e amava o povo da cidade. As Escrituras dizem que “vendo Ele as multidões, compadeceu-Se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9:36).


As pessoas do deserto e as da cidade podem viver em mundos diferentes, mas se estiverem sedentas pelas coisas de Deus, terão algo em comum. E essa era a característica, tanto de João como de Jesus. A paixão pelo reino de Deus os uniu num mesmo ministério. “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”, clamava João Batista no deserto (Mt 3:2). “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”, pregava Jesus nas cidades da Galileia (Mt 4:17).


“Raça de víboras”, bradava João aos fariseus e saduceus que vinham para serem batizados (Mt 3:7). “Serpentes, raça de víboras!” (Mt 23:33), ecoava Jesus na cidade. Os dois homens nunca trabalharam lado a lado, mas, na verdade, estavam trabalhando juntos o tempo todo. Sua identificação havia sido tão grande, que após a morte de João Batista, muitos, inclusive Herodes, acreditavam que Jesus era João Batista ressuscitado dos mortos (Mt 14:2; 16:14).


Isso indica que Deus pode usar tanto as pessoas do deserto como as da cidade, para pregar Sua Palavra. Alguns serão ganhos pela mensagem austera do deserto. Outros serão ganhos por pregadores da cidade, que comem e bebem com os pecadores.


O reino de Deus precisa de ambos.

 



15 de setembro Quarta


Um estranho pedido

 

Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia. Josué 14:12


Há muitos pedidos na Bíblia. A mãe de Tiago e João aproximou-se de Jesus e Lhe pediu um “favorzinho”: “Manda que, no Teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à Tua direita, e o outro à Tua esquerda” (Mt 20:21). Ela queria para os filhos os lugares de maior honra e autoridade. Mas se eles entendessem que Jesus, em vez de ser entronizado seria crucificado, certamente não teriam pedido à mãe para fazer esse pedido.


O cego Bartimeu, de Jericó, ao ouvir que Jesus estava passando, pôs-se a clamar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” “Perguntou-lhe Jesus: Que queres que Eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver” (Mc 10:51).


Um homem que estava no meio da multidão interrompeu o sermão de Jesus para pedir-Lhe que ordenasse a seu irmão que repartisse com ele a herança. Mas Jesus Se recusou a atender esse pedido porque refletia profundo egoísmo.


Salomão pediu sabedoria. Um outro pediu fé: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé” (Mc 9:24). Esta é uma oração que todos devemos fazer, na certeza de que seremos atendidos. Os pedidos refletem o caráter do solicitante.


Um dos pedidos mais estranhos foi feito por Calebe a Josué, e revela nobreza de caráter: “Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia.” Um homem de 85 anos estava pedindo um monte, cheio de gigantes e cidades fortificadas, que aterrorizaram o povo de Israel. Mas foi esse o lugar que Calebe quis ter como herança – uma montanha cheia de dificuldades, um obstáculo para ocupar a Terra Prometida.


Quando John Paton era jovem e estava estudando para se tornar missionário nas ilhas do sul do Pacífico, no começo do século 19, seu tio procurou desencorajá-lo dizendo: “John, se você for para essas ilhas será devorado pelos canibais.” John Paton contestou dizendo: “O senhor vai morrer logo e será comido pelos vermes. Para mim faz pouca diferença ser comido pelos vermes ou pelos canibais.” Paton trabalhou durante trinta anos nas ilhas do sul do Pacífico e não foi devorado pelos canibais, mas ganhou muitos deles para Cristo.


Paton e Calebe pertenciam àquela classe de homens dos quais a Bíblia diz que “da fraqueza tiraram força” (Hb 11:34). O mundo deve muito a eles.

 



16 de setembro Quinta


Um cego ou dois?


Aconteceu que, ao aproximar-se Ele de Jericó, estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Lucas 18:35


Os Evangelhos foram escritos por homens que testemunharam o que Jesus fez e disse. E há pequenas discrepâncias nos seus relatos. Lucas, por exemplo, diz que quando Jesus Se aproximava de Jericó, um cego estava assentado à beira do caminho (Lc 18:35). Mateus, porém, diz que quando eles estavam saindo de Jericó, havia dois cegos à beira do caminho (Mt 20:30).


Marcos e Lucas falam de um endemoninhado geraseno (Mc 5:2; Lc 8:27), enquanto Mateus menciona dois (Mt 8:28). Marcos diz que antes que o galo cantasse duas vezes, Pedro negaria a Jesus três vezes (Mc 14:30). Mateus diz apenas “antes que o galo cante” (Mt 26:34). Os quatro evangelistas também divergem no tocante à inscrição sobre a cruz, acima da cabeça de Jesus (ver Mt 27:37, Mc 15:26, Lc 23:38, Jo 19:19).


Para os incrédulos essas divergências são uma prova de que esses relatos não são confiáveis e, consequentemente, não inspirados. Mas um exame meticuloso desses fatos atesta justamente o contrário, pois duas testemunhas do mesmo incidente, ao descreverem o que viram ou ouviram, dificilmente apresentarão versões coincidentes em todos os seus detalhes. Se isto acontecesse, haveria maior desconfiança de que ambas “fabricaram” a história de comum acordo do que se houvesse pequenas discrepâncias, pois a experiência demonstra que duas pessoas nunca enxergam o mesmo evento exatamente da mesma maneira.


As diferenças mostram que não houve conluio entre os autores, e que eles relataram, independentemente, o que mais impressionou a mente deles no tocante à vida e ensinos de Cristo. Os evangelistas escreveram em momentos diferentes, em lugares diferentes, os seus relatos ligeiramente diferentes. Além disso, Cristo falava aramaico, e os evangelhos foram escritos em grego. Dois tradutores, ao traduzirem o mesmo texto, se expressarão em linguagem diferente, segundo o seu estilo. No entanto, pode-se ver harmonia e unidade no que escreveram.


“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3:16). O seu poder transformador na vida de homens e mulheres atesta sua origem divina.

 



17 de setembro Sexta


Deixando as sombras para trás


Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo. Filipenses 3:13, 14


Quando Alexandre, o Grande, tinha 19 anos, foi certa vez assistir a um rodeio com seu pai, Filipe II. E notou que ninguém conseguia montar um dos cavalos. Todos os cavaleiros eram jogados ao chão. Finalmente, Alexandre disse ao pai: “Gostaria de ter sua permissão para montar aquele cavalo. Acho que consigo.”


O pai, embora hesitante, deu-lhe permissão e Alexandre desceu à arena, colocou a mão sobre o elegante garanhão negro, virou-lhe a cabeça na direção do Sol e montou-o. Cavalgou nele em volta do estádio, parou, desmontou e o amarrou num poste. A multidão se pôs em pé para aplaudi-lo.


Quando Alexandre voltou para junto de seu pai, que estava na galeria real, Filipe lhe perguntou: “Filho, como é que você conseguiu fazer isso?” Alexandre respondeu: “Foi simples, pai. Eu apenas virei a cabeça do cavalo para o Sol, de modo que ele não ficasse assustado com minha sombra. Com a sombra atrás dele, o cavalo não ficou com medo de mim.”


Alexandre mais tarde relembrou que seu mestre, Aristóteles, lhe dissera: “Mantenha sempre sua sombra atrás de você, e conquistará o mundo.”


Paulo não era nenhum iniciante quando escreveu a epístola aos Filipenses. Já era idoso e havia alcançado uma experiência espiritual bem mais rica do que a maioria dos cristãos. Mas ainda assim ele reconhecia não ter alcançado a perfeição. E esquecendo-se das coisas passadas, ele mantinha os olhos fitos em seu alvo: Cristo.


Nós também não devemos nos culpar porque ainda não atingimos o alvo. Seremos culpados se não prosseguirmos e nos acomodarmos com as realizações passadas.


Algumas pessoas olham para o Oeste, lamentando o Sol poente. Outros contemplam o nascer do Sol, animados com os primeiros clarões da alvorada. É melhor olhar para a frente, para o caminho que precisamos trilhar, do que olhar para o caminho já percorrido.


Como cristãos, devemos manter as sombras e fracassos do passado atrás de nós e virar o rosto na direção do Sol da Justiça. Os olhos precisam preceder os pés. Se nosso olhar não estiver nEle, os pés se desviarão.

 



18 de setembro Sábado


A mulher que se casou com o homem errado


Esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. 1 Samuel 25:3


Sócrates, o grande filósofo, e um dos homens mais sábios que já existiu, casou-se com aquele tipo de mulher que a Bíblia descreve como “rixosa” (Pv 21:19). John Wesley, um dos homens mais piedosos que já existiu, também não foi feliz em seu casamento. Mas parece que as mulheres que se casaram com o homem errado são mais numerosas, e sua experiência mais trágica.


No Antigo Testamento temos uma dessas histórias. Às vezes, vemos uma senhora graciosa, encantadora, de fino trato, casada com um homem grosseiro, rude e perverso, e nos perguntamos como isto terá acontecido. Mas nos tempos antigos isso não era de admirar, pois as mulheres não tinham a liberdade de escolha que têm hoje. Os pais decidiam o casamento dos filhos, sem perguntar se eles queriam ou não.


E isso deve ter acontecido com Abigail. Seu casamento foi arranjado com um homem rico. Como poderia ela objetar? Mas foi um casamento triste para ela, pois a riqueza em nada contribui para a felicidade quando uma mulher se casa com um homem como Nabal.


A notícia de que Nabal estava tosquiando suas três mil ovelhas chegou a Davi, que para fugir de Saul, se refugiara no sul do país, reunindo em torno de si cerca de 600 homens. E Davi se lembrou que havia encontrado os rebanhos de Nabal e os havia protegido dos ladrões. De acordo com o costume, na época da tosquia o proprietário das ovelhas distribuía presentes a todos como demonstração de gratidão a Deus e de boa vontade para com os vizinhos. Tendo isto em mente, Davi enviou alguns de seus homens para saudar a Nabal e receber dele o presente costumeiro.


Mas Nabal respondeu que não daria seu pão, sua água e a carne das suas reses a um bando de vagabundos. Davi ficou furioso e planejou matar todos os membros do sexo masculino da família de Nabal. Mas Abigail, ao saber dessa ofensa, entendeu o que estava para acontecer. E imediatamente tomou providências para salvar de morte certa não apenas os inocentes familiares de Nabal, mas a ele próprio.


Talvez uma vozinha lhe tivesse segredado ao ouvido: “Abigail, não seja boba! Esta é a sua chance de se livrar desse bruto que tanto a maltratou. Deixe que Davi execute sua vingança e você vai se tornar uma viúva rica e feliz!”


Leia, amanhã, o fim desta história.

 



19 de setembro Domingo


O caráter perfumado de Abigail


Então, Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi. 1 Samuel 25:35


Abigail não cedeu à tentação de livrar-se de um casamento infeliz, deixando que Davi passasse ao fio da espada Nabal e seus filhos. Chamou os seus servos e ordenou-lhes que carregassem os jumentos com presentes para Davi – pão, vinho, carne, trigo, passas e pastas de figo. Cavalgando um jumento, ela mostrou-lhes a direção a seguir.


E assim as duas caravanas – a caravana da ira e da vingança, e a caravana da paz e reconciliação – marcharam, uma em direção à outra. Quando se encontraram, Abigail desceu do jumento, prostrou-se diante de Davi e fez a magnífica súplica relatada nos versos 24 a 31.


Davi desistiu de matar a família de Nabal e bendisse a Deus por ter enviado Abigail ao seu encontro. Muitas vidas foram salvas naquele dia, graças à ação pronta desta mulher, que não nutria sentimentos de vingança para com o marido, embora este fosse um bruto.


Ao chegar em casa, ela encontrou Nabal bêbado. Como não havia condições de conversar com ele, ela esperou até a manhã seguinte para lhe contar tudo. E quando Nabal ouviu o que acontecera no dia anterior, ficou tão chocado ou irado, que teve um ataque e ficou paralisado, morrendo dez dias depois.


Mas a história não termina aí. Davi, ao saber da morte de Nabal, propôs à bela viúva tomá-la por mulher, o que ela aceitou.


A vida de Abigail encerra lições preciosas: ela não se deixou amargurar pelas adversidades, mas suportou-as com resignação. Além disso, em sua intercessão com Davi, ela lhe assegurou que a mão de Deus não se havia retirado dele, e que por mais ameaçador que fosse o presente, ele seria rei de Israel.


Que palavras animadoras! Haveria algo melhor que se pudesse dizer a alguém, senão lembrá-lo de que Deus tem um plano para a vida dele, e que se ele obedecer a Deus e nEle confiar, todas as coisas contribuirão para o seu bem?


Por fim, aprendemos dos lábios de Abigail que jamais nos arrependeremos do mal não cometido – uma palavra de ira contida a tempo, um ato de violência refreado no último momento. No registro de nossa vida há muita coisa que gostaríamos de apagar. Mas demos graças a Deus por aquilo que não está ali, porque, pela misericórdia divina, fomos impedidos, a tempo, de cometer.

 



20 de setembro Segunda


O rei que detonou sua nação


Manassés fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel. 2 Crônicas 33:9


Manassés tinha apenas doze anos de idade quando se tornou rei, e durante 55 anos reinou em Jerusalém. Ele era filho de Ezequias, um dos melhores reis que Judá teve. Infelizmente, Manassés não seguiu o bom exemplo de seu pai. Ao contrário, tornou-se mais ímpio do que todos os seus antecessores. Restabeleceu o paganismo e a idolatria, deixou florescer a tirania e “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” (2Rs 21:16). Até mesmo “queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o Senhor (2Cr 33:6).


Mas embora tivesse voltado as costas para as coisas divinas, Deus não o abandonou. Enviou-lhe um mensageiro após o outro para convencê-lo de suas culpas e convidá-lo ao arrependimentol. Mas parece que, quanto mais ele era advertido, mais mergulhava no pecado.


Porém, a maior culpa de Manassés é que ele não pecou sozinho. Ao se afastar de Deus ele carregou toda a nação de Judá junto com ele. Isto faz lembrar o que aconteceu quando Charles II foi restaurado ao trono da Inglaterra. O palácio real se transformou num prostíbulo. Charles vivia abertamente em adultério e a podridão do trono levou à podridão do reino. Foi o que aconteceu com Manassés.


É uma grande verdade que ninguém peca sozinho. Talvez nossa influência não seja tão grande quanto à de Manassés, mas, por mais obscura que seja nossa vida, ela influenciará outros, em maior ou menor escala. A verdade é que, ao cometermos um ato, não podemos controlar seus efeitos.


Finalmente chegou o momento de Manassés pagar por seus pecados. Deus permitiu que ele fosse capturado por soldados assírios, os quais “o amarraram com cadeias, e o levaram a Babilônia” (2Cr 33:11), sua capital temporária.


O castigo pode demorar, mas virá. E causa reações opostas em diferentes tipos de caráter. Alguns se tornam ainda mais rebeldes. Outros se arrependem.


Veja, amanhã, qual foi a reação de Manassés.

 



21 de setembro Terça


A conversão de Manassés


Então, reconheceu Manassés que o Senhor era Deus. 2 Crônicas 33:13


O sofrimento fez Manassés pensar. É um grande dia este em que Deus consegue nos fazer pensar. Ele deve ter se lembrado de seu piedoso pai. E lembrou-se também do Deus de seu pai. Sua experiência mostra como é difícil para um filho escapar da influência salvadora de um verdadeiro pai ou de uma boa mãe.


Manassés refletiu profundamente, arrependeu-se e caiu de joelhos. “Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais” (2Cr 33:12). E Deus o perdoou. E não apenas o perdoou, mas tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. O que havia sido cativo em uma terra estranha, voltou a usar a coroa. E durante todo o restante de sua vida ele foi um devoto seguidor do seu Deus. Sua conversão foi genuína e duradoura. Procurou desfazer os males que havia cometido anteriormente. Destruiu os altares que havia erigido aos falsos deuses. Tentou fazer com que o povo retornasse à verdadeira religião. E qual foi o resultado?


“Mas este arrependimento, notável embora, veio demasiado tarde para salvar o reino da influência corruptora de anos de prática idolátrica. Muitos haviam tropeçado e caído, não se levantando mais. Entre aqueles cuja experiência da vida tinha sido influenciada além da possibilidade de recuperação pela fatal apostaria de Manassés, estava seu próprio filho” (Profetas e Reis, p. 383).


Manassés fez uma constatação terrível: descobriu que havia sido mais fácil levar o povo à apostasia do que trazê-lo de volta às antigas veredas. Sentiu-se impotente para reerguer a nação, arruinada espiritualmente por sua culpa. Não foi sequer capaz de salvar o próprio filho, o qual se tornou idólatra até o fim de sua vida.


O arrependimento nos conduz à salvação. Mas há uma coisa que o arrependimento não faz: ele não nos salva das consequências temporais de nosso pecado. Podemos sair para o mundo e semear joio durante cinquenta anos. Se nos arrependermos, Deus nos perdoará. Mas há uma coisa que Deus não poderá fazer: transformar em trigo o joio que semeamos. Podemos lamentar profundamente nossa semeadura. Mas a respectiva colheita será obrigatória.


Manassés foi salvo apesar de ter levado à perdição homens e mulheres, devido a sua influência pecaminosa que não pôde ser revertida. Que tipo de influência você está exercendo sobre os outros?

 



22 de setembro Quarta


Compromisso com a primavera


Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga? Eclesiastes 3:9


Em uma radiosa manhã primaveril o filósofo George Santayana interrompeu sua palestra no meio de uma frase. “Acho que essa frase jamais será terminada”, disse ele. “Tenho um compromisso com a primavera.” Ele juntou seus papéis, saiu do auditório e foi para uma região rural.


Santayana era um indivíduo excêntrico em muitos aspectos, e não seria aconselhável seguir seu exemplo em tudo. Mas ele nos deixou uma lição sobre o equilíbrio que deve haver entre trabalho e lazer.


Muitos de nós somos escravos do trabalho, e nos afadigamos durante todas as horas úteis do dia. Não temos tempo para relaxar e observar as coisas belas e simples da vida.


Deus certamente levou em conta essa tendência humana ao nos criar, e por isso nos deixou um exemplo a ser seguido: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera” (Gn 2:2, 3).


Trabalhar arduamente é bom, pois nos dá um senso de realização e utilidade e nos livra do tédio. Mas também pode nos manter ocupados demais para perceber que talvez estejamos correndo atrás do vento.


Nosso compromisso com a primavera pode não ser igual ao do filósofo Santayana, entre árvores, grama e flores. Mas seja onde for, é melhor não adiar esse compromisso até que seja tarde demais.


Guilherme vivia com a esposa Elisa no sopé de uma montanha. De sua casa se descortinava um panorama esplendoroso, com um lago no meio do vale, lá embaixo. Um dia Guilherme morreu em seu escritório, onde estava trabalhando até tarde, como era seu costume.


A viúva, Elisa, se conteve durante o funeral e mesmo durante a venda de suas muitas posses. Mas perdeu totalmente o controle quando o leiloeiro anunciou o leilão de um par de cadeiras de balanço. “Uma delas é novinha em folha”, disse ele com entusiasmo.


Guilherme havia comprado as cadeiras para ele e Elisa, no verão em que havia aumentado o alpendre da casa com sua bela vista para o vale. Mas não tirou tempo para usar a sua.


Ele perdeu o seu compromisso com a primavera.


P.S. A primavera começa hoje.

 



23 de setembro Quinta


A vigília da noite


A minha boca Te louva, no meu leito, quando de Ti me recordo e em Ti medito, durante a vigília da noite. Salmo 63:5, 6


O que você faz quando não consegue dormir, à noite? Toma um sonífero, liga a televisão, lê, ou caminha pela casa? Quase todos nós já passamos noites em claro, perturbados por algum problema, preocupação ou barulho. E isto não é exclusividade da vida moderna e agitada em que vivemos. O salmista Davi teve insônia em meio ao silêncio e solidão do deserto.


Podemos imaginá-lo à porta de sua tenda, olhando para o céu estrelado e para a imensidão vazia do deserto da Judeia, fracamente iluminado pelo luar. É um lugar desolado, ótimo para um fugitivo se esconder. Foi por isso que Davi foi para lá, ao fugir de Saul.


Ele estava solitário e triste, certamente pensando nos dias alegres que já vivera e se perguntando se viveria dias melhores no futuro. Agora temia por sua vida, pois sua cabeça estava a prêmio. O sono lhe fugira dos olhos. O que fazer, sem televisão, naquelas paragens? Voltar para a cama e meditar no que Deus havia feito por ele no passado! Foi o que fez. E expressou sua confiança nesse mesmo Deus dizendo: “Porque Tu me tens sido auxílio; à sombra das Tuas asas, eu canto jubiloso. A minha alma apega-se a Ti; a Tua destra me ampara. Porém os que me procuram a vida para a destruir abismar-se-ão nas profundezas da Terra” (Sl 63:7-9).


O que é que lhe tira o sono? Problemas financeiros? Problemas conjugais? O clima não é favorável para suas plantações? O médico lhe deu uma má notícia? Precisou reprovar um aluno? Está desempregado? Essas e outras preocupações, que incomodam durante o dia, têm o poder de tirar o sono à noite.


A lista de coisas que podem nos perturbar à noite é enorme. Talvez alguém nos tenha ofendido ou ameaçado. Pode ser também que o problema esteja dentro de nós, como remorso ou complexo de culpa. Seja lá o que for que o mantém desperto em hora de dormir, quando você se sentir solitário e com o coração opresso, quando nada parece ter sentido, quando a dor e o sofrimento parecem insuportáveis, e você não tem ideia de como enfrentar um novo dia, faça o que fez Davi – medite no amor de Deus e em Seu poder restaurador. Pense em como Ele o ajudou e protegeu no passado. Pense em Sua infinita capacidade de cuidar de você no futuro.


Lembre-se de que está a salvo debaixo de Suas asas. Deus o sustentará durante este dia. E durante a vigília da noite também.

 



24 de setembro Sexta


Cisternas rotas


Porque dois males cometeu o Meu povo: a Mim Me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas. Jeremias 2:13


Dois viajantes, cansados ao extremo, estavam cruzando o deserto sob um sol abrasador. A água de seus cantis havia acabado. Eles estavam praticamente se arrastando e discutiam por quanto tempo ainda conseguiriam resistir antes de se abandonarem às areias escaldantes.


De repente viram no horizonte um pontinho verde. Seria uma miragem? Não, era real. À medida que avançavam lentamente, o pontinho verde crescia e ficava mais distinto. Algo estava crescendo ali. E fosse o que fosse, era sinal de que havia água por perto. Água! Esse pensamento lhes deu coragem para avançar. Deve ser um oásis!


Usando as últimas forças, eles chegaram lá. E nesse paraíso de sombra eles viram um poço. E ao lado, um balde de madeira! Apressadamente lançaram o balde lá dentro, mas ele chegou ao fundo com um baque surdo. O poço estava seco!


Isso era demais! Agora sim, eles iriam se deitar à sombra e admitir que o deserto havia sido vitorioso. Mas então eles viram uma tabuleta jogada ao chão, a alguns metros dali. Alguém, com um instrumento cortante havia entalhado na madeira as palavras: Água – 5 km a leste.


Água a cinco quilômetros! Será que eles conseguiriam? Sim. Quem se deitaria para morrer, sabendo que existe água a cinco quilômetros?
No Oriente, a água sempre foi um bem precioso. Quem tivesse uma propriedade com uma fonte de água seria tolo se a trocasse por uma cisterna rota. Mas foi exatamente isto que Israel fez: trocou o manancial de águas vivas por poços secos. Havia trocado o real pelo falso: “No Monte Sinai, onde o Senhor lhes deu a Lei, fizeram um bezerro e adoraram aquela imagem feita de metal. Trocaram o Deus glorioso pela imagem de um bezerro que come capim!” (Sl 106:19, 20, BV).


As pessoas continuam fazendo a mesma coisa hoje. Trocam o Deus do Céu e a paz de espírito, pela descrença e aflição de espírito. Trocam a verdade pela mentira, a certeza da salvação pela certeza da perdição.


A experiência de Israel foi escrita para nosso ensino, para que não imitemos o seu mau exemplo. Não vamos trocar a Água viva por cisternas rotas.

 



25 de setembro Sábado


Um rebanho e um pastor


Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. João 10:16


Um garoto estava apascentando as ovelhas de seu pai. Não muito longe dali, do outro lado de um pequeno vale, um outro garoto, vizinho, estava também apascentando as ovelhas do pai. Os rapazes eram bons amigos. Com frequência eles conversavam através do vale que os separava.


Um dia, uma forte tempestade caiu repentinamente, e os rapazes, com as ovelhas, se refugiaram embaixo da saliência de uma rocha. Quando a tormenta passou e chegou a hora de voltarem para casa, os garotos enfrentaram um problema: as ovelhas estavam misturadas e eles não sabiam como separá-las. Algumas eles conheciam, mas não tinham certeza quanto a outras.


Finalmente, desesperados e com medo de serem repreendidos, eles começaram a caminhar para casa, cada um por um caminho diferente. E então, o que aconteceu? As ovelhas se separaram, cada uma seguindo seu pastor!


Hoje, as ovelhas de Deus se acham misturadas e espalhadas por muitas nações, tribos e línguas, na Babilônia mística. E muitas se acham isoladas, sem terem laços com algum grupo organizado. Mas o Salvador conhece a todas e, quando chegar o momento de ir para casa, elas ouvirão Sua voz e O seguirão. O chamado de Cristo será: “Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18:4).


Deus sempre teve um povo em Babilônia. Homens e mulheres tementes a Deus às vezes vivem numa sociedade corrupta. Para que não se envolvam nos seus pecados, e consequentemente, no seu castigo, eles deverão deixar a companhia de gente perversa. Antes que a casa caia é melhor que seus moradores saiam dela para salvar a vida.


No passado remoto o povo de Deus ouviu o chamado divino para se retirar da Babilônia literal e retornar para Jerusalém (ver Is 48:20, Jr 50:8, 51:6, 45). Antes de se encerrar o tempo de graça o povo de Deus deverá também abandonar a Babilônia espiritual e se unir ao remanescente, aos “que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).


Então haverá um rebanho, e um pastor, que é Cristo, e não o líder de alguma igreja.

 



26 de setembro Domingo


O último dia de Ulício


Perece o justo, e não há quem se impressione com isso; e os homens piedosos são arrebatados sem que alguém considere nesse fato; pois o justo é levado antes que venha o mal. Isaías 57:1


Delcina Dias da Rocha é uma mulher sofrida. Dos quatro filhos que teve com seu marido Ulício, perdeu três. O primeiro nasceu morto; o segundo faleceu com dois meses e meio, vítima de infecção. E o terceiro morreu de acidente, aos 33 anos de idade. Agora só lhe resta a filha Adriana, pois Ulício também morreu de acidente aos 42 anos, em São Paulo.


Delcina conta que Ulício havia contraído um câncer de pele muito grave que, segundo os médicos, poderia se alastrar rapidamente pelo corpo todo. Ele passou por três cirurgias no Hospital do Câncer. Logo que pôde sair do seu quarto hospitalar, Ulício passou a visitar os demais pacientes e a pregar-lhes o evangelho, inclusive aos médicos e enfermeiras.


Daí foi para casa. Ao retornar para uma nova consulta, o médico constatou que ele havia sido curado. O próprio médico atribuiu a cura a um milagre divino. Ulício voltou para casa feliz e contou para a família o que havia acontecido.


No domingo seguinte ele foi dar um estudo bíblico a Márcio e sua esposa. No apelo que fez ao casal, perguntou-lhes se eles queriam ir para o Céu junto com ele. Eles responderam que sim. “Então vocês se preparem”, respondem Ulício, “porque se eu morrer hoje, tenho certeza de que estou preparado.”


Ele não sabia que realmente estava vivendo o último dia de sua vida. Voltou para casa, e à noite não pôde ir à igreja porque chovia muito. Sentou-se na cama e cantou vários hinos. Depois orou e deitou-se para dormir.


No dia seguinte, às 6 horas da manhã, ele apanhou o ônibus, e ao descer pouco adiante, foi atropelado, vindo a falecer. Delcina sofreu muito, emagreceu, mas nunca se revoltou contra Deus, porque sabia que Ulício estava com a salvação assegurada.


Cinco anos depois, ao ir à igreja adventista de São Mateus, em São Paulo, encontrou ali Márcio, a esposa e as filhas, e só então ficou sabendo da conversa que seu marido havia tido com eles em seu último dia de vida. E Márcio então diz: “Estou aqui porque quero me encontrar com o Ulício, quando Jesus voltar.”


A morte do justo é muitas vezes prematura porque Deus, em Sua misericórdia, o leva antes que seja afligido pelo mal. E isso é confortador.

 



27 de setembro Segunda


Serendipidade


O reino dos Céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. Mateus 13:44


Serendipidade é uma palavra nova em português. É originária do inglês serendipity, e foi criada pelo escritor inglês Horace Walpole, em 1754, a partir do conto persa infantil Os Três Príncipes de Serendip (atual Sri Lanka), que viviam fazendo descobertas inesperadas.


A palavra foi aportuguesada justamente por não haver uma tradução exata.


O que significa? É a capacidade de fazer descobertas felizes ou úteis por acaso. Geralmente ocorre quando alguém está procurando uma coisa e acha outra. A descoberta da América, por exemplo, teria sido um caso de serendipidade, pois Cristóvão Colombo procurava um caminho para a Índia, quando descobriu a América.


Outro caso famoso foi o de Alexander Fleming, que descobriu a penicilina acidentalmente, ao verificar que algumas culturas de bactérias morriam quando um tipo de bolor se desenvolvia nessas culturas. Estudando os constituintes desse bolor, veio a isolar o primeiro antibiótico.


Conta-se que Newton formulou a Lei da Gravitação Universal graças à queda ocasional de uma maçã, numa tarde em que tomava chá no jardim. Os sucrilhos, ou corn-flakes, surgiram porque os irmãos Kellog, em 1898, esqueceram o milho em um forno aceso durante todo um dia. A borracha vulcanizada foi inventada quando Charles Goodyear, em 1844, deixou cair um pedaço de borracha escolar dentro de uma frigideira quente. A ciência moderna está repleta de serendipidades.


A ciência da salvação também. Uma pessoa se converteu ao achar o livro O Grande Conflito no lixo. Outro aceitou a Jesus através de um folheto trazido pela enxurrada. Você deve conhecer outros casos.


Existe serendipidade na Bíblia? A palavra não, mas o conceito sim. Salomão já dizia que “tudo depende do tempo e do acaso” (Ec 9:11). Na parábola do tesouro escondido, o homem que estava cavando a terra não estava procurando um tesouro. O que ele achou foi inesperado e por acaso – um exemplo de serendipidade bíblica.


Mas o caso mais espantoso é o do peixe que tinha na boca uma moeda, a qual seria usada para pagar o imposto do Templo (Mt 17:27). Serendipidade ou milagre?


Seja como for, é importante frisar que quando confiamos em Deus, todas as coisas cooperam para o nosso bem (Rm 8:28).

 



28 de setembro Terça


O Deus que vem


Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir. Apocalipse 4:8


Temos pregado com ardor sobre a segunda vinda de Cristo. Mas praticamente não se fala que Deus o Pai acompanhará o Filho em Sua segunda vinda. Entretanto, há evidências bíblicas de que isto ocorrerá.


As Escrituras mostram Deus vindo à procura do homem (ver Lc 19:10, Jo 1:14, 11; 1Jo 4:10). Este último verso nos apresenta a razão por que Deus Se mobilizou em busca do homem perdido: Seu grande amor por nós. A salvação, portanto, é Deus vindo até nós movido pelo amor.


O Antigo Testamento faz várias referências a essa atitude divina, mostrando Deus vindo ao encontro do Seu povo (ver Êx 19:9; 20:24). Mas é no Novo Testamento que temos as principais referências de que o Pai acompanhará Jesus em Sua vinda à Terra.


Em Seu julgamento, Cristo dissera a Caifás: “Desde agora vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do Céu” (Mt 26:64). Notem que aqui são mencionadas duas Pessoas: o Filho do Homem, que é Jesus, e o Todo-Poderoso, que é um dos nomes atribuídos a Deus o Pai. Ambos virão sobre as nuvens do Céu.


No auge do sexto selo, os ímpios clamam às rochas e às montanhas: “Caí sobre nós e escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono e da ira do Cordeiro” (Ap 6:16). Aqui novamente são mencionadas duas Pessoas: o Cordeiro, que é Jesus, e “Aquele que Se assenta no trono”. O Apocalipse não deixa dúvida de que Aquele que Se assenta no trono é Deus o Pai (ver Ap 5:6, 7; 7:9, 10).


Finalmente, lemos em Apocalipse 16:12: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol.”


Esta é uma referência à volta de Jesus, que é apresentado em Isaías como Rei do Oriente, através da figura do rei Ciro, um rei do Oriente. Mas o texto fala em reis, no plural. Deve ser mais de um, portanto. Mervyn Maxwell entende que se trata de Pai e Filho: O Filho do homem e o Todo-Poderoso, ou o Cordeiro e Aquele que Se assenta sobre o trono. Essa dupla divina vem ao lugar onde a terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, já Se encontra desde a ascensão de Cristo (Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse, p. 83, 84, 160, 161, 192, 193).


Pai e Filho vêm nos buscar, e junto com o Espírito Santo, que já está entre nós, os três Reis do Oriente retornam para o Seu reino, acompanhados de todos os santos anjos, e dos remidos, que somos nós. Que festa maravilhosa será essa! Façamos planos para estar lá.

 



29 de setembro Quarta


Começo humilde, final grandioso


Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos? É como um grão de mostarda, que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra. Marcos 4:30, 31


Telêmaco era um eremita. Mas um dia algo lhe disse que ele devia ir a Roma. Ele saiu do deserto e foi. Embora Roma fosse uma cidade nominalmente cristã, havia jogos em que os gladiadores lutavam até que um deles morresse. A multidão vibrava, com sede de sangue.


Telêmaco foi assistir a uma dessas lutas. Oitenta mil pessoas estavam no estádio. Ele ficou horrorizado. Os gladiadores que estavam se matando também não eram filhos de Deus? Ele saltou da arquibancada para dentro da arena e se colocou entre os gladiadores. Foi empurrado para o lado, mas voltou. A multidão ficou irada e começou a apedrejá-lo. Mas ele continuou se interpondo entre os lutadores.
Então o prefeito de Roma emitiu uma ordem e uma espada resplandeceu ao Sol. Num instante, Telêmaco estava morto. Os espectadores silenciaram. De repente a multidão entendeu o que havia acontecido: um homem santo havia morrido. Algo extraordinário ocorreu naquele dia em Roma: as lutas entre gladiadores foram suspensas. Através de sua morte um homem deu início a um movimento que extirpou do império uma prática criminosa.


Grandes realizações começam com uma ideia. Uma reforma começa com um homem. A parábola do grão de mostarda nos ensina que o reino de Deus começa pequeno, mas terminará como uma árvore frondosa que abriga muitas nações. No Antigo Testamento, uma das figuras mais comuns para representar um grande império é a de uma grande árvore, e as nações súditas como aves que se aninham nos seus ramos (Ez 31:3, 6).


“Jesus não poderia ter escolhido uma figura melhor do que o insignificante grão de mostarda para ilustrar a maneira como o reino de Deus opera na mente de pessoas não regeneradas. Os líderes judaicos olhavam com desprezo para a multidão heterogênea que ouvia Jesus, especialmente os poucos pescadores e camponeses iletrados que se assentavam ao Seu lado. Eles concluíram que Jesus não podia ser o Messias, e que o ‘reino’ que Ele proclamava nunca daria em nada” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 409).


Mas eles se enganaram, pois o reino de Deus cresceu e continuará crescendo até atingir o mundo todo.

 



30 de setembro Quinta


Doença é castigo?


Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os Seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? João 9:1, 2


O rabino Harold S. Kushner conta que conheceu um garoto de 11 anos que se submeteu a um exame de vista na escola. Foi constatado um grau de miopia suficiente para o uso de óculos. Ninguém ficou chocado com isso, pois tanto seus pais como sua irmã mais velha usavam óculos. “Mas o garoto ficou profundamente transtornado com o fato, não se abrindo, porém, com ninguém. Finalmente, certa noite, quando a mãe o colocava na cama, a verdade apareceu. Uma semana antes do exame de vista, o garoto e dois outros amigos mais velhos examinaram um monte de velharias que um vizinho colecionava e descobriram um exemplar da revista Playboy. Com o sentimento de que estavam fazendo algo perverso, eles passaram algum tempo olhando para as fotografias de mulheres nuas. Dias mais tarde, diante do resultado do exame de vista na escola, ele tirou a conclusão de que Deus iniciara o processo de puni-lo com a cegueira por ter olhado para aquelas fotografias” (Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 20).


Os judeus acreditavam que os sofrimentos desta vida eram castigos divinos pelo pecado. Os rabinos ensinavam ainda que Deus era muito cuidadoso, no sentido de punir cada pecado na medida exata. Sansão, por exemplo, cedeu ao desejo dos olhos, e como consequência, os filisteus lhe vazaram os olhos. Absalão se orgulhava de seu cabelo e por isso morreu pendurado pelos cabelos. E por aí afora.


Mas Cristo condenou esse raciocínio, dizendo: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9:3). Uma tradução mais compreensível seria: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas como resultado de seu sofrimento, as obras de Deus serão manifestadas nele.” Jesus “não explicou a causa da aflição do homem, mas disse-lhes qual seria o resultado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 471).


É verdade que os filhos muitas vezes colhem os resultados das transgressões dos pais. Mas não se deve confundir lei da causalidade com castigo divino. São duas coisas diferentes. O profeta Oseias já dizia: “Porque semeiam ventos e segarão tormentas” (Os 8:7). Isso é causa e efeito.


A punição pelo pecado, porém, não é aplicada agora. Será no dia do juízo.

 



29 de agosto Domingo

De onde vieram os soldados?

Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. 2 Reis 6:16


No fim da década de 50 o padre de Fátima do Sul, MS, através de um alto-falante na igreja matriz, falava contra as demais igrejas locais, inclusive contra os adventistas, que se reuniam em um pequeno templo de madeira.


Então os irmãos adventistas decidiram colocar também um alto-falante junto ao seu pequeno templo, não para revidar os ataques, mas para ler trechos da Bíblia e do Espírito de Profecia para a vizinhança.


Na mesma noite em que o alto-falante foi inaugurado, uma procissão passou ali perto, e alguns participantes, incomodados com a programação, decidiram ir até lá e “acabar com tudo”. Duas mocinhas, interessadas em nossa mensagem, ouviram a ameaça e foram correndo avisar o irmão Porfírio Ferreira de Abrantes, um dos líderes adventistas, o qual pediu ao irmão Diomar que parasse de falar e desligasse o alto-falante. E ficou em frente à igreja para ver o que aconteceria.


Uma turba de uns 30 homens chegou e rodeou o irmão Porfírio, xingando-o e desferindo socos na direção do seu rosto, mas sem o atingir. Ele estava calado e conta que, nesse instante, Deus lhe colocou na mente as seguintes palavras: “Vejam bem o que vocês vão fazer!” E dizendo isto, estendeu a mão na direção da igreja. Eles olharam naquela direção, calaram-se e foram saindo, aparentemente com medo.


No dia seguinte, o delegado intimou o locutor do alto-falante, o irmão Diomar, a prestar depoimento na delegacia. Lá chegando, Diomar soube que os revoltosos haviam dado queixa, afirmando que os adventistas tinham contratado um grupo de soldados para montar guarda em frente à igreja. O delegado queria saber de onde era esse destacamento e por que não haviam recorrido a ele, em busca de proteção.


Diomar explicou que não haviam chamado nenhum soldado, e que a única explicação que tinha é que Deus certamente enviara anjos para protegê-los.


A partir desse incidente a igreja não mais enfrentou oposição no lugar. Os irmãos instalaram um alto-falante em uma casa comercial no centro da cidade, onde passaram a utilizar discos da Voz da Profecia com as palestras do pastor Roberto Rabello, ouvidas até pelo padre. Um dia, esse religioso disse ao irmão Porfírio:


– Ô, Porfírio, pode pôr esse programa aí, porque eu ouço e aprecio muito.


O episódio serviu para demonstrar, mais uma vez, a proteção divina, tanto por Seus filhos quanto pela Sua igreja, mesmo em se tratando de um pequeno templo de madeira.

 



30 de agosto Segunda

Perfeitos como Deus


Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste. Mateus 5:48


Muito cristão já abanou a cabeça em perplexidade ao ler estas palavras de Cristo. À primeira vista parece que Ele está pedindo de nós, falíveis seres humanos, algo impossível, já que “não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Sl 14:3, Rm 3:12).


É preciso notar, porém, que neste trecho do Sermão do Monte, Jesus está falando do amor ao próximo. E o que tem a ver o amor ao próximo com a perfeição semelhante à de Deus? Vejamos:


William Barclay explica que a palavra grega para perfeito é teleios, que dá a ideia de perfeição funcional. “Uma coisa é perfeita se cumpre o propósito para o qual foi criada.” Exemplo: Suponhamos que em minha casa haja um parafuso frouxo e eu queira apertá-lo. Eu apanho uma chave de fenda do tamanho certo, coloco-a na fenda do parafuso e noto que ela se ajusta perfeitamente. Então viro a chave de fenda até o parafuso ficar apertado. No sentido grego, essa chave de fenda é perfeita, porque cumpriu exatamente o propósito para o qual foi criada.


Assim também o homem será perfeito se ele cumprir o propósito para o qual foi criado. E qual é esse propósito? No relato da criação, encontramos Deus dizendo: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança’ (Gn 1:26). Aí está: o homem foi criado para ser semelhante a Deus. E a maior característica de Deus é amar tanto os bons como os maus, tanto os justos como os injustos (Mt 5:45).


E quando o homem reproduz em sua vida esse amor incansável e perdoador de Deus, ele se torna perfeito no sentido neotestamentário da palavra. Dizendo isto em outras palavras, o homem que mais se interessa pelo próximo é o homem mais perfeito.


Se há uma coisa que nos torna semelhantes a Deus esta é o amor que nunca deixa de se importar com os outros, sejam eles merecedores ou não.


Atingimos a perfeição cristã quando aprendemos a perdoar como Deus perdoa, e a amar como Deus ama” (The Gospel of Matthew, v. 1, p. 176, 177).


Ellen White diz: “Como Deus é perfeito em Sua elevada esfera de ação, assim o homem pode ser perfeito em sua esfera humana. O ideal do caráter cristão é a semelhança com Cristo” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 365).


No dia em que conseguirmos amar tanto a justos como a injustos seremos perfeitos em nossa esfera como Deus o é na Sua.

 



31 de agosto Terça

Quando o primeiro amor esfria

Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Apocalipse 2:4


Éfeso era a capital da Ásia Menor e um importante centro comercial, cultural e religioso nos dias de João. Paulo trabalhou nessa cidade por três anos, sendo que durante dois anos ele pregou diariamente a Palavra em um salão alugado. Como resultado de seus esforços missionários “uma florescente igreja foi estabelecida ali, e desta cidade o evangelho se espalhou através da província da Ásia” (Atos dos Apóstolos, p. 291).


Entretanto, algum tempo depois o primeiro amor dos efésios por seu Salvador e uns pelos outros havia esfriado, talvez devido a controvérsias provocadas pelos falsos mestres. “Além disso, quando aqueles que haviam se associado pessoalmente com Jesus morreram, cessando de dar o seu testemunho, e a visão da iminência da volta de Cristo começou a desvanecer-se, a chama da fé e da devoção diminuiu cada vez mais” (SDA Bible Commentary, v. 7, p. 744).


Em sua carta aos crentes efésios (Ap 2:1-7) Jesus lhes faz alguns elogios e, então, os reprova com as seguintes palavras: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.”


É provável que esta expressão se refira mais à qualidade do amor do que a sua fase. Quando um marido dá prioridade aos amigos, esportes, televisão, em vez da companhia da esposa, embora a ame e lhe seja fiel, isso indica que ele perdeu seu primeiro amor por ela.

 

Assim também, quando nossos interesses vêm antes do amor a Deus, isso é um sintoma de que perdemos nosso primeiro amor por Ele.

 

Mas Deus deseja que Lhe dediquemos um amor não dividido (Mt 22:37, Lc 14:33), o nosso primeiro amor, que é o melhor.


Qual o remédio? “Arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2:5).


Parece, porém, que os efésios não se arrependeram, não voltaram ao primeiro amor, e a ameaça de Jesus se cumpriu. A igreja de Éfeso desapareceu. E, no lugar em que antes brilhava a luz do evangelho de Cristo, hoje é proclamado um “outro evangelho”.


Não abandonemos nosso primeiro amor por Cristo. Mas demos a Ele o lugar de honra em nossa vida.

 

 5 de agosto Quinta

A praça é nossa

As praças da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão. Zacarias 8:5


Cansados da vida agitada de São Paulo, Rosa Turbiani e o marido Heliovaldo, venderam a oficina mecânica e vieram para Tatuí, SP, em 1994.


Seu objetivo era montar uma oficina num bairro da cidade, mas a prefeitura local embargou o projeto, por se tratar de bairro residencial.


Um dia, o sogro de Rosa, que já morava em Tatuí, lhe disse que no bairro Andrea Ville havia um povo muito educado, que ia bem vestido à igreja, e que procurassem conhecê-los, pois isso seria muito bom para todos, especialmente para as crianças.


Um sábado à tarde, Rosa convidou uma vizinha para ir até a praça do Andrea Ville. Para sua surpresa, a vizinha lhe disse:


– Deus me livre! Você vai ser enxotada se for lá, porque aquela praça tem dono. Ela pertence aos adventistas.


– Ah, mas eu vou assim mesmo, porque nunca vi praça ter dono – respondeu Rosa. – Quero ver alguém me tirar de lá.


Então ela, o marido e o casal de filhos pequenos se dirigiram para lá. Chegando à praça, sentaram num banco e começaram a conversar, enquanto as crianças ficaram andando de bicicleta ali em volta.


Não demorou muito, chegou uma senhora empurrando um carrinho de bebê. Ela se aproximou e disse:


– Boa tarde. Vocês são adventistas? Moram por aqui?


Heliovaldo cutucou-a e disse:


– Vamos ser enxotados.


– Não, não sou adventista nem moro aqui – respondeu Rosa desconfiada. – Por quê, não posso ficar aqui?


– É claro que pode. Essa praça é de todos, e é muito bom ver a senhora e sua família aqui.


Então eles começaram a conversar, a senhora convidou-a para conhecer uma de nossas igrejas, e daí foi até sua casa buscar o endereço. Ao voltar, trouxe, além do endereço, um folheto, o livro O Grande Conflito, duas revistas Vida e Saúde e dois exemplares do Nosso Amiguinho.


Rosa e seu marido ficaram felizes por verem que a advertência da vizinha não correspondia à verdade. Heliovaldo começou a ler O Grande Conflito, interessou-se, e passaram a frequentar a igreja, receberam estudos bíblicos e hoje toda a família está na igreja.


Tudo isto graças ao testemunho amoroso de irmãos que demonstraram interesse em contar a outros a razão da sua esperança. Um dia, pela graça de Deus, todos estarão na praça da Nova Jerusalém, que “é de ouro puro, como vidro transparente” (Ap 21:21).

 

 4 de agosto Quarta

Pedras no telhado


O que ganha almas é sábio. Provérbios 11:30


Em 1966, Reinaldo dos Reis, gerente de uma indústria de erva-mate, foi transferido para a pequena localidade de Coronel Bicaco, no Rio Grande do Sul.


Instalou-se com a família numa casa que fazia fundos com a igreja católica local. Adventistas fiéis, realizavam o culto vespertino com cânticos de louvor, no dia seguinte, quando um grupo de crianças, instigadas pelo padre local, jogou pedras no seu telhado, quebrando algumas telhas.


O filho mais velho, nervoso, tirou o cinto para ir atrás dos garotos. Mas a mãe, D. Emília, o impediu dizendo:


– Não, não vamos fazer isso com as crianças. Pode deixar que eu resolvo!


E saiu à rua. Eram umas doze ou treze crianças. Os meninos maiores fugiram. Mas D. Emília conseguiu dizer calmamente às crianças menores:


– Olhem, eu gosto de crianças e quero ser amiga de vocês. Acabo de chegar aqui e quero convidá-los para vir a minha casa, amanhã à noite, para tomar um chá bem gostoso, com bolachinhas e doces. Então vou lhes contar uma história muito bonita, de um menino como vocês.


No dia seguinte apareceram três meninos. Tomaram chá com bolachas e doces, ouviram histórias de Jesus, e foram convidados a voltar no dia seguinte, sábado, trazendo os amiguinhos.


Vieram cinco meninos. E o número foi aumentando nos dias e semanas seguintes. Daí as crianças trouxeram os pais. Em três meses havia 23 pessoas, entre adultos e crianças, participando dos cultos.


O trabalho foi crescendo, e então D. Emília começou um trabalho assistencial. Conseguiu que outras senhoras ensinassem corte e costura, bordado e tricô. Além disso, alfabetizaram 36 pessoas adultas. O seu trabalho chamou a atenção das autoridades e comerciantes locais, que passaram a doar roupas, calçados e alimentos. O próprio padre ficou seu amigo.


Mais tarde vieram os primeiros pastores para dar estudos bíblicos e realizar batismos. Quando D. Emília saiu de lá, em 1980, Coronel Bicaco tinha um grupo de 96 pessoas batizadas. Foi construída uma igreja, que existe ainda hoje, e é fruto da consciência missionária de uma família que não perdia tempo nem oportunidades para testemunhar de sua fé.


A sabedoria cristã de D. Emília mostrou-lhe como transformar as pedras lançadas em seu telhado em almas para o reino de Deus. “O que ganha almas, é sábio” – mesmo que não tenha escolaridade.

 

 2 de agosto Segunda

Três dias de chuva

Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da Minha boca: não voltará para Mim vazia. Isaías 55:10, 11


José Martins Pereira havia recentemente aprendido o ofício de pedreiro, e um dia foi com mais três amigos à cidade de Ribeirão Pires, no ABC paulista, para construir um cômodo na casa de um cunhado. A intenção deles era chegar bem cedo, levantar o cômodo e voltar à noite para casa.


De fato, chegaram cedo, mas chovia muito, e eles não puderam realizar a tarefa. Os colegas voltaram para casa e José Martins continuou ali, esperando que a chuva parasse. Enquanto isso procurou na estante do cunhado um livro para ler. Encontrou uma Bíblia e começou a lê-la avidamente.


Havia muitos anos que ouvia falar na Bíblia, mas nunca vira uma de perto. E agora, ao manusear e ler a Palavra de Deus sentia-se emocionado. Leu e leu sem parar, pois sua fome de conhecimento da verdade era muito grande. Parecia que Deus estava sorrindo para ele, convidando-o a conhecer Sua vontade. Tomava as refeições lendo e dormiu umas poucas horas nas duas noites seguintes.


Choveu durante três dias sem parar. E José Martins, também sem parar, leu a Bíblia naqueles três dias. Ele havia reclamado bastante quando começou a chover, pois não pôde realizar o trabalho planejado. Deus, no entanto, tinha algo muito melhor para ele, pois aqueles três dias de chuva se transformaram em bênçãos que durariam a vida toda.


Em sua leitura José Martins soube pela primeira vez que o sábado é o dia de guarda, e não o domingo. Aprendeu sobre a distinção que há entre animais limpos e imundos, o maravilhoso plano de salvação, o estado do homem na morte, o batismo por imersão, a volta de Jesus e todas as demais doutrinas bíblicas. E começou a procurar uma igreja cujos ensinos coincidissem com o que havia lido nas Escrituras Sagradas. Essa procura durou vinte anos.


Um dia, ao fazer sua refeição numa pensão da cidade de Bela Vista, MS, onde estava residindo, ouviu no rádio da pensão o programa “A Voz da Profecia”. Solicitou os estudos oferecidos por correspondência, soube que era um programa da Igreja Adventista do Sétimo Dia e, após o devido preparo, foi batizado.


Talvez você também esteja passando pelos seus “três dias de chuva”. Transformá-los em bênçãos depende de você.


Leia amanhã mais um episódio ocorrido com José Martins, quando foi à igreja pela primeira vez.

 

 

 1º de agosto Domingo

Por que Jesus não salvou João Batista?


E deu ordens e decapitou a João no cárcere. Mateus 14:10


Deus salvou Daniel na cova dos leões. Salvou Sadraque, Mesaque e Abednego na fornalha de fogo ardente. Durante Seu ministério, Jesus operou muitos milagres de cura, ressuscitou o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, e Lázaro. Por que não impediu que João Batista fosse morto?


Poderíamos nos perguntar também: Por que uns são especialmente protegidos e outros não? Quando um cristão piedoso escapa milagrosamente de um acidente, dizemos que Deus o protegeu. Quando isto acontece com um descrente, achamos que ele “teve sorte”. Quando um bom cristão morre prematuramente, entendemos que “foi da vontade de Deus”. Quando o mesmo ocorre com um incrédulo, pensamos que ele colheu as consequências de seus atos.


Podemos saber a verdade sobre cada caso? No momento, não. Esta é uma informação à qual não temos acesso nesta vida. Não sabemos o que acontece por trás dos bastidores, no mundo invisível, até que ponto os anjos bons puderam interferir e a partir de que ponto Satanás pôde agir para causar sofrimento e morte. Podemos apenas ter alguns vislumbres dessas realidades através daquilo que nos foi revelado. Lembremo-nos da experiência de Jó, que só foi afligido por Satanás até onde Deus permitiu.


No caso de João Batista, por exemplo, alguns pensam que se ele tivesse ficado calado sobre a situação conjugal irregular de Herodes, não teria despertado a ira de Herodias, e ela não teria tido motivos para desejar sua morte. Podemos também creditar parte dessa tragédia ao efeito do álcool, que subiu à cabeça de Herodes e o levou a fazer um oferecimento irresponsável a Salomé. Ou podemos ainda pensar que foi da vontade de Deus que Seu servo tivesse uma morte trágica e prematura.


Já afirmamos que não temos acesso a esse tipo de informação agora. Só saberemos isso durante o milênio, quando examinarmos os registros celestiais. Por enquanto, precisamos nos contentar com o que foi revelado através do Espírito de Profecia: “Jesus não Se interpôs para livrar Seu servo. Sabia que João havia de suportar a prova [...] Com prazer teria libertado Seu fiel servo. Mas por amor de milhares que haveriam em anos posteriores, de passar da prisão para a morte, João devia beber o cálice do martírio” (O Desejado de Todas as Nações, p. 224).


Mais importante do que perguntar por que Jesus não salvou João Batista, é perguntar por que não salvou a Si mesmo, na cruz.


Você sabe a resposta.

 26 de julho Segunda

Brincando de esconder?


Até quando, Senhor? Esconder-Te-ás para sempre? Salmo 89:46


O poeta Castro Alves assim inicia seu poema Vozes da África: “Ó Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo, em que estrela Tu Te escondes, embuçado nos céus?”


Parece que Deus responde a essa pergunta de Castro Alves através do profeta Jeremias, dizendo: “Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29:13). Deus Se deixar achar por aqueles que O buscam com o coração sincero. Essa deveria ser uma busca relativamente fácil, pois Paulo afirma que Ele “não está longe de cada um de nós” (At 17:27).


Na brincadeira infantil de esconde-esconde uma criança procura as que estão escondidas, e depois ela se esconde enquanto outra procura achá-la. Essa brincadeira ilustra o que ocorreu com Adão. Quando ele pecou, se escondeu, e Deus saiu à sua procura, chamando: “Onde estás?” (Gn 3:9).


A Bíblia compara Deus a uma mãe que procura os filhos, a uma galinha que ajunta os pintinhos debaixo das asas, a uma mulher que procura uma moeda perdida, a um pastor que sai em busca da ovelha perdida. Deus é quem procura Seus filhos, mas também é quem Se esconde.


Um dia o filho do rabino Schneur Zalman veio correndo ao seu encontro, chorando. Entre um soluço e outro, ele disse: “Pai, eu estava brincando de esconde-esconde com os outros meninos. Quando foi a minha vez de me esconder, encontrei um bom lugar no meio das árvores, e esperei lá por horas que eles me encontrassem. Mas não apareceu ninguém. Depois fiquei sabendo que eles haviam se cansado de brincar. Eles simplesmente me deixaram lá sozinho, sem me avisar nada.”


O rabino pôs os braços em torno do filho e lhe disse: “Ah, filho, isso é o que acontece com Deus também. Ele está sempre Se escondendo, esperando que os Seus filhos venham procurá-Lo. Mas, muitas vezes, eles O deixam sozinho e chorando, desejando ser encontrado.”
Deus Se esconde como um ato de amor, para que O busquemos. E a Sua promessa é que essa busca terminará com encontro maravilhoso com Ele, se O buscarmos de todo o coração.


Deus já achou você. Agora é a sua vez de procurá-Lo.

 22 de julho Quinta

Um homem, duas mulheres


Houve um homem [...] cujo nome era Elcana [...] Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra, Penina. 1 Samuel 1:1, 2


É bem conhecida a afirmação de que “por trás de um homem de sucesso sempre existe uma mulher”. Por outro lado, diz-se também que “por trás de um homem fracassado, geralmente existem duas.” O ex-presidente americano Bill Clinton quase perdeu o cargo por causa de uma amante.


No sexto dia da Criação Deus fez um homem e uma mulher (Gn 2:18), o que indica que a relação ideal é a monogamia. Entretanto, muito cedo na história da humanidade, este ideal foi pervertido, quando o patriarca Lameque tomou para si duas mulheres (Gn 4:19).


Milênios mais tarde, em virtude da “dureza dos corações”, Moisés, por orientação divina, regulamentou a prática da bigamia (ver Dt 21:15) para evitar injustiças com os herdeiros. A bigamia ou poligamia, no Antigo Testamento, nunca foi incentivada. Foi apenas tolerada até que os filhos de Deus fossem educados e alcançassem uma condição mais elevada.


A relação de um homem com duas mulheres é sempre complicada e traz muitos dissabores. Jacó, por exemplo, casou com duas mulheres irmãs. Ele amava Raquel, e serviu ao gananacioso sogro Labão durante sete anos para casar-se com ela. Mas na noite de núpcias foi enganado e recebeu Lia, irmã de Raquel (Gn 29:25). Ele só desposou Raquel ao assumir o compromisso de servir mais sete anos. E então, quando a felicidade finalmente pareceu sorrir-lhe, a vida dele virou um inferno, pois as duas irmãs se tornaram rivais e passaram a ter ciúmes e a competir entre si pelo mesmo homem (Gn 30:8). Lia chegou a alugar Jacó por uma noite, em troca das mandrágoras que deu a Raquel (Gn 30:16).


Experiência semelhante teve Elcana, casado em primeiras núpcias com Ana. Como Ana era estéril, Elcana tomou para si outra mulher, chamada Penina. “Mas este passo, motivado pela falta de fé em Deus, não trouxe felicidade. Filhos e filhas foram acrescentados à casa; mas a alegria e beleza da sagrada instituição de Deus foram mareadas, e interrompera-se a paz da família. Penina, a nova esposa, era ciumenta e dotada de espírito estreito, e conduzia-se com orgulho e insolência” (Patriarcas e Profetas, p. 569).


O ideal de Deus não pode ser contrariado sem produzir infelicidade. Não só o oficial da igreja deve ser marido de uma só mulher (1Tm 3:2), mas todo e qualquer cristão fiel a Deus.

 

 

 21 de julho Quarta

Sacrifício de louvor


Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o Seu nome. Hebreus 13:15


Kay Rizzo conta que um pequeno avião transportando quatro médicos, saiu de Anchorage, Alaska, e começou a atravessar o mar de Bering, rumo ao extremo oriental da Rússia. Então, o avião apresentou problemas nos motores. Primeiro um motor começou a falhar e tossir até parar. Enquanto o piloto pedia socorro pelo rádio, o outro motor entrou em pane.


“Treze minutos”, pensou Don, um dos membros do grupo. “Treze minutos é o tempo de graça que teremos até entrar em hipotermia. Oh, Deus”, exclamou ele, enquanto mergulhava nas águas geladas do Mar de Bering.


Voltando à tona, ele se viu cantando um verso do Salmo 118: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (v. 24). Seus companheiros olharam para ele incrédulos. O medo o teria deixado insano? A água gelada teria entorpecido seu cérebro?


Os treze minutos de prazo para congelar passaram. Então quinze, vinte. Ele pensou na esposa e nos filhos em casa, na Califórnia, brincando junto à piscina. Vinte e cinco minutos, trinta, quarenta e cinco. Ao cair na água Don não pensou no hino que deveria cantar.

 

Ele espontaneamente cantou as palavras que havia memorizado anos antes, como era hábito seu – o hábito de louvar a Deus. Ele havia aprendido a oferecer a Deus, sempre, um sacrifício de louvor.


Do ponto de vista humano, louvar a Deus na adversidade não faz sentido. É mais fácil louvar a Deus nos dias ensolarados, junto a uma mesa repleta dos nossos alimentos favoritos. Mas louvá-Lo nos dias cinzentos ou durante longas noites passadas em claro, sentindo dores, requer sacrifício. Sacrifício de nosso desejo de entender por que certas coisas acontecem.


Uma hora após o piloto ter pedido socorro, um grupo de resgate da Guarda Costeira chegou, esperando encontrar apenas os restos do avião. Mas para sua surpresa, eles tiraram da água todos os seis sobreviventes, e nenhum deles com hipotermia. Milagre? Sem dúvida.
Como Don, precisamos cultivar o hábito de louvar a Deus em qualquer circunstância, não só quando tudo está correndo bem. “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele.”

 


 

 19 de julho Segunda

Versatilidade ou conformismo?


E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente. Romanos 12:2


A rainha Vitória, da Inglaterra, tinha várias filhas. E elas eram como as garotas de hoje: iam à escola, observavam as últimas modas e queriam se vestir como as outras moças. E um dia elas chegaram ao palácio falando alto à sua mãe, dizendo que queriam roupas assim e assim e o chapéu daquele outro jeito. Mas a mãe as atalhou dizendo: “Vocês são filhas da rainha. E as filhas da rainha não seguem a moda. Elas ditam a moda!”


Esse é um bom exemplo para nós, como cristãos. Vivemos em sociedade, mas não pertencemos à sociedade. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Devemos estabelecer padrões de comportamento em vez de nos escravizarmos às imposições da sociedade. É verdade que somos minoria, mas lembremo-nos de que é necessária apenas uma pitada de sal para salgar o alimento todo.


Quando Israel entrou em contato com as nações pagãs, gradativamente se adaptou aos seus costumes. Em vez de influenciá-las, foi influenciado por elas. O resultado foi desastroso, tanto para sua vida espiritual como para a prosperidade temporal. O mesmo ocorreu com as igrejas da Ásia. O mundanismo que as contaminou provocou-lhes a ruína. Sardes tinha nome de que vive, mas estava morta. Laodiceia era morna.


Alguns cristãos imaginam que terão mais influência sobre o mundo se descerem ao seu nível. É um grande engano. Se queremos ensinar as crianças a escrever corretamente, não podemos dar-lhes livros cheios de incorreções ortográficas e gramaticais. O mundo nunca se tornou melhor através de ideais inferiores. Os deuses do paganismo não elevaram a humanidade. De igual modo, não é o cristão “meia-tigela” que influenciará positivamente aqueles que o cercam, mas o que possui ideais elevados e que, com a ajuda divina, vive à altura de sua profissão de fé.


Paulo, como grande evangelizador que era, diz que procedeu “para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus”, e que se fez “fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos” (1Co 9:20, 22). Isso não significa que ele era uma espécie de camaleão, que muda de cor conforme o ambiente, mas que tinha versatilidade para adaptar tanto sua mensagem como seu comportamento às várias classes de pessoas, quando isso não envolvia condescendência com os princípios.


Versatilidade, sim. Conformismo, não.

 18 de julho Domingo

 

Milagres contemporâneos

E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários. Atos 19:11


Quando pensamos nos milagres que Jesus realizou e também naqueles que foram realizados pelos profetas do Antigo Testamento, como Eliseu, ou pelos apóstolos, depois da ascensão de Cristo ao Céu, podemos nos perguntar: “Por que a igreja hoje não tem esse mesmo poder? Será que alguém de nós poderia operar tais milagres?”


Em primeiro lugar, temos que considerar que hoje também são operados milagres, sim. Talvez de forma diferente. Muitas pessoas que estão internadas em estado grave nos hospitais acabam saindo de lá sadias, e isto não é mérito exclusivo dos médicos e remédios, mas de Deus, que cura e dá vida, especialmente quando se ora por essas pessoas. Mas como estavam no hospital, atribuímos a cura ao tratamento que receberam e não a milagres de Deus.


Além disso, temos uma mensagem de saúde muito importante, dada por Deus através dos escritos de Ellen White, e que pode realizar muitos milagres na recuperação da saúde de uma pessoa, além dos médicos, remédios e equipamentos que temos à nossa disposição hoje em dia, não havendo muitas vezes a necessidade de um milagre. É preciso lembrar, também, que nem todos os milagres ocorrem de modo visível e fantástico.


Mas o maior milagre que pode ocorrer é, sem dúvida, a transformação do caráter e da vida de uma pessoa. Mesmo quando Jesus esteve entre nós, a prioridade de Deus sempre foi a salvação, e depois a cura física.


Roberto é um rapaz de 33 anos que mora em Florianópolis. Ele bebia, fumava e usava vários tipos de drogas. Ameaçava a mulher e o filho quando tentavam ir à igreja. Não deixava sua mulher ser batizada. Dizia que iria matá-la, se isso ocorresse. Mas ela foi batizada assim mesmo, e eles acabaram se separando.


Certo dia, Roberto quebrou o pé e as únicas pessoas que o visitaram e lhe deram apoio foram sua mulher e as pessoas da igreja que ela frequentava. Aos poucos, ele recebeu estudos e foi se convertendo, até que foi batizado também. Hoje é uma pessoa atuante na igreja, ajudando outros a terem sua vida transformada pelos milagres de Deus. – Fábio R. Scheffel

 

 17 de julho Sábado

Para os que têm ouvidos


Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Mateus 11:15


Conta-se que antigamente, na China, o grau de sabedoria de uma pessoa era medido pelo tamanho de sua orelha. Quanto maior a orelha, mais sábia era considerada a pessoa. Para eles, ter orelha grande significava que a pessoa mais ouvia do que falava.


Uma senhora, durante uma festa em sua casa, resolveu testar o grau de atenção com que seus convidados a ouviam. Ao servir canapés, dizia: “Prove um. Eu pus estricnina neles.” Todos os convidados acharam os canapés uma delícia e pediram a receita. Ninguém havia prestado atenção no que ela dissera, ou não sabiam que estricnina é veneno.


Um filósofo observou que o homem tem dois ouvidos e apenas uma boca, o que é uma indicação de que ele deve estar mais pronto a ouvir do que a falar.


Na Bíblia há mais de 1.300 textos contendo o verbo ouvir. As expressões “ouvi a palavra do Senhor”, no Antigo Testamento, e “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, no Novo, são repetidas muitas vezes. O cristão deve estar sempre pronto a ouvir, pois “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17, ARC).


Um espírito receptivo e atento, porém, não é suficiente. O ouvir deve ser seguido pela ação. Que valor tem o ouvir a palavra de Deus, sem, no entanto, colocá-la em prática e se deixar transformar por ela? O conhecimento sem obediência apenas aumenta a responsabilidade do ouvinte e sua consequente condenação, como Cristo deixou claro: “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites” (Lc 12:47, 48).


Um antigo provérbio diz que você pode conduzir um cavalo ao bebedouro, mas não pode obrigá-lo a beber. Assim também Deus pode enviar Seus mensageiros, mas os homens podem recusar-se a ouvi-los. Tal qual Isaías clamou: “Quem creu em nossa pregação?” (Is 53:1), muitos ministros têm lamentado seu pouco sucesso. A revelação divina é ineficaz se não houver resposta humana. Por isso é que Jesus, em Seus ensinos, apela aos que têm ouvidos, que os utilizem para ouvir. Paulo faz o mesmo apelo:


“Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3:7, 8).

 15 de julho Quinta

Emoções negativas


Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Tiago 1:19


Há indivíduos que são exatamente o contrário do que o texto acima recomenda: são tardios para ouvir, prontos para falar e prontos para se irar.


A literatura religiosa judaica diz que “há quatro variedades de disposição. Primeiramente, há aqueles que facilmente se iram, mas que facilmente são pacificados; esses perdem por um lado e ganham por outro. Em segundo lugar, há aqueles que não se iram facilmente, mas que dificilmente podem ser aplacados; esses ganham por um lado e perdem por outro. Em terceiro lugar, há aqueles que dificilmente se iram e que facilmente são aplacados; esses são os bons. Em quarto lugar, há aqueles que se iram facilmente, e dificilmente se deixam aplacar; esses são os ímpios” (Midrash hannalam, cap. V., 11).


As emoções negativas são destrutivas: destroem os outros e o próprio ofensor. Um exemplo disto é o acidente ocorrido em 18 de junho de 1972, quando um avião se espatifou no aeroporto de Heathrow, em Londres, causando a morte de 118 pessoas.


Após intensa investigação, descobriu-se que o piloto estava descontente com a maneira como uma greve dos aviadores havia sido resolvida. Além disso, quando o piloto decolou, percebeu que o avião estava desequilibrado. Os funcionários haviam distribuído mal o peso da carga. E o piloto, já mal-humorado, ficou furioso e fez uma manobra de correção brusca demais, levando o avião a mergulhar na pista matando 118 homens, mulheres e crianças. Às vezes, tanto culpados como inocentes pagam caro demais pela hostilidade descontrolada.


Conta-se que Charles Spurgeon tinha um amigo que era pastor e havia escrito um livro intitulado Vinde a Jesus. Outro pastor escreveu um artigo ridicularizando o livro. De início, o amigo de Spurgeon sofreu em silêncio, mas com o passar do tempo a crítica ganhou maior publicidade, e então o ressentimento e a ira do autor do livro se tornaram incontroláveis. Ele escreveu uma violenta resposta ao crítico e disse coisas horríveis, que nunca teria dito sob outras circunstâncias.


Mas antes de pôr a carta no correio ele a mostrou a Spurgeon e lhe perguntou se deveria enviá-la. Spurgeon leu e disse: “Mande-a imediatamente. Mas antes escreva abaixo de sua assinatura: “Do autor de Vinde a Jesus”.


O amigo não teve coragem de enviar a carta.


“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:29).

 14 de julho Quarta

A maior surpresa de todos os tempos


Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti. Apocalipse 3:3


Como igreja, acreditamos que os sinais dos tempos indicam a proximidade da volta de Jesus. Mas muitos irmãos não têm tanta certeza disso, porque as “guerras e rumores de guerras” (Mt 24:6; Mc 13:7), tão comuns em nossos dias, sempre existiram. Os males e as corrupções dos últimos dias, de que Paulo fala em 2 Timóteo 3, também existiam naquele tempo. Em outras palavras, os pecados de hoje não chegam a ser uma novidade. Além disso, a Bíblia fala de um “tempo de angústia” (Dn 12:1) antes do fim. Consequentemente, concluem alguns, o mundo ainda não chegou ao fundo do poço para que Jesus volte.


Mas este pode ser um grande e perigoso engano, pois a Palavra de Deus repetidamente diz que Jesus virá como um ladrão para os que não estiverem vigilantes (ver Mt 24:42-44, Lc 12:39, 1Ts 5:2; 2Pe 3:10, Ap 3:3; 16:15). É verdade que haverá tempo de angústia e perseguição em vários lugares, mas muitos textos também dizem que a vida transcorrerá normalmente por ocasião da vinda de Cristo. As pessoas estarão comendo, bebendo, casando-se, trabalhando (Mt 24:38-41) e envolvidas na rotina diária da vida quando Jesus voltar.

 

Ou seja: a segunda vinda será uma surpresa tão grande como foi a primeira.


Não é seguro, portanto, dizer que Jesus vai demorar a voltar: “Ninguém julgue estar isento do perigo de ser apanhado de surpresa. Não permitais que a interpretação profética de pessoa alguma arrebate vossa convicção do conhecimento de ocorrências que revelam que este grande acontecimento está bem próximo” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 336).


Este fato é ilustrado em Mateus 17:9-13, onde os discípulos perguntam a Cristo como poderia Ele ser o Messias se Elias ainda não havia vindo. E Jesus respondeu que Elias já viera, na pessoa de João Batista, “e não o reconheceram” (v. 12). Cristo veio pela primeira vez quando os doutores da lei não O estavam esperando. E as Escrituras afirmam que “à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Mt 24:44).


Assim como os discípulos e os intérpretes das profecias deixaram de perceber um dos mais importantes sinais da Sua primeira vinda, não poderíamos estar desapercebidos aos sinais que estão ocorrendo ao nosso redor e que indicam a proximidade de Sua vinda?


Se vivermos cada dia como se Ele viesse hoje, não seremos apanhados de surpresa.

 

 13 de julho Terça

Voltando à estaca zero


Não temas, quando alguém se enriquecer, quando avultar a glória de sua casa; pois, em morrendo, nada levará consigo, a sua glória não o acompanhará. Salmo 49:16, 17


Na pequena cidade de Stewart, Flórida, uma longa fila de carros se movia vagarosamente por uma das avenidas. Era um cortejo fúnebre, com todos os seus componentes: carro funerário coberto de flores, grupo de amigos e parentes chorando em silêncio. Tudo normal, exceto uma coisa: O cortejo era seguido por um trailer no qual estava pregada uma faixa com as seguintes palavras: “Estou levando-o comigo”.


Achamos ridícula a ideia de alguém pretender desfrutar seus bens na sepultura. No entanto, há pessoas tão apegadas às posses, que vivem como se fossem conservá-las após a morte. Um homem disse com ironia: “O meu caixão vai ter dois andares; um deles só para as minhas escrituras.”


No antigo Egito, a construção de pirâmides e a mumificação dos faraós era motivada pela concepção de que a trajetória humana continuava após a morte do corpo, por toda a eternidade, desde que lhe fossem proporcionadas as condições para isso: habitação sólida, alimento, escravos, objetos de uso cotidiano e conservação do corpo. Diz C. W. Ceram: “Milhares de vidas foram sacrificadas na tarefa de dar a um morto a segurança e a vida eternas.”


Nas Escrituras Sagradas, porém, não há lugar para almas penadas, espíritos errantes, purgatório, ou qualquer outra forma de vida consciente após a morte: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Ec 9:5, 6). O apóstolo Pedro utiliza um realismo semelhante, ao dizer: “Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor” (1Pe 1:24). Esta é a realidade nua e crua.


Jesus aceitou a morte como um sono (Jo 11:11), mas não nos deixou sem esperança, ao declarar: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11:25).


Nada levaremos daqui. Voltaremos à estaca zero, como quando nascemos. Mas se dormirmos em Cristo, ressuscitaremos e com Ele reinaremos na glória eterna.

 

 12 de julho Segunda

Epitáfios


Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão. João 5:28


Em mais de uma ocasião fui ao cemitério só para meditar. Às vezes é melhor comungar com os mortos do que andar pelas ruas apinhadas de gente em nossas cidades e ali encontrar mortos ambulantes e insepultos, nos quais já pereceu a fé, a esperança e o amor. Com frequência, podemos aprender mais do silêncio dos mortos do que das palavras dos vivos.


Gosto de ler os epitáfios. Em uma dessas visitas à cidade dos mortos, lembro-me de ter observado um belo túmulo, de lápides escuras e polidas, tendo em cima a estátua de um anjo com as asas alçadas. Chamaram-me a atenção as palavras, gravadas em letras douradas, sobre uma das lajes: “Os que se foram deste mundo somente morrem quando não são mais lembrados por aqueles que em vida amaram.”


Pensei com meus botões: “Pior mesmo é estar vivo e já esquecido.” E há tantos esquecidos vivendo à margem da existência!


Há epitáfios de toda espécie: melancólicos, irônicos, irreverentes, publicitários. No cemitério de Sargentville, Maine, há um túmulo com os dizeres: “Em honra à memória de Eliseu Philbrook e sua mulher Sara. Jazemos neste túmulo hebreu, costas com costas, minha esposa e eu. Quando a última trombeta estiver soando, se ela se levantar, vou por aqui ficando.”


Epitáfio num túmulo de Springdale, Ohio: “Aqui jaz Jane Smith, mulher de Thomas Smith, marmorista. Este monumento foi erigido pelo marido como tributo à memória da esposa, e para servir de amostra do seu trabalho. Peças neste estilo, 350 dólares.”


Outro túmulo norte-americano diz: “Aqui jaz Lem S. Frame, o qual matou 89 índios durante a sua vida. Esperava haver matado 100 até o fim do ano, quando adormeceu em Jesus.”


No cemitério da Bíblia há muitos personagens. Na sepultura de Jó poderíamos ler as seguintes palavras de esperança: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a Terra” (Jó 19:25). Na galeria dos personagens do Novo Testamento nos deparamos com um túmulo abandonado, esquecido, onde se lê: “Aqui jaz Judas Iscariotes, o que O traiu” (Mt 27:3). A seu lado está outro sepulcro em más condições, com a inscrição: “Aqui jaz Demas, que amou o presente século” (2Tm 4:10).


Que epitáfio você escolheria para si?

 

 12 de julho 

Cartas Amorosas de Deus


Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus. 1 João 3:1.

 

Quando minha mãe morou conosco por alguns meses, sempre procurei encontrar algo para animá-la, e começamos a atentar para as “cartas de amor de Deus” – contar as bênçãos. Andando no parque, vimos uma família de patos nadando, quando os filhotes ainda eram bolinhas fofas. Vimos uma cobra subindo lenta e sinuosamente por um tronco de árvore, e chegamos a notar um esquilo preto – algo incomum em nossa região. Outras vezes, observamos os narcisos espalhados pelo bosque ou tentamos contar os peixinhos na corrente, antes de se ocultarem sob uma pedra escorregadia. Nossa atividade preferida era procurar ninhos de pássaros, de modo a podermos espiar a família sem perturbá-la.


Hoje, decidi tomar o desjejum diante das janelas da sala de jantar, que mostram uma vista panorâmica do quintal e da horta do meu esposo. Enquanto comia, abri o coração a Deus. Senhor, preciso de algumas cartas de amor, e por elas Te louvarei.


Ele me mandou as cartas, compartilhando aquela vida abundante que eu tanto anelava. Primeiro, ali estava um beija-flor, dançando junto à casinha de alimentar aves, com as penas iridescentes à luz do Sol, os olhinhos brilhando de vivacidade. As pombas bicavam as sementes que haviam caído da bandeja da casinha de aves. Então, três sabiás e uma maritaca desfilaram entre os pés de tomate, um deles vigorosamente ajeitando as penas após um mergulho no tanque. Um papo-roxo tirou seu desjejum de sob a palha que cobria a raiz de um arbusto recém-plantado, engoliu-o e saiu saltitando. Um esquilo se satisfez com sementes de cantalupo. Cardeais perseguiam um ao outro pelo quintal enquanto um pintassilgo aguardava sua vez junto à margarida amarela. Três borboletas trabalhavam ativamente num arbusto. Que opulência! Tantas cores extravagantes nos quatro tipos diferentes de pimenteiras! Vi cravos para espantar as formigas, abóboras amarelas e verdes, zínias nas cores do arco-íris, aveludadas ipomeias rosas e azuis e três morangas cor de laranja de bom tamanho, crescendo misteriosamente sobre a cerca da horta.


Deus é tão bom! Ele disse: “Bom-dia, filha. Venha ver o que achei no seu quintal e na horta!” Eu respondi: “Quão grande és Tu!” e comecei meu dia. Que as cartas de amor cheguem para você com abundância hoje!


Carol Wiggins Gigante

 8 de julho Quinta

Bandeira de liberdade


O Senhor Me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-Me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados. Isaías 61:1


Durante 25 anos Nicolae Ceausescu governou a Romênia com mão de ferro. A Securitate, sua polícia política composta de trinta mil homens, mantinha a população sob temor constante, suprimindo com violência o menor sinal de oposição ao regime.


Entretanto, esse tirano caiu em questão de horas, em dezembro de 1989, graças à coragem de um obscuro pastor da Igreja Reformada, na cidade de Timisoara. Laszlo Tokes não conseguiu se calar diante dos abusos cometidos pelo governo de Ceausescu. Por causa disso, negaram-lhe o tíquete de alimentação. Membros de sua igreja, que tentaram lhe trazer alimento, foram barrados pela polícia. Recebeu telefonemas ameaçadores. Uma noite, quatro homens arrombaram sua casa e o espancaram. Mas o Pastor Tokes não se calou.


Finalmente, foi emitida uma ordem judicial para expulsá-lo de sua igreja. Então os crentes decidiram se manifestar publicamente. Eles foram à igreja, deram-se as mãos e formaram uma corrente em volta dela. Quando a polícia veio para prender Tokes, eles se recusaram a sair. A Securitate ordenou às tropas do exército que abrissem fogo contra a multidão. As tropas desobedeceram. Então a própriaSecuritate começou a atirar, ferindo e matando centenas de pessoas.


As notícias do massacre se espalharam pelo país como um rastilho de pólvora. Houve demonstrações públicas e greves. Ceausescu convocou um comício, mas foi desafiado por protestos. O ditador fugiu para o palácio, mas ele e sua mulher foram presos, julgados sumariamente e executados.


Por mais de duas décadas os romenos suspiraram por liberdade, mas esta só se tornou uma realidade para eles quando decidiram assumir um compromisso público, dando-se as mãos em torno da igreja.


Nós também nos achamos oprimidos por um ditador chamado Satanás, e precisamos declarar publicamente a quem pertencemos. Os cristãos primitivos nos deixaram esse exemplo. Após um sermão de Pedro, os ouvintes, comovidos, perguntaram: “Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo” (At 2:37, 38).


O batismo é a nossa bandeira de liberdade. É um compromisso público, no qual declaramos que pertencemos a Jesus. Você já deu esse passo, unindo-se ao movimento de libertação de Jesus Cristo?

 

 7 de julho Quarta

O essencial na vida cristã


Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16


Um grupo de pessoas estava se preparando para escalar o Monte Branco, na França. No dia anterior à escalada, um guia francês esboçou os principais requisitos para que tudo saísse bem. Ele disse: “Para alcançar o topo vocês precisam carregar apenas o equipamento necessário. Todos os acessórios desnecessários precisam ser deixados de lado. É uma escalada difícil.”


Um jovem inglês não atendeu essas instruções e pela manhã apareceu com um pesado cobertor, grandes pedaços de queijo, uma garrafa de vinho, duas máquinas fotográficas e várias lentes penduradas ao pescoço, e algumas barras de chocolate. O guia disse: “Você jamais conseguirá chegar ao topo com tudo isto.”


Mas o inglês era teimoso e saiu em frente do grupo para provar que podia. Os outros seguiram as instruções do guia, com o mínimo necessário. Na subida para o monte eles começaram a notar algumas coisas que alguém havia abandonado ao longo do caminho: um cobertor, alguns pedaços de queijo, uma garrafa de vinho, máquinas fotográficas e barras de chocolate. Ao chegarem ao topo, encontraram lá o jovem inglês. Ele se convencera de que precisava livrar-se da bagagem não essencial.


O que é essencial na vida cristã? João responde isto no mais famoso verso da Bíblia: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Martinho Lutero chamou este verso de “o evangelho em miniatura”. Em outras palavras, se todas as Bíblias do mundo desaparecessem e tivéssemos de nos apegar apenas a um texto, ficaríamos com o que é absolutamente vital.


Deus amou o mundo. João não estava se referindo ao amor de Deus por montanhas, lagos, desertos ou flores. Ele estava falando de pessoas. Deus ama o ser humano, essa criatura contraditória que faz os desertos florescerem e os lagos morrerem.


Alguns anos atrás houve rebeliões nos presídios de um estado, e perguntaram ao governador o que sua administração pretendia fazer para melhorar a situação. O governador respondeu: “Nunca teremos melhores prisões enquanto não tivermos melhores prisioneiros.”


Não teremos um mundo melhor enquanto não tivermos melhores habitantes. Apesar disso, não importa quão maus sejamos, é a nós que Deus ama. Todo aquele que nEle crê pode ter a vida eterna. Basta ir a Jesus.

 

Males que vêm para bem


Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Gênesis 50:20


O filósofo Liehtsê nos deixou a famosa parábola do Velho do Forte, na qual conta que “um velho vivia com seu filho em um forte abandonado, ao alto de um monte, e um dia perdeu um cavalo. Os vizinhos vieram-lhe expressar seu pesar por esse infortúnio, e o velho perguntou:


– Como sabeis que é má sorte?


Poucos dias mais tarde voltou seu cavalo com um bando de cavalos selvagens, e vieram os vizinhos felicitá-lo por sua boa sorte, e o velho respondeu:


– Como sabeis que é boa sorte?


Com tantas montarias a seu alcance, começou o filho a cavalgá-las, e um dia quebrou uma perna. Vieram os vizinhos apresentar-lhe condolências, e o velho respondeu:


– Como sabeis que é má sorte?


No ano seguinte houve uma guerra, e como o filho do velho era agora inválido, não teve de ir para a frente de combate.”


Isso nos permite concluir que o homem pode suportar muitos golpes duros na vida, certo de que não há golpe que não tenha suas vantagens. São dois lados de uma mesma moeda.


Uma noite, às 2h30 da madrugada, um americano de 71 anos de idade, chamado Lee Roy Book, estava dormindo, quando um caminhão perdeu o controle e chocou-se contra sua casa, em Evansville, Indiana. Ele não se feriu no acidente. Mais tarde, uma equipe foi à casa dele para reparar a rede elétrica e verificar se não havia vazamento de gás. E descobriram que a chaminé estava entupida de fuligem e folhas, fazendo com que os gases venenosos e inodoros de monóxido de carbono não saíssem de dentro da casa.


Durante os últimos dois anos Lee havia estado doente, sentindo calafrios, náuseas e dores de cabeça, sem saber por quê. O acidente provocado pelo caminhão poderia tê-lo matado, mas salvou-lhe a vida, pois foi descoberta a causa de sua doença.


Na Bíblia, há vários exemplos de males que Deus transformou em bem, e um deles é o de José. O mal que seus irmãos lhe causaram, vendendo-o como escravo, resultou em bem para muita gente, ao se tornar ele governador do Egito, por obra e graça de Deus.

 

“Semelhantemente, a crucificação de Cristo, pelos Seus inimigos, dEle fez o Redentor da humanidade” (Patriarcas e Profetas, p. 239).


Mas o fato de o mal ter redundado em bem não desculpa o malfeitor. Um dia ele terá de responder por suas más ações e as vítimas inocentes serão reabilitadas – ou aqui ou na eternidade.

Ribeirão Preto  2 de julho Sexta

Crescendo com as fraquezas


Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. 2 Coríntios 12:10


Todos temos fraquezas, embora tenhamos a tendência de pensar que os defeitos dos outros são piores do que os nossos. Algumas fraquezas são físicas, outras mentais, morais ou espirituais. Algumas têm a ver com o nosso trabalho, outras com a vida conjugal ou familiar, e outras com o nosso relacionamento com Cristo. Alguns têm temperamento explosivo, outros não sabem lidar com as pessoas. Uns têm fraquezas sexuais, outros são gananciosos. Uns são orgulhosos, outros não têm firmeza de caráter. Não há ninguém perfeito.


Mas as fraquezas podem se converter em forças, se nos levarem a crescer. George Reedy foi secretário de imprensa do presidente Lyndon Johnson, e convenceu o presidente a não ter assessores com menos de 40 anos de idade que não tivessem sofrido uma grande decepção na vida. Reedy pensava que pessoas sem essa maturidade e sem essa frustração, ao serem colocadas em cargos de poder, se considerariam pequenos deuses.


Na verdade, obter muito sucesso cedo na vida pode estragar-nos, pois começamos a pensar que somos muito espertos, e passamos a confiar mais em nossa capacidade do que em trabalho árduo. Pior do que isso: passamos a confiar mais em nós mesmos do que em Deus.

 

Todas as pessoas que fizeram algo importante na vida sabem o que é fracassar, pois os fracassos iniciais podem ser a chave para os sucessos posteriores.


Um casal teve um filho deficiente mental. Eles ficaram arrasados, mas amaram Allan como a qualquer outro filho. Construíram um quarto com paredes de vidro, para que de qualquer lugar da casa pudessem observá-lo. Durante 17 anos a mãe dormiu ao lado de Allan, com a mão junto ao seu coração. Se ele começasse a ter problemas respiratórios, ela acordava e lhe ministrava respiração artificial.


Um dia a filha da vizinha caiu de uma árvore e machucou o braço. A mãe deixou Allan no quarto e levou a menina às pressas para o hospital. Ela estava na sala de emergência com a vizinha, quando seu marido chegou, carregando o corpo de Allan. Ele havia morrido enquanto ela estava no hospital. O pai tentou em vão revivê-lo.


Eles choraram ao vê-lo descansando em paz. Mas então deram graças a Deus pelo dom desse filho, pois, como disse a mãe, “ele nos ensinou a amar”.


Nossas fraquezas podem se converter em forças, se nos ensinarem a crescer.

 



Ribeirão ´Preto 3 de julho Sábado

Regras para guardar o sábado


Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado Olival, que dista daquela cidade tanto como a jornada de um sábado. Atos 1:12


Após a restauração dos muros de Jerusalém, Neemias viu “em Judá os que pisavam lagares ao sábado e traziam trigo que carregavam sobre jumentos; como também vinho, uvas e figos e toda sorte de cargas, que traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles por venderem mantimentos neste dia” (Ne 13:15).


Para tentar pôr fim a essa apostasia, os judeus optaram por uma solução legal: criaram regulamentos para tudo que uma pessoa podia ou não fazer no sábado. Era proibido acender fogo, não caminhar mais do que dois mil côvados (mais ou menos um quilômetro) até a sinagoga (os rabinos se basearam para esse cálculo, em Números 35:5 e Josué 3:4), e uma infinidade de outros preceitos.


Mas as proibições não resolveram o problema. Quando Jesus veio ao mundo, a guarda do sábado havia se tornado um fardo, e não um deleite, como era o seu propósito. Para libertá-los do legalismo, Jesus curou um homem no sábado e permitiu que Seus discípulos colhessem espigas nesse dia (ver Lc 6:1-11), esclarecendo que “o sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2:27), e que “é lícito, nos sábados, fazer o bem” (Mt 12:12).


Hazel McElhany Greer, em seu livro Estrela da Grécia, conta um episódio curioso, ocorrido com uma jovem judia chamada Emilie: “A nossa guarda do sábado era realmente incoerente. O dia inteiro, na escola, cortávamos papel. Entretanto, se o carteiro deixasse uma carta para nós, não podíamos lê-la durante o dia de sábado, a menos que alguém pedisse ao carteiro que abrisse o envelope para nós.

 

Lembro-me de uma ocasião em que realmente choramos. Mamãe havia comprado lindas fitas de cabelo para Júlia e para mim. A fita havia chegado da loja em uma só peça, e mamãe esquecera de cortá-la em duas na sexta-feira. Isso significava que teríamos de esperar uma semana e usá-la no sábado seguinte. O desapontamento era grande demais e começamos a lamentar.


“Foi então que tive uma ideia. Com a tesoura em uma mão e a fita na outra, corri para a calçada e esperei que algum cristão passasse. Uma senhora cortou a fita para mim, e Júlia e eu fomos para a escola com a consciência limpa. Mamãe estava feliz também, pois não havia transgredido o sábado” (p. 14, 15).


Você guarda o sábado de modo legalista ou porque ama a Deus? Leia mais sobre este tema no próximo sábado.

 



Ribeirão Preto 4 de julho Domingo

Eu sei que você me ama


Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 1 João 4:8


Era uma noite fria, e tudo parecia calmo no hospital onde a enfermeira Sueli trabalhava. Ela entrou no quarto 712 para ver como estava o novo paciente, o Sr. Guilherme, que havia tido um enfarte e parecera agitado durante a noite. Ele ficou atento quando a porta se abriu, mas pareceu desapontado ao ver a enfermeira. Sueli perguntou-lhe como se sentia e notou que ele queria dizer-lhe algo.

 

Finalmente, com lágrimas nos olhos, Guilherme pediu-lhe que telefonasse à sua filha Jane e lhe contasse que ele tivera um enfarte. Ela era a única pessoa da família que lhe restava e ele estava ansioso de que ela soubesse de tudo. Sueli prometeu chamá-la imediatamente. Antes que a enfermeira saísse ele pediu um pedaço de papel e uma caneta, que ela providenciou.


Quando Sueli ligou para Jane, ficou alarmada com reação dela. Ela exclamou: “Oh, não! Ele não vai morrer, não é?” Jane deixou escapar que ela e o pai não se falavam havia um ano por causa de uma discussão acerca de um namorado. As últimas palavras de Jane ao pai haviam sido: “Eu o odeio!” Mas depois ela se arrependeu e ansiava ser perdoada.


A enfermeira voltou às pressas para o quarto de Guilherme e o encontrou inconsciente. Ele havia tido outro enfarte. Ela acionou a emergência e, dentro de segundos, médicos e enfermeiras lotaram o quarto. Sueli orou a Deus pedindo-lhe que não deixasse o Sr. Guilherme morrer antes de fazer as pazes com a filha. Mas todos os esforços médicos foram em vão. Guilherme estava morto.


Pouco depois Sueli viu na recepção um médico falando com uma jovem. Ela estava abalada. Era Jane. Sueli a levou a uma sala e tentou confortá-la. “Eu nunca o odiei, na verdade. Eu o amava”, disse Jane. Ela insistiu em ver o pai, e ao inclinar-se sobre o seu corpo sem vida, chorou amargamente. Nesse instante, Sueli viu o pedaço de papel que havia trazido a Guilherme. Ele havia escrito a seguinte mensagem, que Jane leu em voz alta: “Minha querida Jane, eu a perdoo. Peço a Deus que você também me perdoe. Eu sei que você me ama. Eu também a amo. Papai.” A aflição no rosto de Jane foi substituída por uma expressão de paz.


Se pudéssemos retornar ao Gólgota e contemplar o corpo sem vida de Jesus, veríamos uma tabuleta acima de Sua cabeça, com a inscrição: “Este Homem é o Filho de Deus.” E no verso encontraríamos as palavras: “Meu querido (coloque aí o seu nome), Eu o perdoo.

 

Eu sei que você me ama. Eu também o amo. Jesus.”

 

 RIBEIRÃO PRETO 22 A 27 DE  JUNHO

 

Famílias em crise  22 JUNHO

Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Mateus 19:6

Em determinada cidade da Califórnia, uma professora da sexta série, de uma escola de classe média alta, ficou espantada com os resultados da redação que pedira aos alunos. O título era: “Eu gostaria...”

A professora imaginava que os meninos e meninas expressassem seus desejos de ganhar bicicletas, animais de estimação, videogames e viagens ao litoral. Mas, em vez disso, vinte dentre os trinta alunos, escreveram composições referindo-se às suas próprias famílias em desintegração. Algumas das frases escritas foram as seguintes:

“Eu gostaria que meus pais não brigassem, e quero que meu pai volte.”

“Eu gostaria que minha mãe não tivesse um namorado.”

“Gostaria de tirar boas notas, para que meu pai goste de mim.”

“Gostaria de ter um pai e uma mãe, para que os outros meninos não caçoassem de mim. Tenho três mães e três pais e isso estraga toda a minha vida.”

“Gostaria de ter um revólver para atirar nos que dão risada de mim” (James Dobson, O Amor Tem que Ser Firme, p. 8, 9).

Essa última frase me fez pensar que a delinquência infantil e juvenil está, muitas vezes, relacionada à falta de um lar estável, onde reine o amor. Milhões de crianças enfrentam o caos gerado pela desintegração familiar.

E por que ocorrem esses terremotos na vida das crianças? Porque seus pais se esqueceram de que, no dia de seu casamento, na presença de Deus e dos homens, prometeram amar, proteger e honrar o cônjuge, na doença e na saúde, na riqueza e na pobreza... até que a morte os separe. Infelizmente, muitos mudam de ideia em algum ponto do caminho.

Se você é casado e está enfrentando dificuldades, procure um conselheiro matrimonial. Não deixe a situação se deteriorar até não haver mais remédio.

Esteja disposto a mudar seu comportamento. O seu cônjuge, seja lá quais forem as circunstâncias, não é 100% culpado por todos os problemas do seu casamento.

Leia o que a Bíblia diz sobre o assunto em Mateus 5:31, 32; 19:3-9; Marcos 10:2-12; Lucas 16:18; Romanos 7:1-3; Malaquias 2:13-16; e 1 Coríntios 7:10-17. Leia também O Lar Adventista, capítulo 56; e Mensagens Escolhidas, v. 2, capítulo 41.

Ore a Deus pedindo orientação, paciência, sabedoria e coragem.

As famílias em crise devem procurar a ajuda de profissionais qualificados, aliada à ajuda divina. Deus, o Autor do casamento, tem todo interesse em ver as famílias unidas e felizes. 

 

Morte por afogamento 23 JUNHO

Assim, o Senhor livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. Êxodo 14:30

Bem cedo, pela manhã, homens, mulheres e crianças viram centenas de corpos espalhados na praia do Mar Vermelho. Não houve um só sobrevivente. Os mortos pertenciam ao exército egípcio.

A Bíblia revela que aquela catástrofe não foi acidental. Antes que o povo de Israel atravessasse o mar, Deus disse a Moisés: “Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver” (Êx 14:13). Portanto, os corpos dos soldados do Faraó foram jogados na praia devido a um plano premeditado de Deus. Ele avisou a Moisés que faria isso.

Mas esse não era o objetivo de Deus para aqueles egípcios. Através de Moisés Deus deu a Faraó a oportunidade de cooperar com Ele, e ajudá-lo a libertar Israel. E para lhe dar um vislumbre do Seu poder, começou a operar maravilhas pela mão de Moisés.

Não adiantou. Faraó não quis se deixar convencer. Então seguiu-se uma série de pragas, de gravidade progressiva, que devastaram o Egito. Através de rãs, piolhos, moscas, pestes, úlceras, saraiva, gafanhotos, trevas, Deus tentou afastar Faraó e seu exército do Mar Vermelho. Deus estava fazendo o possível para evitar que o exército de Faraó perecesse no mar.

Finalmente Deus fez um último esforço para convencer o Faraó a libertar os israelitas: obrigou-o a ajoelhar-se diante do caixão de seu filho mais velho. Junto à sepultura do príncipe herdeiro ele resolveu deixar o povo ir. E o povo de Israel saiu.

Mas, em seguida, ele voltou à sua incredulidade. Convocou o seu exército e mandou-o atrás do povo de Israel. Foi somente então, depois de Faraó ter desperdiçado todas as oportunidades divinas e ter pecado contra o Espírito Santo, que Deus fez com que os soldados desse governante se afogassem nas águas do Mar Vermelho. Deus não queria que houvessem essas mortes. Mas a dureza de coração do Faraó levou a essa perda de vidas.

O laudo do Instituto Médico Legal da época, sobre a morte dos soldados do Faraó, pode ter sido: Morte por Afogamento. Já o veredito divino sobre a conduta desse monarca foi: Persistente endurecimento do coração à voz do Espírito Santo.

“Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3:7, 8). 

 

Por quem os sinos dobram 24 JUNHO

Tornarei o seu pranto em júbilo e os consolarei; transformarei em regozijo a sua tristeza. Jeremias 31:13

Hoje o meu amigo Heber Pintos estaria completando 68 anos de idade. Mas ele não está mais entre nós para comemorarmos o seu aniversário. Ele dormiu em Cristo em janeiro de 2008 e, desde então, está descansando nos braços do Pai, aguardando o momento de despertar.

Quem morre em Cristo tem uma vantagem sobre os vivos: já passou por este vale de lágrimas e agora está fora de perigo, aguardando a ressurreição. Neste sentido, portanto, a morte é como uma cidade de refúgio. Quem está ali está seguro, sob a proteção do Doador da vida. O inimigo não pode mais arrebatá-lo.

Em minha cidade natal há algumas igrejas católicas e uma luterana. Quando criança, ouvi muitas vezes o sino dessas igrejas badalando de forma cadenciada e solene, anunciando a morte de alguém. E pela direção de onde partiam aqueles sons plangentes a população sabia se o morto era católico ou luterano.

O poeta John Donne escreveu: “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria. Sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”

O Heber, como tantos outros, era um torrão que foi arrastado para o mar, diminuindo o continente da humanidade. Sua morte me diminui, porque sua vida fazia parte da minha. Eu poderia acrescentar aqui uma lista de nomes de pessoas que também fizeram parte de minha vida, e já se foram, deixando em meu coração um vazio imenso: meus pais, tios, avós e tantos outros parentes e amigos. Você também tem entes queridos que já descansam. São torrões que foram arrastados para o mar, diminuindo aqueles a quem amaram. Estão todos mortos. Mas Cristo vive. E porque Ele vive quebrará em breve os grilhões das sepulturas e trará os Seus amados de volta, da terra do inimigo.

Os sinos continuam dobrando por mim e por ti, anunciando nossas perdas. Mas a promessa divina, a se cumprir em breve, é: “Tornarei o seu pranto em júbilo e os consolarei; transformarei em regozijo a sua tristeza” (Jr 31:13).

 

Sogras e noras 25 JUNHO

Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Mateus 10:35

O livro de Juízes narra a história de Jefté, o qual fez um voto prometendo a Deus que, se Ele ajudasse Israel a vencer os amonitas, o primeiro que saísse de casa ao seu encontro, seria oferecido em holocausto (Jz 11:30, 31). Voltando vitorioso da peleja para casa, Jefté ficou angustiado quando sua filha única saiu para lhe dar as boas-vindas. Há quem pense que Jefté esperasse ser recepcionado pela sogra.

Com efeito, ao longo da história, o conceito que se formou a respeito das sogras não tem sido muito positivo, especialmente no que tange ao seu relacionamento com as noras. O problema parece residir no fato de que as duas se acham unidas pelo amor ao mesmo homem. Mas, como ambas vêm de famílias diferentes, tanto uma como a outra possuem valores, hábitos e crenças diferentes, que podem ser incompatíveis e gerar competição. E se vivem debaixo do mesmo teto, o relacionamento entre elas (e mesmo entre o casal) tende a se deteriorar.

O conflito pode ser superado se elas crescerem emocionalmente e entenderem que cada uma deve ter o seu próprio espaço. Para haver uma boa convivência é indispensável haver tolerância, aceitação e respeito. Só assim serão preservados os laços amorosos que deverão unir o filho à mãe e o marido à esposa.

A Bíblia menciona o caso de Rebeca, que se sentia desgostosa por ter como noras as filhas de Hete (casadas com Esaú), que eram idólatras (ver Gn 27:46). Mas também narra o belo exemplo deixado por Noemi e Rute. Quando Noemi decidiu retornar à sua terra natal, “Rute se apegou a ela” e lhe fez uma comovente declaração de lealdade: “Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem Lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (Rt 1:14, 16, 17).

A lealdade de Rute a Noemi e ao Deus de sua sogra foi, portanto, maior do que o apego aos próprios parentes e aos seus deuses. O exemplo de Noemi havia permitido a operação do Espírito Santo no coração de Rute, levando-a a adorar o verdadeiro Deus.

Hoje é o Dia da Sogra. Em vez de lhe mandar uma vassoura, envie-lhe flores, ou um cartão. Você vai ver que um gesto de carinho pode realizar milagres.

 


A pombinha do coração de Cristo 26 DE JUNHO

Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada, de sua mãe, a única, a predileta daquela que a deu à luz. Cantares 6:9

Nos países ocidentais o casamento se centraliza na noiva. Ninguém se importa muito com o pobre do noivo, que já está na igreja há tempo, torcendo as mãos de angústia, sem saber como encarar o tradicional atraso da noiva. Será que ela desistiu na última hora? Mas estava tudo certo!

Finalmente um sussurro percorre a multidão: “A noiva chegou!” O noivo suspira aliviado. Ela veio. E como está bonita! E se ele antes tremia de preocupação pelo atraso dela, agora treme de medo pelo que terá de enfrentar.

Chegou o grande momento. A pianista executa os primeiros acordes da Marcha Nupcial e a cerimônia tem início. Assim são os casamentos nos países ocidentais.

Mas nos países orientais, onde a Bíblia foi escrita, não é assim. Lá a grande atração num casamento é o noivo! A noiva fica em casa aguardando a chegada do seu amado. Lá é ela quem fica torcendo as mãos de aflição e olhando a todo instante pela janela para ver se o seu noivo ainda não despontou na curva da estrada.

Finalmente, alguém dá o aviso, tal e qual se acha registrado na parábola das dez virgens: “Eis o noivo! Saí ao seu encontro!” (Mt 25:6).

O livro Cantares de Salomão (ou Cântico dos Cânticos) apresenta, de modo poético, essa situação de expectativa da noiva, que aguarda ansiosa a chegada do amado. E quando ele vier, os dois se unirão para sempre. Não haverá mais separação.

Temos aqui uma figura da vinda de Cristo. A igreja, o povo de Deus, é essa noiva, que aguarda ansiosa a breve vinda do noivo – Jesus Cristo. E quando Ele vier, eles não mais se separarão.

O livro de Cantares foi escrito por Salomão quando este ainda era jovem. O rei declara possuir 60 rainhas e 80 concubinas (Ct 6:8, 9). Mas só você é a minha pombinha, diz o apaixonado Salomão. Só você é a dona do meu coração!

Temos aqui outra bela figura de Cristo, o qual possui muitos outros súditos, em mundos não caídos. Mas o interesse de Cristo se centraliza nos santos da Terra. A igreja é Sua favorita. É a pombinha do Seu coração.

Quem é essa jovem, a quem é dedicado esse poema? Provavelmente uma camponesa. Mas um rei casar-se com uma camponesa? Uma tal união só poderia ser por amor. E isso ilustra a relação entre Cristo e Sua noiva, que pertence a uma classe inferior à de Seu noivo. E se o Rei dos reis está disposto a desposar a igreja, fraca e cheia de defeitos como possa ser, essa união só pode ser motivada pelo mais puro e desinteressado amor.

Retribuiremos a Cristo tão grande amor?


Você já matou alguém? 27 JUNHO

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Mateus 5:21

Quando Deus escreveu, com o Seu próprio dedo, o sexto mandamento do Decálogo, nas tábuas de pedra, não davam muito valor à vida humana. E nos dias atuais a situação não é muito diferente. Quem não ouviu falar de Isabela, a menina que teria sido jogada do sexto andar de um prédio pelo próprio pai? E da garota que, junto com o namorado, planejou a morte dos próprios pais? O mandamento, portanto, continua mais atual do que nunca. A vida é um dom de Deus, e o ser humano não tem o direito de tirar o que ele não pode repor.

O mandamento tem por objetivo proteger a vida em todas as suas formas, mas sua aplicação primordial é quanto à vida humana. Tanto esta quanto a vida animal são mantidas pela vida vegetal, que precisa morrer para que as formas superiores de vida continuem a existir. Em nosso mundo de pecado, mata-se animais e plantas para a sobrevivência de animais irracionais e do ser humano. Se o sexto mandamento proibisse matar todo e qualquer tipo de vida, sua estrita obediência resultaria em morte por inanição.

Ellen White, em seu tempo, já dizia: “A Terra foi amaldiçoada devido ao pecado, e nestes últimos dias multiplicar-se-ão insetos de toda espécie. Essas pragas precisam ser mortas, senão elas irão incomodar-nos e afligir-nos, e até matar-nos, e destruir a obra de nossas mãos e o fruto de nossa terra. [...] As árvores frutíferas precisam ser pulverizadas, para que sejam mortos os insetos que estragariam as frutas” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 329).

Entretanto, é preciso ter em mente que as práticas danosas à saúde, e que provoquem morte prematura, também são uma transgressão do sexto mandamento.

Jesus ampliou ainda mais a lei, mostrando que a transgressão já começa com as intenções (Mt 5:21, 22). Insultos e expressões de ódio, os quais contêm o espírito e as sementes do homicídio, são violações da Lei, tornando o transgressor um homicida em potencial. Diante disso, quantos poderiam dizer, em sã consciência, que nunca quebraram o sexto mandamento? Isto seria afirmar que nunca usaram violência verbal contra alguém, nunca sentiram ódio, e nunca desejaram mal a ninguém.

Se formos culpados, não é de mais esforço que necessitamos. Precisamos é de uma entrega sem reservas a Cristo, para que Ele, ao habitar em nós, nos ajude a cumprir, não só o sexto, mas todos os outros nove mandamentos.

 

 

 RIBEIRÃO PRETO 21 DE JUNHO DE 2010

Ser amigo é melhor

O olhar de amigo alegra o coração. Provérbios 15:30

Embora seja muito importante pertencer a uma família, ser amigo é melhor do que ser membro de uma família. Porque um amigo se pode escolher. Mas não se pode escolher irmãos, pais, primos, tios e outros parentes. Além disso, irmãos e irmãs, pais e filhos, às vezes discutem, brigam e até se agridem. E não há nada pior do que briga em família.

Vejam o que aconteceu com Caim e Abel. As relações entre os dois se deterioraram a tal ponto que Caim matou o próprio irmão. E o matou por motivo fútil, o que hoje seria considerado homicídio qualificado. O noticiário moderno tem veiculado inúmeros casos de filhos que planejaram a morte dos próprios pais.

Ser amigo também é melhor do que ser namorado. Porque namorados que não são amigos logo se separam. A verdadeira amizade se confunde com o amor verdadeiro. E há um texto bíblico que revela até que ponto pode chegar esse sentimento: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15:13).

Ter amizade cristã é interessar-se o suficiente pelos outros a ponto de tirar tempo para eles. Tirar tempo para ajudar o vizinho. Para visitar um doente. Para socorrer alguém com o carro quebrado à beira da estrada.

A amizade cristã nunca admite que haja na congregação uma única pessoa prestando seu culto a Deus em solidão. E há entre nós rostos solitários, no meio da multidão, que vieram a nós não tanto em busca da doutrina correta, da igreja assinalada pela profecia, mas em busca de uma palavra de carinho, de afeto, de solidariedade, de compreensão, de amizade, de amor. E quando as pessoas não encontram em nosso meio o carinho de que precisam, elas, muitas vezes, vão embora para outra igreja, que poderá oferecer menos doutrina, porém mais amor. Daí muitos irmãos se admiram dizendo: “Como é que pode? Trocou a verdade pelo erro!” O fato é que elas não trocaram a verdade pelo erro. Trocaram a frieza pelo amor.

Quando Deus perguntou a Caim: “Onde está Abel, teu irmão?”, Caim procurou fugir à sua responsabilidade, dizendo: “Sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4:9, ARC). Mas a resposta de Deus a Caim, e a cada um de nós, não deixa dúvida: “Sim, você é guardador do seu irmão!”

O mundo acredita no evangelho do egoísmo, em que cada um deve cuidar de si mesmo. Mas Deus diz: “Levai as cargas uns dos outros” (Gl 6:2). Ele diz que você deve se importar com seu irmão, porque este é o verdadeiro evangelho: o evangelho do amor.

 20 Junho de 2010

Prova de anatomia

Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. João 14:26

Gláucio Pinheiro, que estudou medicina no México, conta que no fim do primeiro ano, a classe toda estava muito cansada dos estudos. No último dia de aula haveria o exame oral de anatomia, cujo professor era muito exigente. Nesse dia ele disse aos 64 alunos da classe:

– Eu sei que vocês estão muito cansados.

E daí mostrou um recipiente, dizendo que ali dentro estavam 64 papeizinhos, sendo que 62 continham a letra V, de vacaciones (férias), e apenas 2 com a letra E, de exame. Os alunos que tirassem a letra V receberiam 10 e poderiam sair de férias. Os dois que tirassem E teriam de prestar imediatamente o exame oral, que abrangia a matéria do ano inteiro.

Gláucio orou, dizendo a Deus que havia feito a sua parte, estudando bastante, mas que seria impossível lembrar da matéria toda, caso fosse sorteado para prestar o exame. E pediu que Deus o ajudasse.

Ele foi justamente um dos dois que tirou a letra E. O professor, então, lhe fez uma única pergunta:

– Qual a enervação dos dois terços anteriores da língua?

Gláucio sabia que havia estudado esse item, mas não tinha a mínima lembrança da resposta. Ele não conseguia raciocinar, mas não podia ficar em silêncio. Então abriu a boca, começou a falar, e a resposta saiu automaticamente, sem ele pensar, como se fosse um ato reflexo.

O professor deu nota 10 e lhe desejou boas férias.

É preciso fazer de Deus nosso sócio em tudo: no trabalho, nos negócios, no lazer, e também nos estudos. Se fizermos a nossa parte, ele fará a Sua, fazendo-nos recordar aquilo que se acha escondido nos recônditos da memória. Ele não trará ao consciente o que não tiver sido colocado na mente. Por isso, vadiar durante o ano e depois pedir a ajuda divina, para lembrar o que nunca foi estudado, com certeza será uma oração não atendida.

Assim também acontece com o estudo da Palavra de Deus. Devemos estar sempre preparados para responder a todo aquele que nos pedir razão da esperança que há em nós (1Pe 3:15).

“Os cristãos que tiverem estudado diligentemente as Escrituras poderão ter a certeza de que o Espírito Santo lhes trará à mente os textos adequados à ocasião” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 1039).

19 Junho de 2010

O fim do verão

Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos. Jeremias 8:20

Na Palestina, a colheita de cereais começa em abril e termina em junho. A colheita de frutos é feita em agosto ou setembro. Quando a safra de cereais fracassa, ainda resta a esperança de colher uvas, figos, azeitonas, etc., dois ou três meses depois.

Em 15 de janeiro do ano 588 a.C. as forças de Nabucodonosor cercaram Jerusalém, e trinta meses depois a invadiram, provavelmente em 19 de julho de 586 a.C. (SDA Bible Commentary, v. 2, p. 178). Em 2 Reis 25:3, 4 lemos que “aos nove dias do quarto mês, quando a cidade se via apertada da fome, e não havia pão para o povo da terra, então, a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra fugiram de noite”. A fome se tornara tão atroz, que “as mãos das mulheres outrora compassivas cozeram seus próprios filhos; estes lhes serviram de alimento na destruição da filha do Meu povo” (Lm 4:10).

Nesse contexto foi que o povo de Judá exclamou: “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos.” Eles lamentavam o fato de que a colheita de cereais havia passado e eles não tinham podido ceifar os campos, pois as tropas inimigas cercavam a cidade e ninguém podia sair.

Até o último instante, o povo preferiu acreditar nos falsos profetas, que prometiam a intervenção divina e o livramento, em vez de acreditarem em Jeremias, que havia profetizado destruição, caso não se submetessem ao rei da Babilônia. Mas a libertação não veio. Veio a fome, o desespero e a morte. Os sobreviventes foram para o cativeiro babilônico.

E o que esses fatos históricos têm a ver conosco? Nossa cidade não está cercada por nenhum exército, e a maioria de nós não está preocupada com o que vai comer amanhã.
Mas a lição que a história nos ensina é que a paciência divina tem limites, e um dia Ele porá fim à impiedade reinante e fará a colheita dos justos.

O verão representa o tempo ideal para a salvação. Se não aproveitarmos essa oportunidade áurea, o que poderemos esperar para o futuro, quando tivermos chegado ao outono ou inverno de nossa vida? Felizmente a porta da graça ainda está aberta. “Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2Co 6:2).

Que tragédia alguém chegar ao fim de sua existência e exclamar: “Passou o verão e não estou salvo.” O verão termina hoje. Estamos nós salvos? Amanhã talvez seja tarde.

 

 RIBEIRÃO PRETO 18 DE JUNHO DE 2010

É preciso provar para saber

Oh! Provai e vede que o Senhor é bom. Salmo 34:8

Eugene Lincoln conta que em 1820 uma multidão se aglomerou com curiosidade e expectativa ao redor do Palácio da Justiça em Salém, Nova Jersey. Havia ali uma feira, e as pessoas se acotovelavam e empurravam cheias de tensão, pois iriam testemunhar um ato de coragem.

Logo um homem apareceu na escadaria, segurando em uma das mãos um belo fruto vermelho que havia feito parte da decoração da feira. Pessoas no meio da multidão cochichavam com agitação, enquanto o homem erguia o fruto para que todos o vissem.

– Será que ele realmente vai comê-lo? – indagavam alguns com incredulidade.

O homem era o coronel Robert Gibbon Johnson, e o fruto era um tomate, chamado naquele tempo de “maçã do amor” e considerado extremamente venenoso. As maçãs do amor serviam para galanteios ou decorações. Os rapazes as presenteavam às namoradas, as quais usavam depois as sementes em bolsinhas ao redor do pescoço. O fruto era admirado por sua beleza, mas ninguém se atrevia a comê-lo.

A multidão suspirou horrorizada quando o coronel colocou cuidadosamente o tomate na boca e o comeu com visível satisfação. Todos esperaram com a respiração suspensa que ele logo se contorcesse em agonia e morresse ali mesmo, na escadaria do palácio.

Mas nada aconteceu. Ele começou a comer um segundo tomate, explicando, enquanto comia, que os tomates eram uma delícia, tanto crus como cozidos. Elogiou a cor e textura deles. Então convidou os presentes a participar de sua refeição, e alguns dos mais corajosos foram à frente. Logo eles também confirmaram que os tomates eram saborosos.

A notícia se espalhou rapidamente e em pouco tempo os tomates passaram a fazer parte do cardápio no mundo todo.

Se o coronel Johnson não tivesse comido aqueles primeiros tomates, é possível que as pessoas continuassem a admirá-los como “maçãs do amor”, se encolhendo de horror ante o pensamento de ingeri-los.

A vida cristã é muito semelhante. É possível passar a vida toda admirando o amoroso Jesus, sem saber realmente quão bom Ele é, enquanto não experimentarmos o Seu amor. Por isso, Davi conclamou a todos a provar e ver que o Senhor é bom.

 

 RIBEIRÂO PRETO 17 de  JUNHO de 2010

O segundo teste

Disse o Senhor a Satanás: Eis que ele está em teu poder; mas poupa-lhe a vida. Jó 2:6

No segundo concílio celestial Satanás não parece impressionado com a fidelidade de Jó, após ter perdido tudo, e diz com desprezo a Deus:

– Ora, isso não é nada! Um homem aguenta qualquer coisa para salvar a vida. Faze-o sofrer um pouco e blasfemará contra Ti na Tua face!

Novamente Deus permitiu que Satanás afligisse Jó ainda mais, com a ressalva de não lhe tirar a vida.

Então Satanás saiu da presença de Deus decidido a causar tanto sofrimento a Jó a ponto de este desejar a morte. Feriu-o “de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça” (2:7).

Para garantir sua vitória, Satanás usou também algumas pessoas. Os amigos de Jó, em vez de lhe trazerem conforto, procuraram levá-lo a crer que ele era o culpado de tudo. Sua esposa, que deveria ser a primeira a dar-lhe apoio, aconselhou-o a amaldiçoar a Deus e morrer.

E se Jó, num momento de desespero e fraqueza, amaldiçoasse a Deus, Satanás se proclamaria vitorioso. Então Deus teria de admitir, perante todos os habitantes do Universo, que se enganara a respeito de Jó. O que pensariam eles? Ficariam boquiabertos e diriam: “O Grande Soberano do Universo Se enganou! O Criador cometeu um erro de avaliação! E se isto aconteceu uma vez, não poderia acontecer mais vezes?”

Veja em que situação ficaria a presciência divina. Se Jó falhasse, Deus também falharia! Nós temos duas opções aqui: se acreditamos que Deus não sabia qual seria o resultado desse desafio, teremos de admitir que Ele cometeu uma verdadeira loucura, ao apostar Seu caráter e reputação no comportamento de um homem. A segunda opção é a de acreditar que Deus sabia o resultado, pois Ele conhece o fim desde o princípio. Nesse caso, Ele não Se arriscou, mas teremos de concluir que Ele conhecia Jó tão bem que foi capaz de prever qual seria sua reação em meio ao sofrimento.

Eu fico com a segunda opção. Deus nos conhece perfeitamente, conforme nos diz Sua palavra: “Antes que Eu te formasse no ventre materno, Eu te conheci” (Jr 1:5). Deus “conhece os segredos dos corações” (Sl 44:21). Ele nos conhece pelo nome (Êx 33:12). “O Senhor conhece os pensamentos do homem” (Sl 94:11).

Por outro lado, a experiência de Jó mostra que Satanás comete erros de avaliação, pois “não pode ler os nossos pensamentos” (Mensagens aos Jovens, p. 328).

Deus nos deu o livro de Jó para advertir-nos quanto ao poder do maligno. E especialmente para que saibamos que, quando confiamos em Deus e nos entregamos sem reservas a Ele, podemos ser vencedores.

 RIBEIRÃO PRETO 16 DE JUNHO DE 2010

Tudo no mesmo dia

Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. Jó 1:12

O patriarca Jó é descrito em seu livro como o maior de todos os homens do Oriente, sendo possuidor de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas jumentas, e um enorme contingente de servos e servas. Além disso, era pai de sete filhos e três filhas.

Entretanto, a mais importante característica de Jó é dada no verso 1, e proclamada pelo próprio Deus: “Homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.” Essa avaliação é vital para a compreensão do drama que se seguiu. Quão digno de confiança era Jó? Seria justificável a absoluta confiança que Deus tinha nele?

Em um concílio celestial Satanás pôs em dúvida os motivos dessa lealdade, insinuando que Deus havia comprado a fidelidade de Jó com bênçãos: “A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra”(1:10). E então o maligno lançou um desafio: “Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra Ti na Tua face” (1:11).

Tal desafio exigia uma completa refutação. Então, para provar a todos os habitantes do Universo que Satanás estava errado, Deus consentiu que uma tremenda injustiça fosse cometida contra um dos Seus santos: “Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão.”

De repente a vida abundante, calma e tranquila de Jó sofreu vários golpes ao mesmo tempo, pois as provações de Satanás são geralmente simultâneas, para, se possível, derrubar de modo irremediável um filho de Deus.

E assim, no mesmo dia, Jó perdeu as jumentas, os bois, camelos, servos, pastores, e o pior de tudo – os dez filhos. Ele agora não tinha mais nada. E como não sabia que estava no meio de um fogo cruzado entre Deus e Satanás, atribuiu resignadamente seus males a Deus, dizendo: “O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!” (v. 21).

Muitos santos de Deus, com a alma cheia de dor causada por perdas, têm exclamado como Jó: “O Senhor o deu e o Senhor o tomou”, mal sabendo que esta é apenas uma meia-verdade, pois o Senhor é quem dá, mas Satanás quem tira.

Jó sobreviveu a este primeiro turno, mantendo intacta sua fé em Deus. Ele é um exemplo de lealdade para todos nós. E então veio o segundo teste, ainda mais cruel.

 

RIBEIRÃO PRETO 15 DE JUNHO DE 2010

Tropeçando em palavra

Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo. Tiago 3:2

O que significa “não tropeçar no falar”? Estaria o apóstolo se referindo às pessoas que pronunciam bem as palavras, sem cometer qualquer erro de dicção, como alguns repórteres do noticiário da televisão? Teria ele em mente aqueles que têm perfeito domínio da língua materna, e não cometem erros de concordância ou regência verbal? Os que não dizem palavrões nem usam gíria? Ou será que o texto tem a ver com palavras ríspidas, ofensivas, dirigidas a outrem?

Ora, a palavra é o nosso principal veículo de comunicação interpessoal e tem o poder de influir sobre o nosso estado de ânimo, interferir em nossas emoções e provocar reações físicas. Daí por que as Escrituras dão tanta importância às palavras. Vejamos alguns exemplos:

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15:1). “A morte e a vida estão no poder da língua” (Pv 18:21). “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele” (Pv 29:20).

Tanto os salmistas quanto os profetas suplicaram ao Senhor que pusesse um “guarda” à sua boca e vigiasse “a porta” dos seus lábios (Sl 141:3) para ajudá-los a “não pecar com a língua” (Sl 39:1).

Ao receber o chamado do Senhor, Isaías se lamentou por ser um “homem de lábios impuros”, que habitava “no meio de um povo de impuros lábios” (Is 6:5). Até mesmo Moisés, o homem mais manso que havia sobre a terra, um dia perdeu a paciência com o povo de Israel, em Meribá, e “falou irrefletidamente” (Sl 106:33).

O próprio Cristo encareceu o valor das palavras, ao advertir: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado” (Mt 12:36, 37).

Tomando por base tudo o que os autores da Bíblia falaram, conclui-se que a afirmação do apóstolo Tiago, com certeza, não tem por objetivo enaltecer o uso correto do vernáculo, embora isto seja louvável. Ele está falando dos pecados da língua e do dever de refreá-la.

E como se consegue isso? Jesus disse que “a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6:45). Logo, a primeira coisa que um homem deve fazer é entregar o coração a Deus, pois o controle da língua só será possível quando Cristo controlar o coração.

 

 RIBEIRÃO PRETO 14 DE JUNHO DE 2010

Memória curta

Cedo, porém, se esqueceram das Suas obras e não Lhe aguardaram os desígnios. Salmo 106:13

A mídia tem afirmado, com insistência, que a memória coletiva do brasileiro é curta, e as pessoas se esquecem das coisas muito depressa. Um exemplo é o caso do Mensalão, ocorrido em 2005, e que muitos já não se lembram bem. Isso para não falar de outros escândalos, como o dos “anões” do orçamento federal, o escândalo da mandioca, os dólares na cueca, e outros, já relegados ao esquecimento.

O problema da memória curta não é peculiaridade dos brasileiros. A imprensa em Portugal usa o mesmo termo para qualificar muitos dos seus cidadãos. Esta é, na verdade, uma característica da humanidade, cujos registros remontam aos tempos antigos.

Vejam, por exemplo, o caso do copeiro-chefe de Faraó, que teve um sonho, na prisão, e José, após dar a interpretação correta, lhe pediu: “Porém lembra-te de mim, quando tudo te correr bem; e rogo-te que sejas bondoso para comigo, e faças menção de mim a Faraó, e me faças sair desta casa” (Gn 40:14).

Mas tão logo o copeiro foi reintegrado ao cargo, esqueceu-se completamente de José. Só se lembrou dele dois anos depois, quando o próprio Faraó teve um sonho e ficou perturbado.

O povo de Israel foi libertado da escravidão egípcia pelo poder de Deus. Vários milagres foram operados, como a passagem em seco pelo mar Vermelho, a água que saiu da rocha, o maná, a coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo à noite. No entanto, enquanto Moisés se demorava no monte Sinai, recebendo as tábuas da lei e outras instruções, Deus lhe disse após quarenta dias: “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu e depressa se desviou do caminho que lhe havia Eu ordenado” (Êx 32:7, 8).

Memória curta. Depressa se esqueceram das maravilhas operadas por Deus. São inúmeras as referências bíblicas que narram o mesmo fato nas seguintes palavras: “Os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o Senhor e se esqueceram do Senhor, seu Deus” (Jz 3:7). “Porém esqueceram-se do Senhor, seu Deus” (1Sm 12:9). “Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação e não te lembraste da Rocha da tua fortaleza” (Is 17:10). “Porque Israel se esqueceu do seu Criador e edificou palácios” (Os 8:14). Por isso são igualmente abundantes as admoestações: “Lembra-te” e “não te esqueças”.

Você também tem memória curta? Pois lembre-se de não esquecer de nem um só dos benefícios divinos.

 

RIBEIRÃO PRETO 12 JUNHO DE 2010

Ouro no cofre

Amo os Teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado. Salmo 119:127

Certa vez, um grupo de índios apaches capturou um cofre do exército americano. O cofre pesava 200 quilos e tinha um segredo – uma combinação de números na fechadura.
Os índios haviam observado o cofre sendo transportado de um posto do exército a outro, e tinham certeza de que havia ouro dentro dele. Mas como abri-lo?

Primeiramente golpearam a fechadura com pedras, esperando que de tanto bater, ela se abrisse. Como isso não adiantou, eles atacaram a porta de aço com suas machadinhas. Depois de destruírem as machadinhas nessa tentativa, eles decidiram testar o cofre no fogo. Acenderam uma fogueira e assaram o cofre durante horas a fio. Mas não conseguiram obter o que queriam, pois o cofre apenas esquentou, mas não se abriu.

Daí os índios arrastaram o cofre pela encosta de uma montanha, e lá de cima o empurraram por um penhasco, esperando que, ao cair pesadamente sobre as rochas lá embaixo, ele se abrisse como uma melancia. Nada. Só as rodinhas do cofre se quebraram e caíram. A seguir, eles apelaram para a tecnologia do homem branco, tentando explodi-lo com pólvora. Mas o cofre resistiu.

Então resolveram deixá-lo de molho dentro do rio, para ver se ele amolecia. Mas uma semana depois, o cofre continuava duro como sempre.

Quando a paz voltou a reinar na região, um ou dois anos mais tarde, o governo enviou uma tropa armada para resgatar o cofre. E eles o encontraram no fundo de um riacho, com o topo para fora dágua, e rodeado de pedaços de troncos. Foi trazido de volta para o forte, e ao ser aberto, ali estavam intactos, 7.000 dólares em moedas de ouro. No século 19 isto era muito dinheiro.

O verdadeiro caráter cristão se assemelha a esse cofre indestrutível. Você pode jogar um indivíduo de caráter como Daniel, numa cova de leões, ou numa prisão, como Paulo, Silas ou José, e eles sairão de lá com o seu tesouro intacto.

José tinha apenas 17 anos e era um moço cheio de energia e sonhos, quando seus irmãos o venderam como escravo para o Egito. No caminho, passaram perto das tendas de seu pai. José tinha tudo para se desesperar. Mas “sua alma fremiu ante a elevada resolução de mostrar-se fiel a Deus” (Patriarcas e Profetas, p. 214).

Tal e qual esse velho cofre, o caráter de José resistiu a todas as provas. E Deus o recompensou, alçando-o da prisão para o palácio de Faraó.

 

 

 RIBEIRÃO PRETO 12 DE JUNHO DE 2010

O dilúvio vem aí

Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças. Gênesis 19:17

A represa de Saint Francis foi construída de 1924 a 1926, a 64 quilômetros de Los Angeles, próximo à cidade de Santa Clarita. A barragem media 55 metros de altura e 183 metros de largura, e era considerada uma obra-prima da engenharia, mas tinha uma falha da qual ninguém suspeitara: havia sido construída com um tipo de rocha permeável pela água. Em apenas dois anos a água, silenciosamente, atuou sobre a estrutura das pedras até amolecê-las.

Nesses dois anos, várias rachaduras e vazamentos haviam aparecido, mas o engenheiro responsável, William Mulholland, as considerou normais para uma represa de concreto daquele tamanho. No dia 12 de março de 1928 o inspetor da represa descobriu novas fendas e vazamentos e avisou outra vez Mulholland, o qual novamente as considerou normais.

Naquele mesmo dia, faltando apenas três minutos para a meia-noite, a represa se rompeu com um estrondo semelhante a um terremoto, e uma muralha dágua de quarenta metros de altura se projetou sobre o desfiladeiro e então sobre o vale, onde residiam muitos fazendeiros.

Um vigia viu a catástrofe e avisou a polícia, a qual em meio às trevas da noite, procurou avisar os que não possuíam telefone. Além das fazendas, havia muitos acampamentos temporários, de mexicanos, que não falavam inglês. Então o intérprete adiantou-se para receber a mensagem. O oficial bradou: “Fujam para os montes! Aí vem uma inundação!”

Mas o intérprete, que se orgulhava de sua lógica e bom-humor, olhou para o céu, onde brilhavam as estrelas e riu-se dizendo: “Grandes tolos, hoje não vai chover!” E voltaram todos para os seus leitos.

Quarenta minutos depois, uma onda gigantesca varreu o acampamento daqueles infelizes, arrastando-os até o mar. Cerca de 600 pessoas morreram.

O mundo apresenta várias rachaduras, anunciando a catástrofe iminente. Tão certo como o mundo antigo pereceu sob as águas do Dilúvio, o atual está reservado para um dilúvio de fogo, “no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados” (2Pe 3:10).

O povo de Deus, porém, deve ser sábio e prudente para atender aos sinais do fim e abrigar-se na Rocha da Salvação, que é Cristo Jesus.

RIBEIRÃO 11 DE JUNHO DE 2010 

O grande ausente

Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. João 20:24

Jesus havia sido crucificado na sexta-feira. O sábado havia passado e, no domingo, ao entardecer, dez discípulos se reuniram a portas fechadas no cenáculo – o mesmo aposento onde já haviam se reunido alguns dias antes para celebrar a última ceia.

Duas cadeiras estavam vazias. Uma delas pertencera a Judas. Por isso, ele não estava sendo esperado. Todos sabiam que ele, após trair o Mestre, levando-O à morte de cruz, não resistira ao desespero e sentimento de culpa e, retirando-se, foi se enforcar. Judas nunca mais viria às reuniões.

A outra cadeira vazia pertencia a Tomé, chamado Dídimo. Os demais apóstolos o esperavam, pois ele era um dos doze. Mas Tomé não compareceu. Onde estava ele e por que não viera? Teria ele alguma coisa mais importante para fazer? Teria assumido algum outro compromisso?

Ali estavam dez apóstolos, confusos, frustrados e temerosos quanto ao futuro. Mas Jesus veio e infundiu-lhes ânimo. Foi uma pena que Tomé, justamente o mais triste e amargurado de todos, não estivesse presente.

Ele não foi porque havia perdido a esperança. Acreditava firmemente que Jesus estava morto e que a causa pela qual havia lutado estava perdida para sempre. Ele achava que o encontro com seus colegas não lhe faria bem . Por isso, preferiu ficar em casa.

Mas Tomé estava redondamente enganado, pois a reunião, em vez de ser um lamento pela glória do passado, foi uma ocasião de regozijo. Foi maravilhosa, porque Jesus esteve presente. E Ele promete estar presente ainda hoje, “onde estiverem dois ou três reunidos” em Seu nome (Mt 18:20). Onde quer que haja corações sedentos da Sua presença, ali Ele também está.

“Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas Suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no Seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20:25).

E o que é que esse incrédulo fez, oito dias depois? Compareceu a uma nova reunião com os discípulos! Ele duvidava, mas procurava a resposta para suas dúvidas. Desta vez ele viu Jesus, apalpou-O, e creu. “Disse-lhe Jesus: Porque Me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20:29).

Consideremo-nos bem-aventurados, porque não O vimos, mas cremos.

E estejamos presentes nas reuniões em que Cristo está presente.

 

 RIBEIRÃO PRETO 10 DE JUNH0 DE 2010

Boas notícias

Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação. Isaías 52:7

Nos dias finais em que vivemos, chegamos a ficar surpresos quando nos deparamos com uma boa notícia nos jornais ou na televisão. Só se ouve falar de acidentes, homicídios, sequestros, atentados terroristas, enchentes, desabrigados e toda sorte de calamidades, tanto em nosso país como no estrangeiro.

Em primeiro lugar, porque quase não há boas notícias a publicar, pois o mundo vai de mal a pior. Em segundo, porque para a imprensa secular, a má notícia é que é a boa. É a que faz manchete e vende. O povo de Deus, porém, não precisa se abeberar dessas cisternas rotas. Não precisa e não deve ouvir programas de rádio ou televisão em que homicídios, assaltos e outras ocorrências violentas são dramatizadas com sensacionalismo e até com ironia, procurando tornar a tragédia “engraçada”. Não precisa e não deve ler jornais que destilam sangue e exploram o que há de pior na sociedade.

O profeta Isaías, seis séculos antes de Cristo, disse: “O que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal, este habitará nas alturas” (Is 33:15, 16).

Há mais de cem anos, quando a situação do mundo era provavelmente cem vezes melhor do que a de hoje, Ellen White repetiu o mesmo conselho: “Quando os jornais chegam em casa, quase desejo escondê-los, para que as coisas ridículas e sensacionais não sejam vistas [...] Os que desejam ter a sabedoria que vem de Deus devem tornar-se néscios no pecaminoso conhecimento deste século, para serem sábios. Devem fechar os olhos, para não verem nem aprenderem o mal. Devem fechar os ouvidos, para que não ouçam o que é mau e não obtenham o conhecimento que lhes mancharia a pureza de pensamentos e de ação” (O Lar Adventista, p. 404).

Obviamente, a alienação ou a desinformação não despontam como respostas ideais. Entretanto, é muito mais alienatório o conhecimento dos problemas sem nada poder ou nada querer fazer para solucioná-los.

Ao cristão compete gerar boas notícias, pois o evangelho (que significa boas novas), se traduz em atos de amor e bondade para com os necessitados.

Hoje, ajude alguém, com o pão material e com as boas novas da salvação em Cristo.

 RIBEIRÃO 09 DE JUNHO DE 2010 

O orgulho precede a queda

O orgulho leva a pessoa à destruição, e a vaidade faz cair na desgraça. Provérbios 16:18, NTLH

A Segunda Guerra Mundial havia acabado. Como Hitler era dado como morto, Heinrich Himmler, chefe da Gestapo, se tornou o líder nazista mais caçado pelos aliados.

Após a queda da Alemanha, ele e dois de seus assistentes fizeram o que puderam para sumir do mapa, disfarçando-se como membros da Polícia Secreta. O disfarce de Himmler era muito bom – ele rapou o bigode e usava um tapa-olho preto. Mas não admitiu usar o uniforme de um simples soldado, preferindo o de um sargento.

Ocorre que os aliados haviam recebido ordens para prender todos os membros da Polícia Secreta, de sargento para cima. Himmler poderia ter escapado se não fosse seu orgulho. Ele não aceitou ser soldado. Mas quando a vida está em jogo, que diferença faz se você é soldado ou sargento? Pessoas como Himmler, entretanto, podem perder tudo, mas não a pose.

O resultado final geralmente é trágico, como foi o de Himmler: reconhecido e capturado por uma unidade do exército britânico, em 22 de maio de 1945, foi marcada uma data para o seu julgamento, junto com outros criminosos de guerra. Mas antes do interrogatório ele engoliu uma cápsula de cianeto, suicidando-se. Seu orgulho, literalmente o levou à destruição.

“O orgulho de coração é um terrível traço de caráter. ‘A soberba precede a ruína’ (Pv 16:18). Isso é verdade na família, na igreja e na nação” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 377).

A pessoa pode se orgulhar por uma infinidade de motivos: filhos, beleza física, inteligência, riqueza, habilidade, saúde e longevidade, esquecendo-se de que recebeu tudo isso das mãos de Deus: “Quem é que fez você superior aos outros? Por acaso não foi Deus quem lhe deu tudo o que você tem? Então por que é que você fica todo orgulhoso como se o que você tem não fosse dado por Deus?” (1Co 4:7, NTLH).

O cristão precisa se guardar contra o orgulho em todas as suas formas, especialmente de suas realizações espirituais. Somente Deus deve ser glorificado e exaltado, pois dEle procedem todos os nossos dons e a Ele devemos todas as nossas conquistas.

“Salomão nunca foi tão rico ou tão sábio ou tão verdadeiramente grande como quando confessou: ‘Não passo de uma criança, não sei como conduzir-me’ (1Rs 3:7)” (Profetas e Reis, p. 30).

 RIBEIRÃO PRETO 08 DE JUNHO DE 2010

Como Jesus tratava as mulheres

Neste ponto, chegaram os Seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher. João 4:27

No Oriente, um homem não aborda uma mulher estranha na rua e começa a conversar com ela. Os judeus consideravam extremamente impróprio que um homem, especialmente se se tratasse de um rabi, conversasse com uma mulher em público. Uma de suas regras estipulava que “nenhum homem deveria falar com uma mulher na rua, nem mesmo com a própria esposa”. Daí a surpresa dos discípulos, que, ao voltarem da cidade, encontraram o seu Mestre envolvido em conversação com uma mulher, junto ao poço de Jacó.

Mas Jesus era assim mesmo: Ele não tinha preconceitos, nem contra os samaritanos, nem contra as mulheres, nem contra ninguém. Em Seu grande amor pelos seres humanos, Ele elevou a posição das mulheres de Seu tempo, vítimas de preconceito e discriminação. Os judeus as consideravam seres inferiores, e não permitiam que elas adentrassem o templo além do átrio das mulheres, e menos ainda que tomassem parte ativa no culto, quer falando ou orando em voz alta. Os mais radicais diziam que era melhor queimar a lei do que ensiná-la a uma mulher.

Cristo quebrou esses padrões, tratando as mulheres como iguais, pois nas reuniões em que Ele pregava, tanto homens como mulheres tinham o privilégio de ouvi-Lo. O ensinamento judaico prescrevia também que a mulher ficasse em casa, e só saísse à rua com permissão do marido. No ministério de Jesus, porém, as mulheres acompanhavam o grupo apostólico ao se deslocar de um lugar para outro (Lc 8:1-3). Várias delas foram objeto de Seus milagres e compaixão, como a mulher siro-fenícia, a filha de Jairo, a viúva de Naim e outras.

Ao assim proceder, Cristo estava, na verdade, restituindo à mulher a igualdade com o homem que lhe havia conferido na Criação: “Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão, significando que não o deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob os pés como se fosse inferior, mas estar a seu lado como igual, e ser amada e protegida por ele” (Patriarcas e Profetas, p. 46).

Vamos devolver à mulher o seu lugar de honra, não só hoje, o Dia Internacional da Mulher, mas em todos os dias de nossa vida.

 

 RIBEIRÃO PRETO 7 DE JUNHO DE 2010

Convivendo com o barulho

O Senhor, porém, está no Seu santo templo; cale-se diante dEle toda a terra. Habacuque 2:20

O mundo está cada vez mais barulhento. Mesmo em nosso lar pode haver barulho em excesso. Os ruídos combinados dos eletrodomésticos, mais os de cachorros latindo, gatos miando, crianças berrando (e talvez o papagaio também resolva meter o bico na conversa), fazem com que o nível de ruído em nossa própria casa seja muito elevado.

Nas grandes cidades a poluição sonora é ainda maior, em virtude de buzinas, sirenes, marteletes abrindo o asfalto, motos, camelôs anunciando em alta voz os seus produtos, e muitos outros. Mas, embora o barulho esteja muito ligado à vida moderna e aos grandes centros, já existia também na antiguidade, embora em menor proporção.

No primeiro século antes de Cristo, cidadãos de Roma reclamaram tanto contra o barulho das rodas das carruagens romanas, que César proibiu o tráfego noturno dessas carruagens. No décimo sexto século, na Inglaterra, a bondosa rainha Elizabeth promulgou um decreto proibindo que os maridos surrassem as esposas depois das dez horas da noite, por causa da gritaria provocada por essa prática.

Há pessoas que não podem viver sem barulho. A solidão, o silêncio, a meditação são insuportáveis para elas. Precisam falar com alguém, e, se não há com quem falar, ligam o aparelho de som ou a televisão. Parece que o barulho causa dependência, tal e qual as drogas.

Um professor conta que certa vez foi à igreja. O ambiente convidava à meditação. Mas, de repente, os ouvintes foram sacudidos por estridentes acordes vindos do órgão. Era o organista, que executava uma fuga de Bach em volume tão elevado que quase pôs em fuga o auditório. Quando terminou, o orador transmitiu sua mensagem com tal eloquência que o professor, em vez de sair da igreja revigorado espiritualmente, saiu meio zonzo. E ficou se perguntando se a poluição sonora teria se tornado uma parte tão integrante da sociedade moderna, a ponto de invadir até mesmo os momentos de meditação e adoração.

Podemos nos aproximar de Deus quando os decibéis se aproximam dos níveis de tolerância? Será que nossa espiritualidade se eleva paralelamente à elevação do volume de som? É claro que não. Como povo que busca uma comunhão íntima com Deus, precisamos ter períodos de calma e quietude em que possamos ouvir Sua voz falando ao nosso coração. Procuremos encontrar hoje esses momentos para estar a sós e em silêncio com Deus.

 RIBEIRÃO PRETO 05 DE JUNHO DE 2010

Alegria no Senhor

Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos. Filipenses 4:4

Há pessoas que vivem de maneira confortável e, do ponto de vista material, possuem tudo o que desejam. Estas deveriam ser as mais felizes e gratas a Deus. Entretanto, são, muitas vezes, as que estão sempre reclamando de tudo e não demonstram gratidão pelas bênçãos recebidas.

Por outro lado, muitos dos que teriam reais motivos para se queixar são justamente os que honram a Deus com seus lábios, demonstrando gratidão e louvando-O, mesmo em circunstâncias adversas.

O apóstolo Paulo, que nos aconselha a sempre nos alegrar no Senhor, é um destes exemplos – alguém que tinha motivos de sobra para reclamar da vida, por causa dos sofrimentos e provações a que foi submetido. Recordemos, por um momento, de sua descrição das adversidades pelas quais passou:

“Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas, uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes, uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; [...] em frio e nudez” (2Co 11:24-27).

Certamente, nenhum de nós passou por tantas dificuldades e enfrentou tantas lutas e perigos. O corajoso apóstolo finalmente perdeu também a liberdade, mas não a esperança. Havia sido destituído de todo e qualquer conforto que esta vida pudesse oferecer, mas nenhuma situação ou pessoa conseguiu tirar-lhe a alegria de viver em Cristo e para Cristo. E do fundo de uma sombria e úmida prisão, escreveu aos filipenses e a cada um de nós: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4:4).

Mais tarde, escrevendo a Timóteo, Paulo disse que o alimento e a roupa devem ser a base de nosso contentamento: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1Tm 6:8).

Milhões de pessoas vão para a cama com o estômago vazio, todas as noites. Milhões não têm um teto onde se abrigar. Outros tantos mal têm o que vestir. Se você não está entre estes, aprenda a contar as bênçãos. E alegre-se sempre no Senhor.

 

 

RIBEIRÃO PRETO 03 DE JUNHO DE 2010

Prostitutas no reino de Deus?

Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Mateus 21:31

No tempo de Cristo publicanos e meretrizes eram desprezados pela sociedade, especialmente pelos fariseus. Os publicanos, ou cobradores de impostos, eram considerados como estando além da possibilidade de arrependimento, o que os excluía totalmente da salvação.

As meretrizes estavam mais ou menos no mesmo nível, pois a lei de Moisés estabelecia penas severas para as praticantes (Lv 21:9, Dt 22:21).

Agora imagine o espanto e a ira dos fariseus – tidos como exemplos de moralidade – ao ouvirem Jesus dizer que essas duas classes abominadas entrariam no Céu antes deles! Estaria Cristo elogiando os pecadores e condenando os observadores e intérpretes da Lei?

O significado desta parábola é claro: Jesus não está prometendo a salvação nem aos fariseus cheios de justiça própria, nem aos pecadores impenitentes. Ele não está elogiando ninguém aqui; está apenas dizendo que um grupo é menos pior do que o outro. Vejam: os versos precedentes falam de dois filhos: um prometeu ao pai que iria trabalhar na sua vinha, mas não foi. O outro disse que não iria, mas foi.

O primeiro representa os líderes judaicos, que não creram na pregação de João Batista nem aceitaram a mensagem de Jesus. Cumpriam com exatidão e zelo os ritos e cerimônias, mas rejeitavam a verdade, deixando assim de fazer a vontade de Deus. E Jesus deixou claro que sua desobediência lhes impediria a entrada no reino de Deus.

Assim como na parábola nenhum dos dois filhos trouxe satisfação completa ao seu pai, Jesus quis ensinar também que nem os fariseus nem os publicanos e meretrizes representavam o grupo ideal. Os fariseus, porque diziam e não faziam (Mt 23:3). E palavras belas e piedosas não são substituto para boas ações. Os publicanos e meretrizes também não representavam o filho ideal, pois eram materialistas e mundanos, embora suas ações fossem, às vezes, mais piedosas do que as de muitos seguidores de Jesus. O filho ideal é aquele cuja profissão de fé é coerente com a prática. É o que diz e faz. É esse que traz alegria completa ao Pai.

Mas, é importante frisar que no reino de Deus encontraremos fariseus como Nicodemos, prostitutas como Raabe, e publicanos como Zaqueu. Todos convertidos e salvos pela fé em Jesus.

 RIBEIRÃO PRETO 2 JUNHO DE 2010

Farol dianteiro

Os justos, e os sábios, e os seus feitos estão nas mãos de Deus; e, se é amor ou se é ódio que está à sua espera, não o sabe o homem. Tudo lhe está oculto no futuro. Eclesiastes 9:1

Quando o escritor e memorialista Pedro Nava completou 80 anos de idade, foi entrevistado por uma repórter, que lhe perguntou:

– Como é ter 80 anos?

– Não é grande coisa – respondeu Nava. – Melhor é ter vinte, como você.

– E toda essa experiência não é nada? – insistiu a repórter.

– A experiência é um farol na traseira do carro – contestou o escritor. – Só alumia para trás. Mostra onde você errou, onde acertou.

Nava estava querendo dizer que a experiência de toda uma vida não lança luz sobre o futuro. Oitenta anos de erros e acertos continuam inúteis no sentido de evitar futuros tropeções. Oitenta anos tateando nas trevas! Assim é a vida do ser humano, quando não tem um farol dianteiro a lhe guiar os passos.

No início de um novo ano, muitos adivinhadores apontam seus holofotes em direção ao futuro, tentando desvendar o que acontecerá no novo ano. Consultam orixás, bolas de cristal, cartas ou búzios, e saem a público, alardeando suas predições. Algumas delas eventualmente se cumprem, ou por acaso, ou porque Satanás os inspira a pronunciá-las, já que “pela experiência adquirida através dos longos séculos, ele pode raciocinar partindo das causas aos efeitos, e predizer muitas vezes, com certo grau de precisão, alguns dos acontecimentos futuros da vida do homem” (Patriarcas e Profetas, p. 687).

Pela observação do passado e do presente, é possível prevermos tendências e comportamentos, da mesma maneira como as empresas, baseadas nos dados passados e atuais, fazem projeções de vendas para os anos seguintes. E a margem de erro muitas vezes é pequena.

Não há nenhum inconveniente nisto. O que é condenado pela Palavra de Deus é o consultar espíritos familiares, pois a prática do ocultismo é abominação ao Senhor.

Por que repetir isso ao povo de Deus? Porque alguns consultam o seu horóscopo alegando que “geralmente dá certo”. Outros o fazem movidos pela curiosidade. Devemos ser um povo sábio, não nos deixando enganar por aqueles que acreditam na influência dos astros sobre a vida humana.

O que precisamos saber está revelado na Palavra de Deus. Este é o único farol dianteiro que lança luz sobre o futuro.

 

RIBEIRÃO PRETO 1 DE JUNHO DE 2010 

Verdades sobre a mentira

Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo. Levítico 19:11

Você tem certeza de que nunca mentiu? Nem mesmo para agradar à dona-de-casa, jurando que a sopa de jiló e a salada de berinjela estavam uma delícia? Ou afirmando a um doente terminal que a aparência dele está ótima e que ele logo vai ficar bom? Ou escondendo suas verdadeiras intenções?

Meias-verdades também são mentiras? E exagerar ou diminuir uma verdade? É lícito mentir para salvar a própria vida ou a de outra pessoa? E o que dizer da hipocrisia? Como se pode ver, a mentira tem muitas facetas, e as respostas nem sempre são fáceis. Vejamos alguns casos bíblicos.

Grandes homens de Deus, como Abraão, Isaque, Jacó, Davi, mentiram. E todos eles colheram nesta vida os seus frutos amargos. Ananias e Safira cometeram um delito mais grave, mentindo ao Espírito Santo. E “perderam esta vida e a futura” (Atos dos Apóstolos, p. 76).

Raabe, a meretriz de Jericó, mentiu para salvar os espias israelitas, e com isso salvou também a própria vida e a de seus familiares. Ela teve a honra de ser ancestral do Salvador do mundo, o seu nome figura na galeria da fé em Hebreus 11. No entanto, a Bíblia não a elogia porque mentiu; apenas relata o que aconteceu. Ela foi elogiada, não por sua mentira, mas por ter acolhido os espias israelitas, fazendo-os partir por outro caminho (Tg 2:25).

Um episódio curioso é o do profeta Samuel, que por ordem divina deveria ir a Belém com a missão primordial de ungir Davi como rei de Israel, enquanto Saul ainda era rei (1Sm 16). Samuel, entretanto, objetou, dizendo a Deus que Saul o mataria quando soubesse disso. Então Deus aliviou-lhe os temores, esclarecendo que a unção de Davi não seria pública, para não enraivecer Saul. Seria um ato doméstico, que não chamaria tanto a atenção. Para isso, Samuel deveria tomar um novilho para ser oferecido como sacrifício, mas sem revelar que, juntamente com o sacrifício, também ocorreria a unção de um novo rei. Não havia nada de errado em agir secretamente, pois Samuel não devia explicações a Saul, nem Deus lhe pediu que contasse a todos sobre a unção de Davi.

Jesus Cristo fez a mesma coisa com os discípulos ao recusar-Se a revelar tudo o que sabia: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (Jo 16:12).

Podemos adotar aqui o seguinte princípio: “Mas, embora a verdade não possa ser dita inteiramente em todas as ocasiões, nunca é necessário nem justificável enganar” (A Ciência do Bom Viver, p. 245).

Hoje é o Dia da Mentira, um dia para não ser comemorado pelos que amam a verdade.

 RIBEIRÃO PRETO 31 DE MAIO DE 2010

As injustiças da vida

Todavia, de acordo com a Sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça. 2 Pedro 3:13, NVI

Tancredo Neves, eleito presidente do Brasil, não chegou a assumir o mais alto cargo da Nação, pois foi vitimado por uma insidiosa doença. Ao perceber que não chegaria a ocupar o ambicionado posto, exclamou: “Eu não merecia isto!”

Esta tem sido a experiência de muitos na vida: trabalharam arduamente para alcançar um ideal, mas na hora de desfrutar o pouco que esta vida tem a oferecer, ficaram doentes ou baixaram à sepultura com a sensação de terem sido apunhalados pelas costas. A vida lhes foi injusta!

Outros depositaram suas esperanças em um filho, que se desviou do caminho, perdendo-se nos labirintos do crime, das drogas, ou morrendo prematuramente. E agora exclamam, desapontados: “O que é que eu fiz para merecer isto?”

Este também poderia ter sido o sentimento de Moisés, após liderar o povo de Israel durante 40 anos de peregrinação pelo deserto. Ao avizinhar-se da terra prometida, Deus mandou-o subir ao Monte Nebo, ao cume de Pisga:
“Ali o Senhor lhe mostrou a terra toda: de Gileade a Dã, toda a região de Naftali, o território de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá até o mar ocidental, o Neguebe e toda a região que vai do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar. E o Senhor lhe disse: Esta é a terra que prometi sob juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, quando lhes disse: Eu a darei a seus descendentes. Permiti que você a visse com os seus próprios olhos, mas você não atravessará o rio, não entrará nela” (Dt 34:1-4, NVI).

Que castigo por causa de um único erro: ter ferido a rocha quando deveria ter falado a ela! (Nm 20:7-11.) Moisés poderia ter argumentado com Deus, dizendo: “Mas Senhor! E os 40 anos de murmurações, contendas e desafios que suportei desse povo, não valem nada? É verdade que perdi a paciência uma vez, mas ninguém é de ferro! É crueldade me mostrar a terra prometida, me deixar com água na boca, para então me dizer que não vou entrar nela. Que injustiça, Senhor!”

Mas não há registro de que Moisés tenha reclamado da decisão divina. Ele morreu ali mesmo, confiante no Senhor, e foi por Ele sepultado. E então vem o melhor: Deus o ressuscitou e o levou para aquela outra Terra Prometida, infinitamente melhor do que a terra de Gileade, que o território de Efraim, o vale de Jericó e tudo o mais.

E isto deixa claro um ponto: esta vida não é justa. A justiça, bem como a misericórdia e o amor de Deus, nós vamos experimentar, em sua plenitude, depois de passarmos pelo túnel escuro desta vida e chegarmos ao reino celestial.

 RIBEIRÃO PRETO 30 DE MAIO DE 2010

O pior pecado

Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Romanos 14:4

Apesar de haver falta de juízes para julgar os volumosos processos que se amontoam nos fóruns, o número de pessoas com vocação para a magistratura, mesmo dentro da igreja parece ser muito grande. Com que facilidade se julga um irmão pelo que come, bebe, veste ou faz! E isto não é novo, pois quase dois mil anos atrás o apóstolo Paulo já perguntava: “Quem és tu que julgas o servo alheio?”

Boa pergunta. Quem és tu? Um padrão de conduta, cujo exemplo todos deveriam seguir? Então, pelo menos uma coisa te falta: não julgar os outros, especialmente considerando o verso anterior: “Quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu” (Rm 14:3). Outra tradução diz: “Pois Deus o aceitou” (NVI). A conclusão é óbvia: Se Deus o aceitou, por que você não o aceitaria?

Paulo não está falando somente de dieta, neste passo. Está falando também de atitudes. A dieta aqui é apenas uma ilustração. Poderia ser vestuário, lazer, esportes, etc. Mas ele fala de dieta porque este sempre foi o principal motivo de polêmica e divisão dentro da igreja. Por isso ele insiste, neste mesmo capítulo: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).

O que fica implícito naquele que julga é o seguinte: “Sou mais santo do que tu” (Is 65:5). E isto é arrogância. Julgar um irmão é o pior pecado, porque o juiz se coloca acima de Deus, o qual já o aceitou com todas as falhas e pecados que tem.

Nos primeiros cinco capítulos de Romanos, Paulo está tentando transmitir o fato de que somos todos pecadores e carentes da misericórdia de Deus (Rm 3:10, 12, 23). Consequentemente, ninguém tem moral para apontar o dedo para alguém.

Gosto do que Ellen White diz sobre este assunto: “Em questões de consciência, a alma deve ser deixada livre. Ninguém deve controlar o espírito de outro, julgar por outro, ou prescrever-lhe o dever. Deus dá a toda alma liberdade de pensar, e seguir suas próprias convicções. [...] No reino de Cristo não há nenhuma orgulhosa opressão, nenhuma obrigatoriedade de costumes” (O Desejado de Todas as Nações, p. 550, 551).

Creio que a mensageira do Senhor não poderia ter sido mais clara.

 

 RIBEIRÃO PRETO 29 DE MAIO DE 2010

O conselho de Gamaliel

Não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina. Efésios 4:14

Muitos ventos de doutrina têm soprado de todas as direções sobre a igreja de Deus. Ideias estranhas têm encontrado guarida em nosso meio, levando líderes, pastores e membros a temer pela unidade da igreja. Tempo e recursos que deveriam ser devotados à pregação do evangelho, têm sido desviados para combater o erro.

Desde a era apostólica a igreja enfrenta heresias e dissidências, mas ao nos aproximarmos do fim da história terrestre, podemos esperar os mais virulentos ataques do inimigo, em sua tentativa de destruir o povo de Deus.

Na verdade, o próprio cristianismo foi, em seu nascedouro, considerado uma dissidência, levando os líderes judaicos a se reunirem no Sinédrio para decidir como deveriam ser tratados os líderes dessa nova seita.

A tendência da maioria era esmagar o movimento, matando os apóstolos. Foi quando se levantou no Sinédrio um fariseu chamado Gamaliel, mestre da lei, acatado por todo o povo, o qual fez a seguinte admoestação:

“Israelitas, atentai bem no que ides fazer a estes homens. Porque, antes destes dias, se levantou Teudas, insinuando ser ele alguma coisa, ao qual se agregaram cerca de quatrocentos homens; mas ele foi morto, e todos quantos lhe prestavam obediência se dispersaram e deram em nada. “Depois desse, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e levou muitos consigo; também este pereceu, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos. “Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram com ele” (At 5:35-39).

Grande e sábio conselho! Gamaliel se provou sábio e correto, pois aquela obra era realmente de Deus e não pôde, nem poderá jamais ser destruída. Não podemos impedir que os ventos soprem. Eles soprarão sempre, cada vez com mais intensidade. Mas a igreja não cairá.

Por outro lado, podemos ter a certeza de que as dissidências e os movimentos de homens perecerão da mesma maneira como os de Teudas e Judas. Por isso, não devemos nos desviar do caminho para combatê-los. Nossa missão primordial é pregar o evangelho de Cristo, ensinando as multidões a guardar todas as coisas que Ele ordenou.

 

RIBEIRÃO PRETO 28 DE MAIO DE 2010 

Como lidar com a ira

O insensato expande toda a sua ira, mas o sábio afinal lha reprime. Provérbios 29:11

William Falkaber, dono de um restaurante em Spokane, Washington, ficava irritado toda vez que o cozinheiro derramava café em seu pires, quando o servia. Um dia ele explodiu, após um incidente desses. Sacou o revólver e correu atrás do cozinheiro. Mas não chegou a puxar o gatilho, pois sofreu um colapso cardíaco e caiu morto. A raiva o matou.

Explodir de ira pode causar um infarto e ser fatal. Por outro lado, engolir a raiva também não é saudável, pois a raiva reprimida pode causar uma série de doenças como alergias, dor de cabeça, úlceras, doenças de pele e câncer. Será que temos de escolher entre o infarto e o câncer? Não haveria alternativas melhores? Felizmente, sim.

Adolfo, às vezes, chegava em casa, à tardinha, extremamente irritado, após um extenuante dia de trabalho. Encerrava-se em seu quarto e liberava sua ira, não só xingando os móveis, mas também esmurrando-os e dando-lhes pontapés. Depois de uma sessão de desabafos desse tipo, em que atingia apenas a mobília, saía do quarto recuperado e manso como um cordeiro. Aí está uma maneira de expandir a ira em que nenhuma pessoa sai ferida. Nem você nem os outros. O único inconveniente é ter de trocar os móveis com mais frequência.

Os psicólogos recomendam também o diálogo franco com a pessoa que o irritou. Se isto não for possível, sua ira pode ser liberada através de exercício físico, que traz grande alívio, ou mesmo pintando quadros, esculpindo, fazendo trabalhos manuais ou escrevendo, mesmo que depois você rasgue tudo e jogue fora.

A Bíblia também oferece uma alternativa para liberar a ira de modo saudável. Se você ler os versos 1-13, do Salmo 109, verá que Davi expressou, em oração, todo o seu ódio contra os inimigos. Suas palavras não deixam dúvida quanto aos seus sentimentos: “Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva, a sua esposa. Andem errantes os seus filhos e mendiguem; e sejam expulsos das ruínas de suas casas” (v. 9, 10). No Salmo 58:6 ele pede: “Ó Deus, quebra-lhes os dentes na boca.” E no Salmo 140:10: “Caiam sobre eles brasas vivas, sejam atirados ao fogo, lançados em abismos para que não mais se levantem.”

Estas são palavras cheias de ira e de sentimentos de vingança. Davi não está pensando em converter ou salvar os ímpios. Está pedindo um severo castigo para eles. Embora esta não seja a atitude ideal – a de pedirmos que Deus castigue essa ou aquela pessoa – Deus deseja que confessemos a Ele nossa raiva, aquilo que nos irrita. E nesse desabafo encontramos alívio.

 RIBEIRÃO PRETO 27 DE MAIO DE 2010

Dependência de Deus

Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para Si. Gênesis 5:24

Um marido, cansado de problemas familiares, desabafou para a esposa: “É incrível! Sempre temos um problema familiar pelo qual orar. Parece que isso não acaba nunca!” A esposa ponderou: “E o que você queria? Ser independente de Deus?”

A vida cristã é isto – dependência diária de Deus, tanto na paz como na tempestade.

Nos escritos inspirados encontramos revelações muito francas sobre os defeitos de grandes homens de Deus, como Abraão, Isaque, Jacó, Davi, Moisés e outros. Mas sobre Enoque não encontramos nenhuma referência desabonadora, embora, como ser humano, ele tivesse “intuição de sua própria fraqueza e imperfeição” (Patriarcas e Profetas, p. 85).

Um dos aspectos que se salientam na vida desse gigante da fé, o primeiro a ser trasladado para o Céu sem ver a morte, é o fato de que, em meio a uma geração perversa, “andou Enoque com Deus” (Gn 5:22, 24). E não foi por pouco tempo – ele andou com Deus durante trezentos anos! Estava tão próximo à Cidade Celestial, que um dia Deus lhe abriu as portas e o convidou a entrar.

Como é que Enoque atingiu essa grandeza espiritual? Ellen White responde: “O andar de Enoque com Deus não foi em arrebatamento de sentidos ou visão, mas em todos os deveres da vida diária. Não se tornou um eremita, excluindo-se inteiramente do mundo, pois que tinha uma obra a fazer para Deus no mundo. Na família e em suas relações com os homens, como esposo e como pai, como amigo, cidadão, foi ele um servo do Senhor, constante e inabalável [...] Enoque [...] passava muito tempo na solidão, entregando-se à meditação e oração” (ibid.).

A vida de Enoque é, sem dúvida, um exemplo para os crentes de todas as épocas. Nosso andar com Deus não deve ser alcançado através de experiências místicas ou afastamento da sociedade, “mas em todos os deveres da vida diária”. Em meio à correria desenfreada da vida moderna, precisamos encontrar tempo para ficar a sós com Deus, entregando-nos à meditação e oração e, então, voltar ao convívio social, refletindo a imagem divina obtida nesses momentos de comunhão.

Quem experimenta o novo nascimento, precisa crescer na graça e no conhecimento de Cristo, o que não ocorre da noite para o dia, mas é obra de uma vida inteira. Basta entregar-se diariamente à Fonte dessa transformação.

 


RIBEIRÃO PRETO 26 DE MAIO DE 2010

A voz do povo

 

 

Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente. Deuteronômio 4:6

Certa vez, um político muito esperto estava realizando um comício, durante sua campanha eleitoral. Em seu discurso, ele contou a história do julgamento de Cristo, e de como o povo teve oportunidade de dar seu voto, escolhendo um dos candidatos a ser libertado.

“Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo?” (Mt 27:17). O povo, democraticamente, deu seu voto: Barrabás. E assim foi libertado um criminoso e crucificado um inocente.

O político, astutamente se referindo ao seu oponente, concluiu dizendo: “Eu temo que o povo, mais uma vez, escolha Barrabás!”

Não sei se ele foi eleito ou não, mas não há dúvida de que ele usou um argumento forte, mostrando que o povo, muitas vezes, não sabe escolher.

Costuma-se dizer que “a voz do povo é a voz de Deus”, mas na condenação de Jesus, a voz do povo foi a voz de Satanás, pois havia demônios infiltrados em meio ao povo: “Os próprios demônios, em forma humana, achavam-se na turba, e que se poderia esperar, senão a resposta: ‘Seja crucificado’? (Mt 27:22)” (O Desejado de Todas as Nações, p. 733).

Houve uma ocasião, entretanto, em que o povo salvou um inocente de ser condenado. Jônatas, filho do rei Saul, acompanhado do seu escudeiro, subiu à guarnição dos filisteus e ambos mataram perto de vinte homens. Houve grande alvoroço no arraial dos filisteus, e então Saul e todo o povo se uniram à batalha e puseram os filisteus em fuga.

Saul havia ordenado que ninguém comesse algo antes do anoitecer. Mas Jônatas não sabia da ordem do pai e comeu um favo de mel. Quando Saul soube disso, quis matar o próprio filho. Foi nesse instante que o povo interferiu, dizendo a Saul: “Morrerá Jônatas, que efetuou tamanha salvação em Israel? Tal não suceda. Tão certo como vive o Senhor, não lhe há de cair no chão um só cabelo da cabeça! Pois foi com Deus que fez isso, hoje. Assim, o povo salvou a Jônatas, para que não morresse” (1Sm 14:45).

Nesse caso, o povo evitou que uma injustiça fosse cometida pelo rei. Ora, o povo é constituído por indivíduos. Como povo escolhido e como indivíduos precisamos deixar que Deus nos dirija. Só então a voz do povo será a voz de Deus.

Deus te abençoe um dia abençoado a todos.!!!

Ribeirão Preto 25 de Maio de 2010

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Filipenses 4:8


Pensamento: 

Mais do que uma recomendação, este verso fala de uma necessidade que todo cristão tem, que é ocupar seus pensamentos somente com aquilo que glorifica ao Senhor. Não podemos impedir o inimigo de colocar pensamentos impróprios em nossa mente, mas podemos repreender e não deixar que ocupem lugar em nossa mente. O passarinho pode até pousar em nossa cabeça, mas não pode fazer ninho.


Oração:

 Senhor Deus, quero mesmo que tudo que for justo e verdadeiro ocupe minha mente. Quero dar bom testemunho e ser bom exemplo para que através da minha vida, pessoas que ainda não foram agraciadas pelo Seu amor possam vir a Te conhecer. E sei que isso só será possível se houver louvor nos meus pensamentos. Eu oro em nome de Jesus. Amém

RIBEIRÃO 25 DE MAIO DE 2010

 

 Cuide bem dos meus olhos! 

Havia uma garota que se odiava pelo fato de ser cega!
Também odiava a todos, seu Pai, Mãe, parentes, amigos! 

Um dia ela conheceu um rapaz que acabou conquistando seu coração. 

Tornaram-se namorados e Ela sempre dizia:
Um dia, se eu puder ver o mundo, eu me Caso com você! Sempre repetia isso!
Em um dia de sorte, alguém doou um par de olhos a ela!

E ela passou a enxergar!

Então seu namorado perguntou:
- Agora que você pode ver, vai se casar comigo?
A garota ficou chocada quando viu que seu namorado também não podia enxergar!
Então ela disse:
- Eu sinto muito, mas não posso me casar com você... sinto muito mesmo!
Agora eu posso ver o mundo, mas você...
...Mas você, 
Você é cegoooo!!!!
O namorado entristecido, afastando-se dela em lágrimas apenas disse:
- Por Favor, cuide bem dos meus olhos, eles eram muito, muito importantes para mim... 

E você? O que você tem feito da vida que Jesus lhe deu? Ele deu a sua vida por você! 

O que você tem feito da vida que Ele te deu? 

Pense Nisso! Fique em Paz! Fique Com Deus

RIBEIRÃO PRETO 24 DE MAIO DE 2010

VALE PENA LER LINDO !!!!!

  O JIPE

Um jovem cumpria o seu dever cívico prestando serviço ao exército, mas era ridicularizado por ser cristão. 
Um dia o seu superior hierárquico, na intenção de humilhá-lo na frente do pelotão, pregou-lhe uma peça... 
- Soldado Coelho, venha até aqui! 
- Pois não Senhor. 
- Segure essa chave. Agora vá até aquele jipe e o estacione ali na frente.
- Mas senhor, o senhor sabe perfeitamente que eu não sei dirigir.
- Soldado Coelho, eu não lhe perguntei nada. Vá até o jipe e faça o
que eu lhe ordenei... 
- Mas senhor, eu não sei dirigir! 
- Então peça ajuda ao seu Deus. Mostre-nos que Ele existe.O soldado não temendo, pegou a chave das mãos do seu superior e foi até o veículo. Entrou, sentou-se no banco do motorista e imediatamente começou sua oração.
"Senhor, tu sabes que eu não sei dirigir. Guie as minhas mãos e mostre a essas pessoas a sua fidelidade. 
Eu confio em Ti e sei que podes me ajudar. Amém"

- O garoto, manobrou o veículo e estacionou perfeitamente como queria o seu superior. Ao sair do veículo, viu todo o pelotão chorando e alguns de joelhos...
- O que houve gente? - perguntou o soldado. 
- Nós queremos o teu Deus, Coelho. Como fazemos para tê-lo? Perguntou o seu superior. 
- Basta aceitá-lo como seu Senhor e Salvador. Mas porquê todos decidiram aceitar o meu Deus? O superior pegou o soldado pela gola da camisa, caminhou com ele até o jipe enxugando suas

lágrimas. Chegando lá, levantou o capô do veículo e o mesmo estava sem o motor!

DEUS CUIDA DOS SEUS E NÃO PERMITE QUE NINGUÉM NOS HUMILHE.

RIBEIRÃO PRETO 23 DE MAIO DE 2010

 Uma igreja do povo para o povo 


Resista à amargura. A amargura é um sentimento contra Deus ou pessoas. Começa com injustiça real ou imaginária, que leva a profundo rancor e hostilidade. Tornamo-nos amargos por causa de eventos trágicos: morte de um filho, infidelidade conjugal, fracasso num negócio ou desemprego. Todos experimentamos eventos trágicos ou sofremos tratamento injusto em algum momento da vida. Quando isto ocorrer evite o precipício da amargura. Aprenda a lidar com a amargura como José, que mesmo diante da injustiça de ser vendido como escravo pelos irmãos, evitou a amargura por meio de sua confiança em Deus.
Evite a desobediência. Desobedecer significa desafiar Deus de forma direta e deliberada. O rei Salomão caiu nessa armadilha. Embora tivesse começado bem e abençoado por Deus, sua vida terminou de forma trágica. Desobedeceu a Deus deliberadamente, é uma lição para nós. Dons excepcionais ou bençãos incomuns na vida ou ministério não são garantias de que permaneceremos fiéis até o final. Seja a tentação à imoralidade, o amor ao dinheiro ou qualquer outra armadilha, nenhum de nós está isento do perigo da desobediência. É caminhar com Deus que nos ajuda. Teremos menor probabilidade de desafiar a Deus se vivermos conscientes de sua presença; se nos esforçarmos em colocar cada plano, cada ação sob o escrutínio de sua Palavra e orarmos a respeito de todos os aspectos de nossa vida. 
Expulse o orgulho. A essência do orgulho é acreditar que não precisamos de Deus. Esse foi o problema do rei Uzias, exemplo lamentável de alguém que começou bem, foi abençoado, mas não terminou bem. Ele morreu leproso, isolado da família e separado de Deus. O orgulho com frequência acompanha o sucesso, quer nos negócios, esportes, campo acadêmico ou no ministério cristão. Como Uzias, tornamos-nos resistentes à reprovação ou conselho. Pensamos que sabemos tudo. Finalmente nos desviamos por completo. Não terminamos bem, apesar de pensar que estamos sendo fiéis a Deus. Deixamos de produzir frutos no seu reino. Para agradar a Deus devemos andar com Ele, viver na consciência de Sua presença e manter a comunhão com Ele pela Palavra e oração. Temos de cultivar uma comunhão consistente com Deus pela meditação na Palavra, pela oração e por um tempo a sós diariamente. 
Andar com Deus significa comunhão com Ele o dia todo.

 RIBEIRÃO PRETO 22 DE MAIO DE 2010

Como agradar a Deus

Resista à amargura. A amargura é um sentimento contra Deus ou pessoas. Começa com injustiça real ou imaginária, que leva a profundo rancor e hostilidade. Tornamo-nos amargos por causa de eventos trágicos: morte de um filho, infidelidade conjugal, fracasso num negócio ou desemprego. Todos experimentamos eventos trágicos ou sofremos tratamento injusto em algum momento da vida. Quando isto ocorrer evite o precipício da amargura. Aprenda a lidar com a amargura como José, que mesmo diante da injustiça de ser vendido como escravo pelos irmãos, evitou a amargura por meio de sua confiança em Deus.
Evite a desobediência. Desobedecer significa desafiar Deus de forma direta e deliberada. O rei Salomão caiu nessa armadilha. Embora tivesse começado bem e abençoado por Deus, sua vida terminou de forma trágica. Desobedeceu a Deus deliberadamente, é uma lição para nós. Dons excepcionais ou bençãos incomuns na vida ou ministério não são garantias de que permaneceremos fiéis até o final. Seja a tentação à imoralidade, o amor ao dinheiro ou qualquer outra armadilha, nenhum de nós está isento do perigo da desobediência. É caminhar com Deus que nos ajuda. Teremos menor probabilidade de desafiar a Deus se vivermos conscientes de sua presença; se nos esforçarmos em colocar cada plano, cada ação sob o escrutínio de sua Palavra e orarmos a respeito de todos os aspectos de nossa vida. 
Expulse o orgulho. A essência do orgulho é acreditar que não precisamos de Deus. Esse foi o problema do rei Uzias, exemplo lamentável de alguém que começou bem, foi abençoado, mas não terminou bem. Ele morreu leproso, isolado da família e separado de Deus. O orgulho com frequência acompanha o sucesso, quer nos negócios, esportes, campo acadêmico ou no ministério cristão. Como Uzias, tornamos-nos resistentes à reprovação ou conselho. Pensamos que sabemos tudo. Finalmente nos desviamos por completo. Não terminamos bem, apesar de pensar que estamos sendo fiéis a Deus. Deixamos de produzir frutos no seu reino. Para agradar a Deus devemos andar com Ele, viver na consciência de Sua presença e manter a comunhão com Ele pela Palavra e oração. Temos de cultivar uma comunhão consistente com Deus pela meditação na Palavra, pela oração e por um tempo a sós diariamente. 
Andar com Deus significa comunhão com Ele o dia todo.

Ribeirão preto 21 de maio 2010

 

É preciso discernir

Nas últimas décadas, a Igreja seguiu em várias direções. Algumas positivas; outras, nem tanto. De um gueto fechado, a Igreja Evangélica Brasileira abriu suas asas e alçou vôos nunca alcançados anteriormente, em áreas como “koinonia”, serviço social (compaixão), música, coreografias e evangelismo, via mídia e outros meios jamais usados até então.
Por outro lado, a teologia da Igreja foi violentada, por correntes, vindas inicialmente da outra América. Que geraram uma miscelânea naquilo que hoje chamamos de Igreja evangélica brasileira. Paletós, dentes, urros de animais, demarcações urológicas de territórios e outras coisas berrantes vieram, passaram e algumas permanecem.
O que nos preocupa mais é o “modus operandis” de um evangelho de premiação ministrado hoje na maioria dos púlpitos. Deus nos é apresentado como aquele que agirá de acordo com o tamanho da negociação. Se você lhe der 10, ele lhe dará 1000 e assim por diante, em multiplicações intermináveis. A Igreja foi transmutada: de casa de oração para bingo da fé; e Deus, de Senhor Soberano para “SS”, cujo baú gera felicidade e resolve tudo por dinheiro. 
Como líderes do rebanho, nós pastores da Igreja Central, nos levantamos contra esse estilo de ministração, pois é ofensivo ao coração do evangelho e um instrumento de engano a um povo simples, sofrido e fácil de ser manipulado. Que tenhamos coragem de pregar o Evangelho da graça, do poder e da misericórdia, com as bênçãos garantidas pelo único Senhor que as pode realizar.

L. Aguiar Valvassoura e equipe pastoral 

RIBEIRÃO PRETO 20 DE MAIO 2010

 Porta-jóias humanos 

Cada um de nós é um porta-jóias, uma caixa de tesouros, um vaso de barro repleto de riquezas escondidas. A intenção de Deus não era que esse tesouro continuasse enterrado. Deus colocou em cada um de nós um tesouro celestial que Ele deseja liberar. Quando essas riquezas virem à luz do dia, as pessoas verão o poder e o plano de Deus. Olhamos para o que somos, enquanto Deus olha para o que podemos ser. Ele conhece nosso verdadeiro valor, porque foi Ele quem o colocou ali. E nós liberamos esse potencial somente quando começamos a ver as coisas do modo de Deus. 
Cada um de nós traz um tesouro em nosso vaso de barro. A intenção de Deus é que essas riquezas sejam descobertas e manifestas a fim de revelar Sua Glória, não a nossa. O potencial inclui: 

Poder não usado;
Sonhos não cumpridos;
Presentes não desembrulhados;
Talento não desenvolvido;
Energia em potencial;
Sucesso não utilizado;
Tudo aquilo em que você pode se tornar;
Tudo o que você deseja realizar.

O potencial nunca é o que você já fez. Sempre será o que você ainda pode fazer. Deus colocou intermináveis exemplos na Bíblia. Enquanto os hebreus viam Moisés como um assassino egoísta, Deus via um homem que levaria sua mensagem para os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Enquanto os outros viam Pedro como um pescador tempestuoso e impulsivo, Deus via o apóstolo usado na edificação de sua Igreja. Enquanto os outros viam um menino que era pastor de ovelhas, Deus podia vê-lo como um rei. Deus ainda opera transformações milagrosas. Enquanto os outros viam uma criança rebelde, Deus descobria um jovem chamado Martinho Lutero. Enquanto todos viam um vendedor de sapatos, o grande evangelista D. L. Moody já estava na mira de Deus. Enquanto os outros lamentavam as desigualdades para com as mulheres nos países do Terceiro Mundo, Deus já havia respondido com a grande missio-nária enviada à Índia, Amy Charmichael. O cumprimento do destino de uma única pessoa pode determinar o destino eterno de bilhões de pessoas!
O que Deus está escondendo em você? Imagine o que nossas comunidades e famílias seriam se todos cumpríssemos o destino que Deus nos deu. Pense no que nossas igrejas seriam se descobríssemos e realizássemos o que Deus idealizou em Sua sala de projetos.

 

Milésimo de Segundo
Encerra-se mais uma Olimpíada. Vitórias, derrotas, limitações, recordes. Tudo isto aconteceu. O que mais chamou minha atenção foram algumas conquistas, obtidas por diferença de milésimos de segundo. 
Lembro-me da resposta de um recordista: 
“milésimos de segundo significam dezenas de horas e sacrifício”. 
Na vida cotidiana, o que reputamos por sucesso, muitas vezes está escondido atrás de centenas de horas de estudo ou treino e também disciplina.
Alguns milésimos de segundo determinam a queda de Golias ou o fracasso de Pedro; a salvação do ladrão na cruz ou a perdição de seu parceiro; a abnegação consagrada de Barnabé ou a morte de Ananias e Safira.
Sim, em alguns segundos os olhos de Davi contemplaram o corpo de Bateseba e a desgraça entrou em sua casa; Pedro segurou na mão do Mestre e sobreviveu.
Em alguns milésimos de segundo podemos julgar uma pessoa ou perdoá-la; ser gracioso ou juiz.
Em milésimos de segundo posso garantir minha salvação ou deixá-la passar.

“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso”. Mateus 6:22
A escolha é nossa!

 A cruz de cada dia


O Senhor nunca ilude os seus, prometendo-lhes caminhos fáceis e luminosos. Não os atrai nem os compra com o ouro do engano. Não lhes oferece riquezas que pelo seu esplendor ocultassem o sofrimento, nem diademas que fizessem esquecer a dolorosa coroa de espinhos. Não. Logo nos primeiros passos de nossa jornada, projeta-se a escura sombra da cruz. “Se alguém quer vir... tome cada dia a sua cruz e siga-me”.
Mas é nessa sombra que o sol se descobre, nessa aparente maldição que a Sua benção espera por nós.
O próprio ato de levar a cruz aumenta a nossa força.
Este é o paradoxo da Graça. Poderosas energias transitam do peso que nos verga para o espírito que nos
liberta. Ao tomarmos, corajosamente, sobre os ombros o nosso fardo, eis que um místico sopro nos visita o
coração e uma estranha leveza nos envolve. O lenho da cruz torna-se árvore viva e uma secreta e misteriosa
seiva nos percorre a alma.
Rejeitar a Cruz é então, loucura das loucuras!
Porque ao recusarmos a fraqueza, fugimos à força; ao esquecermos o dever, escapamos à inspiração; ao pouparmos o nosso sangue, ficamos anêmicos para sempre! “Qualquer que por amor de Mim, perder a sua  vida, salva-la-á”.

Crescimento significa maturidade

Para sermos maduros, temos de agarrar-nos a uma fé madura – ou melhor, ela deve agarrar-se a nós. 
A imaturidade de nossa fé logo se manifestará na forma de ações e atitudes maturas. 
“A crença de hoje torna-se a ação de amanhã.” 
Nada pode ser mais imaturo do que a afirmação repetida com freqüência: “Não importa no que você acredita, desde que viva corretamente”. 
Crença é literalmente aquilo pelo que você vive. 
Se a crença estiver errada, sua vida estará errada. 
Não me entenda mal. 
Não quero dizer que se você tiver uma crença correta automaticamente terá uma vida correta. 
Não é assim. A crença, para ser uma crença, deve ser vital e não verbal. 
A única coisa na qual cremos, é aquela na qual cremos o bastante para agir de acordo com ela. 
Suas ações são o seu credo.
No entanto, não importa o que você sustenta como as suposições básicas de sua vida. 
Se você não tiver um ponto de partida, não terá uma linha de chegada. 

 

 

Resgatando Valores Perdidos no Lar 

 

Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.” – (Lc 15.8,9)

 Jesus utiliza esta ilustração de um fato natural para refletir uma verdade espiritual. Neste caso, nas três parábolas contadas neste capítulo, ele fala de algo que se perde e é reencontrado. Uma aplicação clara ao pecador que se arrpende e é “reencontrado” por Deus é feita nas três parábolas. Porém, além deste enten-dimento claro e específico, acredito que, assim como toda porção profética da Palavra de Deus, temos algo mais a aprender neste ensino.

 Jesus falou sobre uma perda que aconteceu dentro de casa, e quero fazer uma aplicação espiritual disto para nossos lares e casas. Alguns podem achar que estamos apenas “espiritualizando” um texto fora de seu contexto, mas a cosmovisão bíblica dá suporte a este tipo de interpretação, desde que se harmonize com o restante dos princípios explícitos das Escrituras Sagradas.

VALORES PERDIDOS

Esta mulher não perdeu a moeda na rua, mas dentro de casa, sem sequer ter saído de lá. A moeda, um denário, tinha mais valor do que a idéia que passa na nossa mente quando pensamos em uma moeda. Era a paga por um dia inteiro de trabalho de um trabalhador normal. E esta perda de algo valioso dentro de casa me fala de outros valores (não materiais) que muitas vezes perdemos dentro de casa.

Sei por experiência própria, como marido, como pai e também como filho, que muitos valores que devemos guardar dentro de casa, no convívio com nossos familiares podem ser comprometidos. Falo de valores emocionais como: o respeito, o carinho, o amor, a paciência, a compreensão, a dedicação, o serviço, a harmonia, a paz, a doação de si mesmo, etc. Falo também de valores espirituais, como: a oração, o devocional, a fé, o temor de Deus, a meditação na Palavra, e outros.

Muitas pessoas acham que para sofrer perdas em seus lares é necessário muita interferência ou pecados externos, mas digo que não. Quando pensamos só na moeda em si, imaginamos algo fácil de se perder e permanecer escondido em algum canto da casa. Quem já não perdeu algo em casa? O termo “moeda” não nos faz perceber a dimensão da perda. Na verdade, tratava-se de um décimo de tudo o que a mulher tinha! Este paradoxo também se dá com muitos dos valores que perdemos em nosso lar. Aparentemente trata-se apenas de “uma moeda”, mas vale bem mais do que o que só aparenta!

O processo de recuperação da moeda por parte desta mulher envolveu cinco atitudes que vejo como sendo a forma de reencontramos nossos valores perdidos.

ACENDENDO A CANDEIA

O texto sagrado revela que a mulher acendeu a candeia. ela buscou mais luz porque havia falta dela… e não há como procurar algo no escuro. Acredito que este é um paralelo espiritual de algo que precisamos para reencontrar qualquer tipo de valor perdido, não só em nosso lar como também em nossa vida em Deus.

Que luz é esta que nos auxilia nesta busca? É a ação reveladora do Espírito Santo. Trazer à luz é expor o que estava oculto. Paulo falou aos coríntios sobre examinar-se a si mesmo. Mas creio em mais do que um auto-exame nas horas de concerto. Creio que precisamos nos aquietar perante o Senhor e deixá-lo falar em nosso íntimo pelo Espírito Santo…

VARRENDO A CASA

Aquela casa necessitava de limpeza. A sujeira que estava lá naquele chão podia esconder a moeda. Não sabemos porque havia sujeira, talvez aquela mulher tenha deixado a janela aberta e um pé de vento trouxe sujeira para dentro de casa.

O mesmo acontece conosco. muitas vezes nos expomos demais a este mundo e permitimos que seus conceitos entrem em nossa casa e coração. Às vezes pela TV, ou por meio de não-crentes com quem convivemos… mas o fato é que quando a sujeita do mundo entra, encobre e esconde de nós aquilo que temos perdido. Se quisermos reencontrar valores, precisamos nos livrar da sujeira que entrou!

PROCURANDO COM DILIGÊNCIA 

Aquela mulher procurou com diligência seu valor perdido. Tem crente que chora no apelo, mas depois não dá um passo para alcançar aquilo que perdeu em sua vida espiritual ou familiar.

A mulher de nossa história empreendeu uma busca diligente, dedicada. Isto fala de disposição de concerto. Deus não dá nada para quem não valoriza. Por meio do profeta Isaías ele disse: “Derramarei água sobre o sedento” – (Is 44.3).

Por que Deus só derrama água sobre o sedento? Por que não sobre qualquer um? Ele dá água para quem valoriza a água, para quem vai aproveitá-la!

Jesus nos ensinou a não lançar pérolas aos porcos. Quem não valoriza não merece receber. Se queremos algum tipo de restauração em nossa vida em Deus ou em nosso lar, temos que nos empenhar nisto!

ATÉ ENCONTRAR 

A mulher não apenas foi diligente, como também foi perseverante. A parábola nos revela que ela não parou de buscar enquanto não encontrou aquilo que havia perdido. Enquanto a diligência tem a ver com a “qualidade” da busca, a perseverança tem a ver com a “duração” da busca.

Normalmente falamos de se alcançar a nossa herança em Deus por meio da fé. É lógico que sem fé é impossível agradar a Deus, e o que duvida não receberá coisa alguma, mas há algo que acompanha a fé e que normalmente não percebemos o quanto tem a ver com possuir a herança: a perseverança. As Escrituras nos ensinam que precisamos tanto da perseverança como precisamos da fé:

“para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela perseverança, herdam as promessas.” – (Hb 6.12)

Algumas versões usam aqui o termo paciência, mas fala a mesma coisa. fala de determinação até que se chegue ao alvo.

Precisamos desta firmeza na busca da restauração dos valores perdidos no lar. A família tem um lugar muito especial no coração de Deus, e Ele deseja que vivamos o seu melhor, inclusive nesta área.

As três parábolas de Lucas 15 nos mostram que não devemos nos conformar com as perdas. É hora de empenho, de dedicação, de determinação nesta restauração.

ALEGRIA PÚBLICA

Assim que reencontrou o que havia perdido, a mulher reuniu suas amigas e vizinhas para se alegrarem. O testemunho de restauração sempre animará outras pessoas, especialmente aquelas que estão iniciando a sua busca. Tudo o que Deus nos dá deve ser dividido com outros. Paulo declarou o seguinte:

“É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” - (2 Co 1.4)

Quando Jesus libertou aquele endemoninhado gadareno, este lhe pediu que o pudesse acompanhar. A resposta de Jesus reforça o que estamos dizendo:

“Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti. Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam.” – (Mc 5.19,20)

Este homem recebeu a comissão de dividir com outros o que Deus nos fez. Este é um princípio do Reino que deveríamos levar mais a sério. A mulher samaritana que encontrou-se com Jesus junto ao poço de Jacó teve a mesma atitude:

“Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito.” – (Jo 4.39)

Assim que você resgatar aquilo que se havia perdido, estará debaixo da comissão de torná-lo público. Não apenas como um motivo de se alegrar, mas principalmente o de levar regozijo aos outros, especialmente os que possuem as mesmas necessidades que você tinha…

 

PARA TODAS MAMÃE 

    Primeiramente venho agradecer a todas as mamães que visitam este site .Sua visita e participação é muito importante,pois,fico muito feliz quando posso abençoar a sua vida,da sua família e consequentemente você me abençoa.  

    Desejo a você mamãe,a sua mamãe e a todas as mamães do mundo um abençoado Dia das Mães ao lado de sua família.Curta com muita alegria este dia ao lado de seus filhos e de sua mãe.Presentei-a  se você tiver condições de faze-lo.Contudo se não puder,lhe dê o maior presente que é o seu amor.Diga-lhe que você a ama e seja grato(a) por tudo que ela significa em sua vida.Ore para que Jesus a guarde e a abençoe.Faça-a perceber o quanto ela é importante para você.Garanto-lhe que nada no mundo substitui um abraço sincero e um “Eu te Amo!”

Tenha um Feliz dia das Mães com Jesus!

 

 Saco Furado 

Quando eu ainda era menino, em certa ocasião, saí com uma quantia em dinheiro para comprar algo no supermercado para a minha mãe. Coloquei o dinheiro no bolso e, obviamente, contava com ele na hora de pagar aquela compra, mas não o encontrei. Revirei o bolso várias vezes à sua procura, e não o achei, até que me dei conta de que havia um furo num dos cantos daquele bolso! Como é triste contar com as suas reservas e descobrir que elas já não existem! Este é um exemplo do que acontece com quem não deixa Deus ser o Primeiro em sua vida (e em suas finanças).

Uma das principais razões da falta de prosperidade financeira é abordada na Bíblia como tendo a sua raiz no egoísmo e na falta de sensibilidade para com o que deve ser feito em prol da Casa e do Reino do nosso Deus. Se, por um lado, a Lei das Primícias nos conduz à bênção por colocarmos Deus em primeiro lugar, por outro lado, deixá-Lo por último, como a parte menos importante de nossas vidas, traz maldição.

E isto é algo que tem acontecido a muitos cristãos em nossos dias. O verdadeiro problema deles não é uma falta de oração por prosperidade, mas uma verdadeira inversão de valores.

 

NOS DIAS DE AGEU

Vemos nos dias do profeta Ageu que o povo que voltara do cativeiro babilônico se encontrava sem disposição alguma de reedificar o Templo do Senhor. Eles davam desculpas a respeito de sua responsabilidade, mas, ao mesmo tempo, edificavam as suas próprias casas para o seu próprio conforto. E Deus protestou contra isto:

 

“Assim fala o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?” (Ageu 1.2-4)

 

Muitas pessoas passam toda a sua vida pensando unicamente em si mesmas, sem se disporem a fazer nada para Deus. Trabalham somente pelo seu conforto e fazem tudo para estarem em tranquilidade, mas não conseguem se dispor para servirem a Deus. Muitas vezes não entendemos que, enquanto estamos correndo atrás de nossas próprias coisas, o Senhor está esperando algo diferente de nós. Foi o que Deus disse ao Seu povo por meio do profeta Ageu:

 

“Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o Senhor.” (Ageu 1.8)

Deus protestou contra a atitude do povo e demonstrou esperar que eles se envolvessem em Sua obra. Ele revelou também que a razão de não estarem prosperando (pelo contrário, viam os seus bens e provisão desaparecendo misteriosamente) era o fato de não se importarem com a edificação da Sua Casa.

“Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vestí-vos, mas ninguém fica quente; e quem recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado.” (Ageu 1.6 – Trad.Brasileira)

 

Muito esforço e pouco resultado! Falta de realização na dimensão de conquistas alcançadas! Insuficiência! Tudo isto era visto na vida do povo hebreu dos dias do pós-exílio babilônico. Houve também a mais contundente afirmação sobre inexplicáveis perdas materiais e financeiras: o saco furado (outras versões usam o termo “saquitel”). Mesmo o que tentavam guardar ou economizar sumia como se houvesse sido depositado num saco furado. Vazava como areia seca por entre os dedos. Como acontece com muitas pessoas hoje!

Estes não eram apenas sintomas de um momento de crise econômica, e sim de uma ausência da bênção do Senhor. Precisamos aprender a edificar com a bênção de Deus. Fazer algo sozinhos ou debaixo da graça do Pai Celestial são coisas completamente diferentes:

 

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois aos seus amados ele o dá enquanto dormem.” (Salmo 127.1,2)

 

Embora o trabalho seja um meio de provisão, o qual Deus usa para suprir os Seus filhos, fica clara a diferença entre quem alcança algo sozinho e quem o faz com a bênção do alto.

Deus nunca quis que o homem tivesse a presunção de alcançar a prosperidade sozinho. Esforço e trabalho produzem resultados, mas isto somente não nos leva ao melhor de Deus. A bênção do Senhor faz isto. E, quando quebramos princípios (como o povo fez nos dias de Ageu), além de não entrarmos na bênção divina, ainda produzimos o efeito inverso: atraímos sobre nós a maldição. O profeta Malaquias, contemporâneo de Ageu, também anunciou o mesmo tipo de juízo:

 

“Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.” (Malaquias 3.8,9)

A maldição vem por não darmos a Deus a primazia, assim como a bênção vem pelo fato de O colocarmos em primeiro lugar.

A PROSPERIDADE NÃO É FRUTO SÓ DO ESFORÇO

O desejo de Deus, no entanto, não é julgar o Seu povo com maldição. É abençoá-lo com as Suas provisões.

“Trazei o dízimo todo à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz Jeová dos Exércitos, se não vos abrir eu as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção até que não haja mais lugar para a recolherdes.” (Malaquias 3.10 – Trad.Brasileira)

Precisamos entender que a prosperidade não é um mero resultado do esforço humano, mas uma consequência da bênção de Deus. Desde a Lei Mosaica o Senhor admoestava o Seu povo a não ter a presunção de achar que alcançaria a prosperidade por si só:

 

“Guarda-te para que te não esqueças do Senhor, teu Deus, não guardando os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para que, porventura, havendo tu comido, e estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, e se tiverem aumentado as tuas vacas e as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, se não eleve o teu coração, e te esqueças do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão…” (Deuteronômio 8.11-14 – ARC)

“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.” (Deuteronômio 8.17 ,18)

Ninguém deveria achar que prosperou sozinho a ponto de se esquecer de Deus. Cada indivíduo deveria reconhecer a bênção do Céu sobre si e ser grato por isto. No caso de se esquecerem do Senhor, Ele usaria uma forma especial para chamar a atenção do Seu povo: eles perderiam esta Sua bênção.

O Senhor sempre corrige o Seu povo, não porque Ele queira nos prejudicar, mas justamente porque Ele nos ama e deseja o nosso melhor. Foi o que Ele fez nos dias do profeta Ageu. Isto fica bem claro em Suas palavras ao povo:

 

“Agora, pois, considerai tudo o que está acontecendo desde aquele dia. Antes de pordes pedra sobre pedra no templo do Senhor, antes daquele tempo, alguém vinha a um monte de vinte medidas, e havia somente dez; vinha ao lagar para tirar cinquenta, e havia somente vinte. Eu vos feri com queimaduras, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos; e não houve, entre vós, quem voltasse para mim, diz o Senhor. Considerai, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do Senhor, considerai nestas coisas. Já não há semente no celeiro. Além disso, a videira, a figueira, a romeira e a oliveira não têm dado os seus frutos; mas, desde este dia, vos abençoarei.” (Ageu 2.15-19)

Vemos que a insuficiência se estabeleceu como uma maldição na vida dos israelitas. O estoque de grãos se dissipava antes de ser consumido. Toda sorte de empecilhos à prosperidade instalou-se, impedindo assim a bênção financeira.

Todo o esforço no trabalho era recompensado com perdas, mas assim que o povo decidiu retomar a edificação da Casa de Deus, a frutificação começou a acontecer de fato! O Senhor disse que os abençoaria a partir do dia em que voltassem a investir o seu tempo, trabalho e recursos no Reino de Deus.

O problema de Israel era um só: o egoísmo e indiferença para com Deus. E este não é apenas um problema do passado. Há muitos cristãos atualmente que estão presos em seu egoísmo e não conseguem pensar em outra coisa além de si mesmos. Quando nos recusamos a investir na Casa de Deus é porque queremos usar em prol de nós mesmos os recursos que economizaremos nestas ofertas. Foi o que aconteceu com Ananias e Safira, os quais, mesmo ofertando, continuavam pensando em si mesmos. E Deus não pode abençoar este tipo de atitude!

O REINO DE DEUS EM PRIMEIRO LUGAR

Este princípio da bênção ligada à atitude que temos para com as coisas de Deus não é uma injustiça cometida contra nós. Alguns acham que Deus e os Seus pregadores nos ameaçam com problemas financeiros para nos coagirem a darmos. Mas, ao instituir este princípio, o Senhor o fez para o nosso próprio bem. Quando damos a Deus, quebramos a cadeia do egoísmo e Deus pode nos abençoar.

Jesus nos ensinou a não nos preocuparmos com o que havemos de comer, beber ou vestir (Mt 6.25). Não porque estas coisas não sejam importantes, mas porque a forma de obtê-las não é mediante o esforço ou a ansiedade, e sim colocando os devidos princípios espirituais para operarem em nosso favor. E isto inclui uma mudança de prioridades e valores em nossas vidas:

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6.33)

Quando colocamos o Reino de Deus em primeiro lugar e nos importamos com as Suas coisas, nós O vemos Se importando com o que diz respeito a nós.

OS ABALOS DE DEUS

Você já ouviu falar dos abalos de Deus? Eles são o modo como Deus faz com que as nossas vidas sejam sacudidas, para que as coisas abaláveis sejam removidas e as inabaláveis permaneçam. O escritor de Hebreus foi divinamente inspirado para falar deste assunto:

 

“Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem divinamente os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte, aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas farei abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas, significa a remoção dessas cousas abaladas, como tinham sido feitas, para que as cousas que não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque nosso Deus é um fogo consumidor.” (Hebreus 12.25-29)

Vemos que a rebeldia dos que não dão ouvidos à voz divina será repreendida com abalos. Note que não estamos falando sobre Deus recompensar aos fiéis com os Seus abalos, e sim dos que rejeitam a voz de Deus, ou seja, a Sua Palavra. O salmista escreveu acerca disto:

Deus… tira os cativos para a prosperidade; só os rebeldes habitam em terra estéril.” (Salmo 68.6b)

O tratamento e a correção de Deus em nossas vidas vêm justamente às áreas onde ainda não estamos correspondendo com o que Ele diz em Sua Palavra.

A Bíblia fala claramente sobre Deus trazendo os Seus abalos. O texto fala de tremores de terra produzidos por terremotos. E, simbolicamente, mostra que as perdas não são oriundas apenas de um saquitel furado, mas de abalos que Deus traz sobre o Seu povo.

Ageu foi a primeira voz profética que se levantou entre os israelitas depois do Exílio na Babilônia. A reconstrução do Templo fora interrompida e estava parada por cerca de quinze anos; o povo não se envolvia na retomada da restauração, dizendo que o tempo de reconstruir a Casa de Deus ainda não havia chegado. Então o Senhor o enviou com uma mensagem de repreensão ao Seu povo, mostrando que, enquanto eles não se importassem com o estado da Sua Casa, Ele prosseguiria abalando a vida financeira deles:

“Esperastes o muito, e eis que o muito veio a ser pouco, e este pouco, quando o trouxeste para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê?, diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa da sua própria casa. Por isso os céus sobre vós retém o seu orvalho, e a terra os seus frutos. Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, sobre os animais e sobre todo o trabalho das mãos.” (Ageu 1.9-11)

É muito estranho vermos Deus dizendo que Ele fez com que o muito esperado se tornasse pouco na colheita do Seu povo e, ainda depois, que Ele assoprou sobre o pouco, fazendo-o dissipar-se. Não combina com a atual mensagem de prosperidade o fato de Deus mandar os céus reterem o orvalho e a terra reter o seu fruto, nem tampouco Ele fazer vir a seca!

Mas Deus fez tudo isto. Por quê? Porque é somente com Deus abalando as coisas naturais na vida do Seu povo que as coisas espirituais teriam o seu lugar. Eles só estavam pensando em si mesmos e haviam abandonado a restauração da Casa do Senhor, mas Deus conseguiu recuperar a atenção e o serviço deles de uma forma muito especial.

Quando o escritor de Hebreus escreveu sobre as coisas abaláveis que seriam removidas, ele também falou sobre as inabaláveis que permaneceriam, e então ele acrescentou que recebemos um reino inabalável! Ou seja, quando estamos sufocando as coisas espirituais por uma dedicação voltada somente ao que é natural, Deus pode fazer tremer o que é abalável, o natural, para que, caindo estas coisas, permaneça em nossas vidas somente o que é espiritual, e então a nossa reconstrução poderá começar a partir deste ponto.

De nada adianta edificarmos somente para nós mesmos. Devemos edificar para o Senhor em nossas vidas, pois, quando os abalos de Deus vierem, só ficará de pé o que construímos para o Senhor, e o que é nosso, o que é humano, cairá. Em Lucas 14.28-30, Jesus assemelhou a vida cristã à edificação de uma torre, mostrando que também edificamos no plano espiritual.

Tenho percebido isto, não somente em minha própria vida e igreja, mas também em contato com muitas outras igrejas e pastores. É um fato! Tal qual nos dias de Ageu, quando nos esquecemos das coisas de Deus e queremos buscar somente as nossas próprias coisas, Deus não apenas deixa de ter um compromisso de nos abençoar, como também Ele pode nos julgar e disciplinar, uma vez que a responsabilidade de edificar o Reino de Deus é nossa.

Porém, quando agimos de forma correta e colocamos o Senhor em primeiro lugar, tudo muda. A bênção e a provisão divina fluem milagrosa e abundantemente.

Por que Deus estava sacudindo as finanças do Seu povo naqueles dias depois do Exílio? Porque os israelitas haviam se tornado egoístas e descomprometidos com o Reino de Deus, e o propósito destes abalos era mudar a atitude do povo.

Quando eles compreenderam que os abalos eram uma forma de Deus fazê-los voltar a investir em Sua Casa, eles se animaram a obedecê-Lo, fiados na promessa de que desta forma a prosperidade viria sobre eles. Numa de suas profecias, Ageu deixa claro que os abalos visavam trazer a Deus os recursos financeiros necessários para a restauração de Sua Casa:

 

“Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda uma vez, dentro em pouco, farei abalar o céu, a terra, o mar, e a terra seca; farei abalar todas as nações e as cousas preciosas de todas as nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos Exércitos. Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do que a primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos.” (Ageu 2.6-9)

Deus nunca está contra o Seu povo. Estes abalos visavam corrigi-los e tratá-los, e não destruí-los. Tão logo voltaram a cumprir a vontade de Deus, eles foram abençoados. Quando o Livro de Hebreus fala sobre os abalos de Deus, ele também fala sobre “retermos a graça” (Hb 12.28), pela qual servimos a Deus de forma agradável. “Reter” significa “não perder, não desperdiçar”. Isto nos mostra que, mesmo em meio aos abalos divinos, podemos estar sob a graça de Deus, desde que não nos rebelemos, insistindo em deixar os nossos valores invertidos, de forma contrária aos valores da Palavra.

Quando somos abalados pelo tratamento divino, devemos corresponder em obediência e mudança de mente, de atitude. Ao obedecermos, a disciplina dará lugar à bênção do Senhor. Embora Deus houvesse abalado a vida financeira deles, Ele o fez somente até que eles voltassem a priorizar o Reino de Deus. Ele abalou as coisas abaláveis, para que as inabaláveis permanecessem.

Talvez a sua vida esteja sendo abalada pelo Senhor, e você não sabe o que fazer; aliás, não há realmente nada a fazer quando os abalos divinos chegam, a não ser permanecermos firmes e reconstruirmos a partir do que sobrou. Deus quer mudar os nossos valores, levando-nos a colocarmos o Reino d’Ele em primeiro lugar. E, quando o fazemos, o processo é invertido, e então Ele nos abençoa e nos leva à reconstrução de tudo o que ruiu, porém com novos alicerces.

Para muitos de nós é difícil vermos Deus agindo em meio a um desmoronamento geral em nossas vidas. É lógico que não estamos falando do melhor de Deus para nós, e sim de correção. O plano do Senhor é abençoar-nos, fazer o melhor para nós. Creio que o Pai prefere não ter que abalar as nossas vidas. Contudo, é devido à dureza dos nossos corações que Ele nos trata desta maneira. Não haveria abalos corretivos se não nos desviássemos da Sua vontade; eles sempre ocorrem quando algo está errado em nossa forma de agirmos. E a intensidade dos abalos sempre virá em proporção direta à nossa distorção de valores ou à nossa resistência ao Senhor e ao Seu plano. Não será maior e nem menor do que necessitamos.

O “saco furado” em nossa vida financeira é resultado da quebra da Lei das Primícias; é agirmos sem darmos a Deus a primazia. Se Deus estiver em primeiro lugar, seremos abençoados, mas, se não dermos a Ele a primazia, seremos julgados com maldição. Portanto, já é hora de mudarmos a nossa postura quanto à questão de investirmos na obra do Senhor. Ele honra os que O honram, mas os que O desprezam, Ele também desprezará!

 (extraído do livro “Honrando ao Senhor Com Nossos Bens”)

- - - – - – - – - – - – - – - – - – - -

 

 

 

 

 Sal Sobre as Águas  

Você com certeza já comeu sal. Na verdade, o sal é uma destas coisas que está tão presente em nossas vidas que acabamos por não perceber. De tão comum, não nos damos conta de quantas vezes por dia o consumimos e, na verdade, só vamos percebê-lo quando falta ou quando vem em excesso. O sal faz parte da vida do homem desde tempos longínquos. Sua descoberta abriu um leque de novas possibilidades para os agrupamentos humanos primitivos. Bem, se você não sabe, eles não tinham geladeiras algumas centenas de anos atrás. No tempo de Jesus, o sal era a substância que conservava os alimentos. Por isso, quando Jesus busca algo para simbolizar seus discípulos, ele acha no sal o exemplo perfeito:

 

“Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5.13)

Ele coloca sobre os ombros do cristão a responsabilidade de salgar a terra. Falando a mesma coisa de uma forma diferente: Jesus diz que devemos fazer a diferença. O Mestre ainda pergunta o uso que faríamos de um sal que perdeu a sua força conservadora. A conclusão é simples: Lançar Fora! Quando Jesus nos chama de Sal da terra, ele quer deixar claro que devemos ser diferentes, conservantes de uma matéria sujeita a rápida decomposição e apodrecimento. Ele coloca sobre nós o chamado para sermos um povo que conserva os caminhos da verdade, justiça e compaixão.

Experimente ir à cozinha agora mesmo e colocar um pouco de sal na sua boca. Acabei de fazer isto, antes mesmo de sentar para escrever. Queria provar mais uma vez da força que o sal tem, mesmo quando em pequenas quantidades. E assim somos nós, cristãos, quando resolvemos ser sal. Não são muitos os que querem fazer a diferença e salgar um mundo perdido e em processo de destruição. É mais fácil adequar-se aos tempos. Mas, mesmo em pequenas quantidades, um povo que resolve ser Sal não tem outra opção senão marcar o mundo onde vive. Por isso, o principio do sal é tão forte. Assim como os profetas não eram muitos, mas deixaram seus nomes e influência marcada no coração de gerações, alguém que resolve ser sal, mesmo sozinho, deixará sua marca e conservará a verdade de uma vida com Deus, na alma de todos que cruzarem seu caminho. Não me diga que você tem sal e nada acontece.

“Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal. Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.” (Marcos 9.49-50)

O sal que precisamos ter em nós é o fogo. A única coisa que vai nos capacitar a fazer a diferença e impedir que, juntamente com o mundo, acabemos por apodrecer é o fogo de Deus em nós. Precisamos ter sal e ele é a presença do Espírito Santo queimando e purificando nossos estilos de vida. Se não for assim, não teremos energia, nem vontade efetiva, de fazer alguma coisa em nome de Jesus. O Espírito Santo, quando em sua plenitude, nos capacita com sal. As pessoas sabem quando você tem sal e quando não. A presença dele é demonstrada quando nos levantamos contra a mentira, quando amamos a justiça e odiamos o pecado. Alguém que tem uma vida de comunhão com Deus, mesmo calada, fará a diferença no lugar onde vive. Deus precisa urgentemente de vasos para encher de Sal.

No livro de 2 Reis, a Palavra de Deus nos conta uma historia bem ilustrativa sobre a importância do sal. Eu convido você a ler com o coração os versículos abaixo:

“E os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é boa a situação desta cidade, como o meu senhor vê; porém as águas são más, e a terra é estéril. E ele disse: Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal. E lho trouxeram. Então saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele; e disse: Assim diz o Senhor: Sararei a estas águas; e não haverá mais nelas morte nem esterilidade. Ficaram, pois, sãs aquelas águas, até ao dia de hoje, conforme a palavra que Eliseu tinha falado.” (2 Reis 2.19-22)

A Bíblia nos fala de homens que moravam em uma boa cidade. Eles só tinham um problema: as águas eram estéreis. Elas causavam infertilidade e frutos não nasciam ali. Talvez esta seja a sua situação. Seu ministério é bom, mas não frutífero. Sua cidade é boa, está colocada em um ótimo lugar mas, as estatísticas mostram que o pecado avança mais que o Reino de Deus. Talvez isto acontece na sua própria vida, que tem tudo para dar certo mais ainda não rompeu. Este era o drama daqueles homens quando foram buscar o profeta. A solução de Deus foi bem simples. Diferente de nós, o Senhor não recorre a grandes coisas complexas. Tudo o que os céus precisam para curar as águas de um lugar é: Um vaso e Sal.

O profeta pede um vaso novo. Um recipiente disponível para ser cheio. Por acaso você já foi chamado de “vaso” por alguém depois que se converteu? Eu já. Sabe por quê? A palavra de Deus ensina que: “temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. (2 Co 4.7). Ou seja, o profeta estava usando de símbolos. A mensagem de Deus para nós é a de que ele precisa de Homens. De uma forma ou de outra, a presença de Deus sempre vem sobre a vida de um homem. No entanto, não se engane, Deus não usará qualquer homem. Somente um vaso cheio de sal sarará as águas inférteis. Alguém precisa ter sua vida cheia de sal, cheia de fogo, para então curar as águas de um lugar.

Quando o profeta deita o sal sobre as águas, a bíblia diz que elas são curadas. Talvez tudo o que sua cidade, família, ministério, ou mesmo, nação precisem seja de um homem cheio de sal. Quando o fogo de Deus estiver sobre você, não perca tempo, corra até o manancial de águas, a sua comunidade, e seja sal. Não há duvida: As águas serão curadas, frutos virão abundantemente e o mundo verá que a verdade ainda se conserva viva e atuante, como nos dias de Jesus e dos profetas. Um homem cheio de sal nem o inferno todo poderá para